Diário Econômico - Banco Original - 13 de dezembro de 2021
Marco A. J. Caruso
Lisandra Barbero
Eduardo Vilarim
Diário Econômico
O Diário de hoje comenta as divulgações da agenda internacional dessa semana, que contam com as decisões de política monetária dos EUA e Europa, além das expectativas do mercado quanto ao tapering. Por aqui, a promulgação da segunda parte da PEC dos Precatórios e a divulgação da Ata do Copom e RTI entram no radar.
Comentário Original
Mercados. Ativos com leve viés positivo, especialmente no futuro das bolsas. Entre as moedas, vemos tendência de dólar forte entre desenvolvidos e certa dispersão entre emergentes. Real abre com ligeira perda; a venda de US$ 687 milhões no mercado à vista por parte do BC na sexta-feira sem novos anúncios sugere uma ação pontual. Entre as commodities, queda do petróleo contrasta com alta das metálicas, com agro/softs sem direção única.
Para a semana, será interessante acompanhar a reação dos mercados para as 20 decisões de taxa de juros pelo mundo, incluindo EUA e Europa. Para o Fed, a expectativa já é de aceleração na retirada dos estímulos, de US$ -15 bi de compras de títulos por reunião para US$ -30 bi.
Esse é um dos grandes temas de 2022: quando/quantas altas de juros teremos nos EUA. Por enquanto, boa parte da alta da curva de juros americana é explicada pelo aumento da inflação implícita, mas a variável com maior potencial de desestabilizar os demais mercados seria uma elevação dos juros reais, necessária para, de fato, estabilizar a alta dos preços. Hoje, os juros reais seguem negativos para além dos vencimentos de 30 anos, o que poderia começar a mudar com um Fed mais duro.
Na discussão sobre juros e bancos centrais, o destaque por aqui fica com a primeira queda em meses das projeções de inflação do Boletim Focus, tanto para 2021 como para 2023/2024; 2022 estabilizou-se em 5,02%. O movimento se soma à comunicação do Copom de juro mais altos por mais tempo e à surpresa positiva – em termos de menos inflação – do último IPCA na sexta-feira e desenha uma nova suavização da curva prefixada nos vencimentos de médio/longo prazo, em linha com a tendência dos últimos 2 meses.
Orçamento 2022. O relator Hugo Leal está aguardando a segunda parte da PEC dos Precatórios, que foi para a Câmara, para fechar o projeto do Orçamento. De acordo com ele, com a nova correção do teto de gastos, ampliam-se também as despesas obrigatórias, de forma que pelo menos metade do espaço (estimado hoje em pouco mais de R$62,2 bilhões) sejam destinados a tais despesas. O deputado afirmou também que avalia estender aos demais Poderes um corte de 6% das despesas discricionárias a fim de acomodar outros gastos, como o aumento do fundo eleitoral e das emendas de relator.
PEC dos Precatórios. Segundo Rosa Riscala, Arthur Lira tentará resgatar o texto da PEC dos Precatórios aprovado pelos deputados, derrubando as alterações feitas pelo Senado. Na principal mudança, os senadores vincularam o espaço fiscal aberto no Orçamento/2022 de R$ 106,1 bilhões, ao Auxílio Brasil e a despesas previdenciárias, para evitar o que chamaram de “farra fiscal” nas emendas do relator (RP9).
Ômicron. A liminar de Roberto Barroso que obriga apresentação do passaporte da vacina a todos os viajantes que cheguem do exterior será julgada pelo plenário virtual do STF entre terça e quarta.
IR defasado. Segundo a Unafisco, a defasagem da tabela do IRPF fará a Receita Federal cobrar R$ 149 bilhões a mais da população no próximo ano, acima do que seria devido se os números fossem reajustados pela inflação desde 1966. Caso a aplicação ocorresse, a faixa salarial isenta subiria para R$ 4.469,02, acima dos atuais R$ 2.500 prometidos.
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