CNseg projeta crescimento de 8% para o mercado de seguros em 2026 (Destaque)
Mesmo diante dos efeitos da cobrança do IOF nos planos de Previdência Aberta, o Setor Segurador brasileiro deverá crescer 8% em 2026, de acordo com projeção divulgada nesta quinta-feira (11) pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). A estimativa considera todos os segmentos, exceto a Previdência Aberta, que ainda não dispõe de parâmetros suficientes para cálculo em razão da mensuração do IOF.
O presidente da Confederação, Dyogo Oliveira, destacou que o impacto do IOF ainda é muito imprevisível, especialmente porque, no próximo ano, haverá novamente uma mudança de regra. “Até 2025, depósitos de até R$ 300 mil por seguradora estão isentos de IOF. Em 2026, o limite passa para R$ 600 mil, mas a regra passa a considerar também o agregado de mercado, ou seja, somando todos os aportes do segurado em uma ou mais seguradoras. Não há como antecipar como o cliente irá se comportar diante desse novo cenário”, citou.
Mesmo assim, de acordo com o executivo, o crescimento projetado é positivo. “Com uma inflação estimada em 4%, estamos falando de um avanço real de 4%, um crescimento robusto e distribuído entre diversos ramos do setor.”
A CNseg também divulgou suas projeções macroeconômicas para 2026. O Produto Interno Bruto (PIB) pode alcançar crescimento de 1,95%, percentual mais otimista do que o previsto pelo Boletim Focus do Banco Central, que projeta alta de aproximadamente 1,8%. A entidade projeta ainda uma taxa Selic de 12% ao final do ano, contra os 15% deste ano. Já o IPCA estimado para 2026 é de 4,08%, e o câmbio médio de R$/US$ 5,38.
Seguro Automóvel
Entre os produtos com melhor desempenho projetado para o próximo ano, o seguro Automóvel deve crescer 7,7% em 2026. Entre janeiro e setembro deste ano, o produto arrecadou R$ 45,2 bilhões, alta de 6,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O avanço reflete principalmente a estabilidade da sinistralidade, que se manteve em 59,8% até setembro de 2025, e o aumento das vendas de veículos – em especial, os elétricos e híbridos, que, de acordo com dados da Fenabrave, seguem atraindo consumidores, podendo fortalecer a demanda pelo produto no próximo ano.
Seguro Habitacional
O seguro Habitacional também segue em trajetória de expansão, acompanhando o aquecimento do mercado imobiliário. A projeção é de crescimento de 10,2% em 2026. Entre janeiro e setembro deste ano, o produto registrou alta de 12,2%, totalizando R$ 5,9 bilhões arrecadados.
Segundo a ABRAINC, nos oito primeiros meses deste ano, houve crescimento de 25,2% no número de unidades lançadas no país, impulsionado principalmente pelo programa Minha Casa Minha Vida.
Estudo da ABRAINC, em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, mostra que a intenção de compra de imóveis nos próximos 24 meses permanece elevada, especialmente entre consumidores da Geração Z, dos quais 62% demonstram algum grau de intenção de adquirir um imóvel.
Seguros Transporte e Garantia
O segmento de Transporte também apresenta boas estimativas para o próximo ano. A CNseg projeta alta de 6,6%, resultado influenciado pela expansão do comércio eletrônico e pela maior demanda logística. Mesmo com a redução na procura por bens industriais e com o arrefecimento da demanda da produção agropecuária, o avanço permanece sustentado pelas operações do embarcador nacional, do embarcador internacional e do transportador.
Outro destaque é o seguro Garantia, essencial em obras públicas, concessões, licitações e contratos fiscais. O produto deve crescer 12,1% em 2026, impulsionado pelo aumento esperado na demanda por Garantia Judicial, motivado pela expectativa de baixa no estoque de processos do Carf, a ser liquidado até 2026, pela entrada em vigor da nova Lei de Seguros, pela Reforma Tributária e pelo investimento de R$ 1,7 trilhão previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até 2027.
Seguro Rural
Por outro lado, o desempenho do seguro Rural segue como ponto de alerta para o setor. O produto deve crescer apenas 2,3% em 2026, impactado pela inadimplência elevada em 2025, que chegou a 11,4% em outubro — o maior patamar da série histórica — e pelas incertezas em torno do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).
Em 2025, o PSR cobriu 2,2 milhões de hectares, menos de 5% da área agricultável nacional. Apesar das limitações, o produto apresenta melhora em relação à expectativa para 2025, que aponta para uma queda de 6,4%.
A CNseg destaca ainda a possibilidade de uma revisão positiva neste produto, caso a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 seja aprovada e o Projeto de Lei nº 2.951/2024 avance no Congresso, transformando a subvenção ao prêmio do seguro rural em despesa obrigatória da União e permitindo a implementação do Fundo de Catástrofe, com aportes públicos de até R$ 4 bilhões.
Mercado segurador de janeiro a setembro de 2025
Nos três primeiros trimestres de 2025, o Setor Segurador ratificou seu papel essencial na proteção financeira de famílias e empresas. Quase R$ 200 bilhões foram pagos aos consumidores por meio de indenizações, resgates, benefícios previdenciários e sorteios de capitalização, crescimento de 9,7% — desconsiderado o segmento de Saúde — em relação ao mesmo período de 2024.
Do lado das receitas, o setor movimentou R$ 313 bilhões até setembro, mas registrou queda de 3,4% em relação ao ano anterior, influenciada pelo comportamento dos planos de Previdência Aberta. Ainda assim, os demais segmentos mantiveram desempenho sólido e têm garantido a expansão do mercado.
Sobre a CNseg
A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) congrega as empresas que compõem o setor, reunidas em suas quatro Federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap). A missão da CNseg é prover serviços que melhoram a vida das pessoas e a realização dos negócios, permitindo o crescimento da economia brasileira.
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