As várias de uma marca
- Por Patricia Martins*
Além de confundir o consumidor, a mudança de uma marca ao longo de sua jornada no mercado também gera prejuízos devido à tramitação judicial e comunicação que devem ser transferidas para aquela que está nascendo. Não por acaso, algumas enfrentam a perda de clientes. E não faltam exemplos disso.
Entre estes casos está o da rede de supermercados “Barateiro”. Quando o empresário Abílio Diniz contatou, após pesquisas de mercado, que nenhuma das marcas do “Grupo Pão de Açúcar” atingia as classes C e D, ele resolveu comprá-la. No entanto, também por meio de estudo mercadológicos, percebeu-se que a rede era uma espécie de “afronta” às donas de casa: elas não queriam apenas comprar produtos baratos, mas, principalmente buscavam produtos de qualidade.
Então, foi assim que o “Barateiro” se transformou no “CompreBem”. Com o passar do tempo, e com as oscilações do mercado, esta marca também foi descartada, ressurgindo no fim de 2015 com o novo nome e conceito, “Aliados CompreBem”. A nova estratégia trouxe a proposta de transformar estabelecimentos comerciais já existentes em aliados, fornecendo know-how e descontos nas compras dos lojistas.
Para isso, exigiu apenas a fidelidade do parceiro, ou seja, que ele compre somente do “Grupo Pão de Açúcar” e não de outros fornecedores. Este novo formato de parceria é inovador no mercado varejista brasileiro. Contudo, caso não dê certo, poderá acarretar em prejuízo para ambos os envolvidos.
A título de conhecimento, aconteceu algo parecido com um famoso chocolate da “Nestlé”. Entre 1980 e 1992, o “Lollo” fazia parte da caixa de bombons “Especialidades”. Todavia, por determinação da Nestlé Internacional, ele foi substituído pelo “Milkybar”. Anos depois, acompanhando as discussões nas redes sociais, percebeu-se o desejo nostálgico que seu público tinha pela volta do primeiro. Assim, em 2012, o “Lollo” retornou. Então, ficou uma grande pergunta no ar: e, no meio disso tudo, como ficaria quem gostava do seu substituto?
Neste caso, vale fazer uma ressalva que pode ser aplicada não apenas a este, como também a outros casos. Respeitar o consumidor requer prudência na hora de tomar decisões administrativas. Alguns consumidores podem não entender o vai e vem da marca e acabar optando por não consumir mais o determinado produto.
O estrago gerado pode ser grande e talvez irreversível. Da mesma forma que há um trabalho para consolidar uma marca perante seu público-alvo, também há o mesmo empenho em trabalhar a nova e tão igual, quanto trazer a antiga ao mercado. Mudanças fazem parte de todo e qualquer segmento, mas, é preciso levar em consideração todas as hipóteses para que nem o público nem a empresa sejam prejudicados por determinadas decisões.
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