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Abuso de drogas: fatores de risco para mulheres

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Uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que dos entrevistados, quase 5 milhões usaram alguma droga ilícita 12 meses antes do questionário e 2,3 milhões apresentaram dependência de álcool. Contudo, é percebido que os efeitos do abuso de drogas, se refletem nas relações sociais.

Para as mulheres, os fatores de risco são ainda maiores e podem vulnerabilizá-las ainda mais. Na medida que o uso de drogas faz com que elas deixem de exercer papéis socialmente esperados para elas, como o de boas mães, cuidadoras e provedoras. Esse peso da desigualdade de gênero, gera impactos no processo saúde-doença das mulheres e causa, geralmente, a dependência química.

Para entender melhor sobre os fatores de risco para mulheres em consequência do abuso de drogas, conversamos com o médico psiquiatra Marcel Vella Nunes do Hospital Santa Mônica. Confira!

O abuso de drogas por mulheres

A pós-modernidade é marcada por uma série de conquistas sociais que resultaram em maior liberdade às mulheres, no entanto, essa era segue se mostrando desigual. Apesar de hoje muitas mulheres serem “chefes de família” e exercerem dupla jornada de trabalho, elas ainda são subvalorizadas, com menores salários, estigmas e preconceitos, além, dos números alarmantes de violência de gênero e doméstica.

Essa desigualdade gera um impacto grande na vida das mulheres que afeta o seu processo saúde-doença, podendo causar o adoecimento físico e psíquico, e em muitos casos, o abuso de drogas, levando a dependência química ou do álcool. O fato de as mulheres estarem em uma posição desprivilegiada no seio social, faz com que muitas busquem nas substâncias psicoativas uma forma de lidar com todas as pressões sociais.

Os motivos que levam as mulheres a iniciarem o uso de drogas se diferem das razões masculinas. No geral, elas começam a utilizar essas substâncias a partir da ocorrência de eventos significativos, como violência doméstica, problemas psicológicos, problemas com o próprio corpo, autoestima, pressões profissionais, desestruturação familiar e problemas com saúde.

A inserção das mulheres no mercado de trabalho — ainda que seja uma conquista — somada às exigências sociais de feminilidade, colaboram para o sentimento de inadequação, os quais são um gatilho para o abuso de drogas, como álcool, medicamentos antidepressivos, anorexígenos e outras substâncias. Há também fatores biológicos que favorecem o uso de drogas, principalmente o abuso de medicamentos de prescrição.

Os efeitos do uso de drogas também são diferentes entre os sexos. “A mulher tem uma maior propensão a se tornar dependente do que os homens”, explica Dr. Marcel. A população feminina tende a ser mais impactada pelo uso abusivo de drogas, sofrendo de danos físicos, biológicos e cerebrais. A seguir falaremos mais sobre isso.

Os principais fatores de risco para mulheres

A própria forma como as mulheres buscam pelas drogas já é diferente dos homens. Como citamos, os motivos que levam a população feminina a buscar por essas substâncias divergem dos homens, que não apresentam um fator desencadeante típico, como as mulheres.

O consumo feminino tende a ser no estilo binge, que é fazer o uso de grande quantidade de drogas em um curto tempo. As mulheres tendem a consumir mais em menos tempo. Mas mais do que isso, as mulheres têm uma maior predisposição por se tornarem dependentes químicas ou do álcool. Isso porque, “o volume corporal de água das mulheres é menor que o dos homens. Assim a concentração de álcool ou de outras drogas no sangue é maior, ou seja, elas se intoxicam mais rápido”, revela o médico.

Além disso, cientistas que estudaram os efeitos do uso da droga, descobriram que as mulheres podem ter problemas relacionados à produção de hormônios, ciclo menstrual, fertilidade, gravidez, amamentação e menopausa. No entanto, dr. Marcel adverte que “não é o hormônio feminino que torna as mulheres mais sensíveis, é justamente ao contrário, as substâncias que afetam a produção hormonal”.

De acordo com o estudo “Sex and gender differences in substance use”, o uso de drogas, principalmente, estimulantes e psicoativas, pode prejudicar o nascimento de bebês, além de aumentar os riscos de aborto espontâneo, causar enxaquecas, convulsões e alterar a pressão arterial da mãe.

Além disso, o risco de natimortos é 2 a 3 vezes maior em mulheres que fumam tabaco ou maconha, abusam de medicamentos prescritos ou fazem uso de drogas ilícitas durante a gravidez. Segundo o American College of Obstetrics and Gynecology (ACOG) o uso frequente de maconha durante o primeiro e segundo trimestre de gravidez pode gerar bebês menores ou com a cabeça pequena.

Mulheres dependentes de álcool também têm uma maior predileção por desenvolver câncer de mama, sem contar que o uso abusivo do álcool pode afetar a função reprodutiva e sexual das mulheres. Assim como, o uso de cocaína altera o hormônio responsável pela produção de leite, chegando até mesmo a desenvolver essa produção, mesmo que a mulher não esteja grávida.

No entanto, mulheres têm uma maior dificuldade por procurar ajuda, principalmente durante ou depois de uma gravidez. Muitas delas têm medo dos julgamentos sociais, do abandono familiar ou de perder os filhos. Por isso, é especialmente importante a criação de programas voltados para o tratamento e prevenção do uso de drogas em mulheres, uma vez que como apresentado os fatores de risco são diferentes para elas.

No próximo tópico abordaremos mais de sobre o tratamento da dependência química, voltado para mulheres.

A importância do tratamento de dependência química

O primeiro ponto é que é preciso entender a diferença entre usuário e dependente. Enquanto o primeiro faz uso eventual, sem que o consumo afete a sua vida pessoal, profissional e seus comportamentos, o segundo não tem domínio sobre sua vontade de consumo. O hábito se torna uma prioridade no seu dia a dia, o que afeta negativamente a sua vida em diferentes aspectos.

A superação da dependência, na maioria das vezes, só é possível com o tratamento adequado. O processo de desintoxicação tende a ser muito difícil, mas é essencial para que o paciente possa recuperar a sua vida e ter hábitos mais saudáveis, por isso é muito importante procurar um hospital de confiança, como o Hospital Santa Mônica que há 50 anos é referência em psiquiatria.

As primeiras etapas de desintoxicação e acompanhamento terapêutico são as fases mais importantes do tratamento. Uma vez que para limpar o organismo, o paciente é submetido a um processo de redução do consumo até parar totalmente. E nessa fase é comum os sintomas de abstinência, como fissura intensa, violência, estresse, alucinações etc.

No entanto, é válido lembrar que o apoio e a presença da família também são igualmente importantes para o sucesso do tratamento. Muitas mulheres não procuram ajuda por pensarem que serão julgadas pelas suas famílias. “O sucesso do tratamento está diretamente ligado com a detecção e a intervenção precoce dessa dependência”, aponta o psiquiatra.

Por isso, fique atento em casos de abuso de drogas entre seus amigos e familiares. Caso alguém próximo a você esteja apresentando comportamento anormal, tente conversar com ela e sugira que juntos vocês procurem a ajuda de um psicólogo. Os fatores de risco para mulheres dependentes são muito graves, mas com cuidados precoces é possível reverter esse quadro.


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