Na corrida da IA, jovens da geração Z criam startup que já fatura R$ 1 milhão
Em um mundo onde a comunicação é cada vez mais digital, processos seletivos que exigem habilidades humanas como a oratória ainda deixam até mesmo os candidatos mais preparados desconfortáveis... Essa foi a dor que o ASF — edtech fundada em 2020 por Enrico Gazola — resolveu tão bem que acabou sendo adquirida pelo Grupo CPV no início deste ano. Em 2023, a startup criou uma inteligência artificial de treinamento com precisão quase humana para preparar esses estudantes, o que poucos sabiam é que esse projeto acabaria sendo o ponto de partida para a criação de uma nova empresa que hoje está redefinindo como as companhias brasileiras acessam a revolução da IA.
A Nero.AI nasceu oficialmente em outubro do mesmo ano, mas sua história começou um pouco antes, quando Gabriel Valentim — engenheiro de computação, então pesquisador em machine learning e cientista de dados no BTG Pactual — foi chamado por Enrico para apoiar tecnicamente o projeto de AI do ASF. “Eu já vinha atendendo pessoas com demandas técnicas em IA e percebia um padrão de dúvidas e necessidades que se repetia. Quando o Enrico me chamou, percebi que essa dor era mais comum do que parecia.”, lembra Gabriel.
Amigos e ex colegas de faculdade no Insper, Enrico (economista e empreendedor) e Gabriel (cientista e engenheiro) sempre compartilharam conversas sobre tecnologia, negócios e IA. Com quatro anos de pesquisa em deep learning e mecânica estatística, Gabriel já enxergava a IA como o próximo campo inevitável de transformação.
“Nós já falávamos sobre o tema com frequência. E naquele momento, eu vi que estava diante de algo maior. Então sugeri montarmos uma empresa disso. Era hora de criar algo estruturado.”, conta Gabriel.
E foi assim que a dupla iniciou a jornada da Nero.AI com uma visão clara: resolver problemas técnicos reais de empresas que queriam surfar a onda da inteligência artificial, mas não sabiam por onde começar. “Com a explosão do ChatGPT, o mercado foi tomado por ansiedade e desinformação. Muita gente queria implementar IA, mas não tinha braço técnico — como era o meu caso no ASF. E foi aí que decidimos ser esse braço”, completa Enrico.
IA sob medida para empresas
Em um mundo em que a programação tradicional se torna cada vez mais obsoleta diante do avanço do “vibe coding” e das plataformas low-/no-code, ainda há muita gente sem saber por onde começar — ou tropeçando em desafios de arquitetura que essas soluções não resolvem. É justamente aí que a Nero entra em cena.
A Nero.AI se posiciona como um novo modelo de software house e consultoria de inteligência artificial B2B. O foco é atuar como o braço de IA de outras empresas, construindo soluções inteligentes para problemas específicos, especialmente nos setores jurídico, financeiro, saúde e educação.
A startup oferece serviços em três frentes principais. A primeira é a consultoria, em que avalia o cenário do cliente e propõe formas concretas de aplicar IA para melhorar processos e resultados. A segunda é o desenvolvimento sob demanda, no qual constrói produtos personalizados, como sistemas inteligentes, agentes e automações baseadas em linguagem natural. A terceira é a capacitação, oferecendo cursos técnicos e bootcamps para formar desenvolvedores e líderes capazes de entender e aplicar IA em suas realidades.
O diferencial está na especialização técnica e na capacidade de modularizar soluções, criando “legos” reutilizáveis que aceleram o tempo de entrega e reduzem custos.
“Ao invés de reinventar a roda a cada cliente, a gente patenteou estruturas técnicas, e as reaproveitamos em projetos distintos, focando na personalização para cada usuário.” explicou Valentim.
Clientes, produtos e operação
A Nero já se envolveu com mais de 100 projetos, e já desenvolveu mais de trinta produtos, com destaque para o sistema Hermes da Fundação Lemann, um recomendador interno de especialistas; o produto de educacão Hubot, criado pelo Insper, para fomentar o empreendedorismo de seus alunos; e outras soluções sob medida desenvolvidas para empresas como BTG Pactual, Adapta.Org, Poder360, CP Legal, entre outras.
A equipe é composta por 12 pessoas, sendo sete desenvolvedores full-time e cinco profissionais dedicados às áreas de negócios, marketing e operações. Quase todos os devs têm histórico em pesquisa acadêmica, “Cerca de 70% da equipe já atuou ou atua em ambientes acadêmicos de alto desempenho. Isso garante uma conexão direta com o que há de mais atual no campo da inteligência artificial” explica Valentim.
Modelo de negócio e diferenciais
A Nero nasceu sem investimento externo. Com capital próprio dos sócios, a operação se pagou em menos de três meses e segue no modelo bootstrap. A empresa não pretende captar investimento tão cedo, mas não descarta abrir essa possibilidade a partir de 2026, caso haja necessidade para escalar produtos próprios.
Os projetos podem ser entregues em dois formatos. Em um deles, a Nero fornece uma API exclusiva, treinada com dados e fluxos fornecidos pela empresa cliente. Em outro, há a transferência completa da propriedade intelectual para o cliente, que incorpora o sistema internamente. Em ambos os casos, a Nero oferece suporte, manutenção e atualizações contínuas.
Segundo Enrico, os diferenciais da empresa vão além da velocidade e do custo competitivo. A Nero aposta em segurança, eficiência e personalização como pilares de sua atuação. “O cliente não está comprando só código, está comprando uma inovação constante”, reforça.
Além disso, a Nero faz um trabalho de fomento muito grande à comunidade B2C, com um canal de comunicação de curiosidade de IA no instagram, e uma newsletter personalizada de IA que já conta com mais de mil assinantes.
Visão de futuro
Em 2024, a Nero faturou aproximadamente R$ 500 mil. A meta para 2025 era dobrar esse número e atingir R$ 1 milhão em receita, o que já aconteceu no segundo semestre, antes do ano encerrar. Para o ano seguinte, o plano é desenvolver e lançar produtos próprios da Nero mais escaláveis, com foco em setores estratégicos como jurídico, finanças e educação.
“Sabemos que nosso modelo de negócio atual é ampliável mas não escalável, por isso queremos apostar na criação de micro SaaS para aumentar nossa receita recorrente. Enquanto isso, estamos em um discovery remunerado, descobrindo as dores do mercado para cada cliente novo que aparece com um problema para resolvermos”, diz Enrico.
Mesmo jovem, a startup já conquistou prêmios e reconhecimentos relevantes. Foi campeã do Gema AI Challenge do Google e do Groq Award Challenge, e garantiu o pódio em outras competições como o Hackaton Llama Impact da Meta (tanto Brasil, quanto o Latam), o Hackaton AI & Cloud do Cubo Itau, e do Hackaton AI4Good organizado por Harvard & MIT.
IA que entende o Brasil
A Nero quer ser a ponte entre a IA de ponta e a realidade das empresas brasileiras. Para isso, aposta na combinação de conhecimento técnico profundo, escuta ativa do cliente e flexibilidade de execução.
“A gente quer democratizar o acesso à IA útil. Não é sobre buzzwords, é sobre resolver problemas reais com tecnologia que se adapta às necessidades locais”, conclui Valentim.
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