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Doenças relacionadas às estações mais frias podem agravar sintomas em miastênicos

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Valéria Vargas
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A bactéria pneumococo e os vírus Influenza e H1N1 figuram entre os desencadeadores de problemas respiratórios, mais comuns no outono e no inverno, e podem potencializar os sintomas relacionados à miastenia

A Miastenia Gravis (MG), doença rara e de difícil diagnóstico, pode acometer pessoas em qualquer faixa etária, desde o nascimento até a terceira idade. Por ser autoimune e afetar a junção neuromuscular, a fraqueza e a fadiga da musculatura esquelética estão entre os principais sintomas, mas em alguns casos, a evolução da miastenia pode provocar fraqueza respiratória. Muitas vezes, esses sintomas se confundem com outras comorbidades, em especial nos idosos, dificultando o diagnóstico em pessoas acima de 60 anos e aumentando a progressão da doença.

“Durante o outono e o inverno, as dores articulares tendem a aumentar e podem se tornar mais intensas em pacientes miastênicos, que já apresentam fraqueza muscular. É necessário redobrar os cuidados e prevenir também as doenças respiratórias, mais comuns nessa época do ano, evitando a disfasia (alteração na fala e compreensão) e o aumento da dificuldade em eliminar secreções orais, típicas da gripe e das alergias”, explica o Dr. Eduardo Estephan, médico neurologista e diretor científico da Abrami (Associação Brasileira de Miastenia).

Segundo o artigo científico denominado “Miastenia Gravis: implicações Anestésicas”, publicado na revista Brasileira de Anestesiologia, a fraqueza respiratória isolada ou combinada com a paralisia da deglutição é a complicação mais temida, bastante comum na crise miastênica. Além da fadiga, a presença de infecção - principalmente respiratória - pode levar à insuficiência grave, mesmo nos pacientes sem queixa anterior.

De acordo com o Dr. Eduardo Estephan, embora a doença se manifeste com mais frequência em mulheres abaixo dos 50 anos, a Miastenia Gravis pode acometer pessoas de qualquer faixa etária, apresentando características diferentes em cada uma.

A Miastenia neonatal (transitória) ocorre em 20% a 50% dos recém-nascidos de mães miastênicas. Dificuldade para a sucção, alterações respiratórias e faciais e pálpebra caída (ptose) são sintomas que podem aparecer logo após o nascimento ou entre 12 e 48 horas depois. A Miastenia Infantil ou congênita é decorrente de uma alteração genética e é rara quando a mãe não tem a doença, sendo mais comum em homens e com evolução de baixa mortalidade. Apenas 4% dos casos de miastenia ocorrem antes dos 10 anos de idade e 24% depois dos 20 anos. A Miastenia Jovem acomete mais mulheres do que homens e acontece por uma desordem autoimune, diferente da forma infantil, que apresenta um componente genético. Nesse caso, a doença tem um curso lento, com tendência à remissão.

Em adultos, a incidência é de aproximadamente 1 a cada 20.000 adultos, e mais comum em mulheres com menos de 50 anos. Após essa idade, há uma equivalência entre homens e mulheres, porém a doença tende a ser mais agressiva em homens, com baixa remissão e alta mortalidade. Em 3/4 dos pacientes que apresentam ptose (pálpebra caída) ou diplopia (visão dupla) como sintomas iniciais, a doença pode se generalizar com fraqueza da musculatura da faringe, resultando em outras complicações.

“Aproveitando a chegada do outono, vale ressaltar a importância da vacinação, que é recomendada, em geral, para miastênicos idosos e não idosos. Deve ser considerada a imunização contra a gripe sazonal e H1N1 e contra pneumococo, bactéria considerada uma das principais causas de pneumonia e meningite em adultos, entre outras doenças”, reforça o especialista.

Vacinas Contra Covid-19 e Gripe: qual é o tempo de espera entre uma e outra?

Tanto a gripe quanto a covid-19 afetam o sistema respiratório e podem trazer complicações, sequelas e levar à morte. Portanto, as vacinas diminuem os riscos à saúde e, no caso dos pacientes miastênicos, elas podem ter um efeito menor devido ao comprometimento do sistema imunológico. Mesmo assim, a recomendação é que todos sejam imunizados contra as duas enfermidades.

Geralmente, a campanha de vacinação contra a gripe prioriza os idosos. Neste ano, devido à pandemia, eles foram transferidos para uma segunda etapa para que não haja conflito com o calendário de vacinação contra a Covid-19.

O grupo de pessoas acima de 60 anos deve começar a ser imunizado a partir de 11 de maio, quando a maioria já estiver protegida contra o coronavÍrus, de acordo com as expectativas. Já os indivíduos com comorbidades ou deficiências permanentes receberão a vacina entre os dias 09 de junho e 09 de julho.

“Entre as duas imunizações, é importante priorizar a vacina contra a Covid-19 e, na sequência, tomar a vacina contra a influenza, respeitando o prazo indicado entre as duas. Esse intervalo é importante para evitar efeitos colaterais inesperados ou até uma resposta imunológica menos eficiente, embora saibamos que nos pacientes imunossuprimidos o efeito das vacinas pode ser menor”, explica o Dr. Eduardo.

Vacina Coronavac / Butantan

A indicação é aguardar de 14 a 28 dias entre a primeira e a segunda dose desta mesma vacina.

É necessário esperar mais duas semanas para ser imunizado contra a gripe, que exige apenas uma dose.

Vacina AstraZeneca / Oxford

Nesse caso, a ordem da vacinação muda, pois o prazo entre a primeira e a segunda dose é de três meses. É indicado que, após a primeira dose desta vacina contra a Covid-19, a pessoa aguarde duas semanas para receber a vacina contra a gripe. A segunda dose da vacina contra a covid-19 será aplicada somente após dois meses e meio, não havendo interferência entre as duas.

Dr. Eduardo Estephan - Médico neurologista do Ambulatório de Miastenia do Hospital das Clínicas e do Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital Santa Marcelina, ambos de São Paulo.


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