Brasil,

Respostas setoriais positivas

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Arnaldo Francisco Cardoso

Foi muito bem recebido por analistas de mercado, o recente anúncio pelo IBGE da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) revelando o crescimento de 8,9% da produção industrial em junho, na comparação com maio. Esse resultado não é suficiente para recompor a perda acumulada de 26,6% do setor nos meses de março e abril, mas foi um bom sinal.

Esse sinal positivo atenuou o temor de agentes econômicos com os seguidos resultados negativos na economia no contexto da vigência das medidas de segurança sanitária para contenção da escalada da curva pandêmica, como vem ocorrendo em todo o mundo.

Além da indústria, bons sinais de resiliência (capacidade de adaptação às mudanças) estão vindo de outros setores, como é o caso da construção civil. O setor é integrado por diversas cadeias produtivas de serviços e da indústria e responsável pela geração de milhões de empregos. Vale lembrar que entre 2015 e 2017, anos de queda das atividades do setor, houve a perda de 508.973 empregos. Os anos de 2018 e 2019 registraram uma retomada e, consequentemente foram criados mais de 150 mil empregos. Em 2019 as empresas de construção civil com capital aberto alcançaram a maior alta setorial (106%) no Ibovespa. Já no primeiro trimestre de 2020 os papéis das nove principais empresas do setor (incorporadoras e construtoras) na Bolsa tiveram quedas entre 60,21% e 31,06%.

Depois de semanas de paralisação de canteiros de obras, entidades do setor da construção civil como o Serviço Social da Construção Civil (SECOVI’s) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), elaboraram uma "Cartilha de Boas Práticas" para orientação dos trabalhadores das empresas construtoras no país, para um retorno ao trabalho com medidas de proteção.

Certamente o nível de compreensão e a qualidade das respostas não são homogêneas num setor tão extenso de empresas e com reconhecido déficit de modernização de ideias e processos.

A formação de fóruns digitais de discussão e compartilhamento de experiências e soluções é motivo de otimismo quanto ao potencial de promoção da elevação do nível de compreensão dos desafios postos para a modernização do setor.

A indústria do cimento no Brasil também registrou bons resultados no mês de junho com crescimento de 24% em comparação a igual período de 2019. Entidades do setor avaliam que as reformas residenciais foram um importante estímulo para esse crescimento. O resultado do primeiro semestre do ano revelou crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior. O crescimento foi registrado em todas as regiões do país com destaque ao Nordeste.

As pequenas reformas

Alavancado pelo estilo "obra formiguinha", o setor de materiais de construções registrou alta de 5,5% em seu faturamento no período de março a julho de 2020 como indicou o ICVA, indicador de varejo da Cielo.

Além dos benefícios para a indústria e varejo de materiais de construção, essas reformas contribuíram com a geração de renda para pequenas empreiteiras e profissionais autônomos.

Com a necessidade do isolamento social as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa e sentir a necessidade de tornar seus espaços mais adequados para as novas necessidades como a prática do home office. Além do setor de materiais de construção, o de utilidades domésticas, arte e decoração, jardinagem, entre outros, registraram aumento de vendas.

Quanto as formas do comércio no setor em tempos de pandemia, o que se viu foi um significativo aumento do e-commerce e uma variedade de serviços on-line de apoio ao cliente oferecidos por fabricantes e pelos principais home centers do país.

As novas formas de trabalho em casa têm inspirado também as construtoras que já estão incorporando o home office em plantas residenciais e a proposta de uma área de coworking em áreas sociais de condomínios.

Esses são alguns exemplos de adaptação e respostas criativas diante de problemas e que são capazes de estimular negócios.

Medidas para a facilitação da contratação de crédito imobiliário como as anunciadas pela Caixa Econômica Federal também tem contribuído para o bom desempenho do setor da construção civil.

Algumas lideranças do mundo corporativo têm manifestado confiança na capacidade das empresas em reconhecer e incorporar em suas missões, de forma mais efetiva, princípios de responsabilidade social, sustentabilidade, transparência e o desafio de realização de negócios de impacto social.

A aproximação de um número crescente de empresas com o ecossistema de negócios de impacto é um sinalizador importante de mudanças no mundo corporativo no Brasil. Mas para que os sinais positivos vindos do setor privado possam realizar a tão esperada e necessária modernização da economia brasileira, o setor governamental precisará cumprir sua função.

Como bem escreveu em 1926 o economista britânico John Maynard Keynes "O importante ao governo não é fazer coisas que os indivíduos já estão fazendo, e fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior; mas fazer aquelas coisas que não são feitas de forma alguma". Cabe acrescentar: e que só o governo dispõe dos meios para fazer e é para essas coisas que existe.

Arnaldo Francisco Cardoso é professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie Alphaville.


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