Diário Econômico - Banco Original - terça-feira, 1 de fevereiro de 2022
Diário Econômico
O Diário de hoje comenta a abertura positiva dos ativos, com exceção das bolsas americanas e commodities de energia. Por aqui, a expectativa de que o BC sinalize alguma desaceleração no ritmo de alta já afeta a curva pré.
Comentário Original
Marco A. Caruso | Lisandra Barbero | Eduardo Vilarim
Mercados. Ativos essencialmente no azul nessa manhã, com exceção das bolsas EUA e commodities de energia. É interessante perceber que, nesse ambiente, o Ibovespa futuro abre levemente negativo. Juros das Treasuries dão alívio com autoridades do Fed alertando contra um aperto excessivo da política monetária.
Mary Daly, chefe do Fed de São Francisco, citou diferentes riscos que a economia norte-americana enfrenta, enquanto Esther George, presidente do Fed de Kansas City, afirmou que “não é do interesse de ninguém tentar perturbar a economia com ajustes inesperados”.
As falas soam como música para uma moeda que já performava muito bem no ano, como é o caso do real. Ontem a nossa moeda já havia quebrado a famosa média móvel de 200 dias (R$ 5,38/US$) e hoje abre em baixa (já abaixo de R$ 5,30/US$) com o espaço “aberto” pelo Fed. As moedas emergentes seguem avançando sobre o dólar, especialmente aquelas ligadas às commodities, com boa valorização essa manhã.
No mesmo sentido, a curva pré local recua pouco menos de 10 pontos um dia antes do COPOM. Com as notícias recentes do front inflacionário, com exceção do câmbio, as discussões entre analistas pediam para um comunicado do BCB que sinalize alguma desaceleração no ritmo de alta, hoje em 1,50 pontos percentuais, mas que não feche a porta para essa velocidade historicamente “extrema”.
Diesel. O governo avalia maneiras de reduzir os impostos sobre combustíveis, focando na redução apenas dos tributos sobre diesel e gás de cozinha, o que foi confirmado ontem por Arthur Lira. O objetivo inicial é a redução do PIS/Cofins, que custa hoje R$ 0,33 por litro ao consumidor. A fim de “driblar” a LRF (que exige a necessidade de compensação de receita), o governo deve apresentar a proposta como Lei Complementar em substituição à PEC.
Fundo de estabilização. Apesar do governo ter descartado a ideia de criação de um fundo de estabilização dos preços de combustíveis (inclusive temendo que o fundo não acompanhe a volatilidade dos preços internacionais), os governadores decidiram insistir no tema e convidaram representantes do Congresso, da Petrobrás e dos municípios para uma reunião nesta quinta-feira (03), no Fórum de Governadores (DF). Sem o apoio do Executivo, a ideia é pressionar pela votação do projeto de lei 1.472, que cria o programa de estabilização do petróleo e derivados.
IPI. A equipe econômica ressucitou o debate sobre o fim do IPI sobre todos os produtos, exceto cigarros e bebidas. A proposta não dependeria de aprovação do Legislativo nem haveria risco de ser modificada e receber acréscimos. Além disso, a redução do IPI também afetaria os planos de governadores e prefeitos de elevar gastos porque 50% das receitas desse imposto e do Imposto de Renda são transferidos a estados por meio dos Fundos de Participação (que somaram R$ 19 bi só em janeiro).
Capital estrangeiro. Dados divulgados pela B3 até o dia 26 de janeiro mostram que a entrada líquida de capital estrangeiro na bolsa local somou R$ 24,847 bilhões, superior aos R$ 14,5 bilhões de dezembro e equivalente a 35,1% do total de 2021 (R$ 70 bilhões). O valor também é maior do que o mesmo período do ano passado (R$ 23,5 bi) e vem como surpresa positiva diante do cenário atual: tensão com eleições, expectativa de Selic a dois dígitos, desajuste de contas públicas e aperto monetário global. O Brasil está sendo visto como uma espécie de hedge pelo investidor estrangeiro, considerado “barato” e que tende a apresentar retornos positivos diante da valorização das commodities (Vale, Petro e bancos sendo muito demandados).
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