Hospital da baixada fluminense é o primeiro do Brasil a receber selo de excelência no diagnóstico e tratamento de sepse

O Hospital de Clínicas Mário Lioni, localizado em Duque de Caxias, na baixada fluminense, recebeu nesta quinta-feira, 4 de maio, a certificação de Excelência por Distinção na Identificação Precoce e no Tratamento da Sepse, do Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS) e da Organização Nacional de Acreditação (ONA). O selo, concedido pela primeira vez no Brasil, foi entregue durante o XIV Fórum Internacional de Sepse, em São Paulo. Popularmente conhecida como infecção generalizada, a sepse é a principal causa nacional de morte de pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Segundo o ILAS, a letalidade da doença está em torno de 55% nas UTIs – no Mário Lioni, uma série de medidas de controle aplicadas reduziu esse índice a 13% em 2016.

Apesar de recorrente – no Brasil, são registrados cerca de 400 mil casos por ano – uma pesquisa do Instituto Datafolha apontou que 86% dos 2.100 entrevistados nunca ouviu falar da doença. Esse fato e a dificuldade do diagnóstico são alguns dos fatores que levam à alta letalidade, avalia Pablo Quesado, diretor médico do Hospital de Clínicas Mário Lioni. “Alguns sintomas da sepse, como falta de disposição, sede, calafrios e baixa produção de urina, são comuns também a outras doenças – por isso, muitas pessoas demoram a se dirigir ao pronto-socorro. A agilidade no diagnóstico e no início da administração de medicamentos é essencial para o sucesso do tratamento”, explica o médico.

Para ajudar a disseminar o conhecimento sobre a doença, o hospital exibe em suas salas de espera um vídeo que explica, de forma didática, como a sepse se desenvolve. “A sepse surge sempre de um foco principal de infecção. O organismo, ao tentar combatê-la, acaba respondendo com uma inflamação que pode comprometer o seu funcionamento. Se não tratado a tempo, o sistema circulatório pode ser afetado, levando à disfunção de órgãos, ao choque séptico e, até mesmo, à falência múltipla dos órgãos e, consequentemente, à morte”, esclarece Quesado.

Para alcançar níveis de controle que são referência no país, o Hospital de Clínicas Mário Lioni investiu em uma série de medidas que vão desde o treinamento de seu corpo clínico à definição de novos protocolos de tratamento, estabelecendo o tempo de uma hora entre o diagnóstico e o início da intervenção. Nesse período, são realizados exames clínicos e laboratoriais, análise dos resultados, controle e monitoramento da pressão arterial e dos níveis de ácido lático, administração de medicamentos e hidratação, entre outros procedimentos. Isso permite que a equipe de saúde multidisciplinar acompanhe detalhadamente a evolução do quadro do paciente, com maior controle sobre o desfecho.

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