Captação de investimentos em 2026: passos essenciais para um planejamento eficiente

Entramos em um novo ciclo de investimentos. Depois de dois anos marcados por retração global, o mercado começa a mostrar sinais de retomada, mas não para todos. O capital voltou a circular, porém com muito mais seletividade. Como investidora e mentora de startups SaaS, gosto de dizer que 2026 não será um ano para amadores, será um ano para fundadores preparados.

Relatórios recentes mostram isso com clareza. O Global Venture Capital Report 2024, da PitchBook, indica que os aportes globais cresceram pouco mais de 6% no último ano, mas ainda estão muito abaixo do pico registrado em 2021. Já a CB Insights aponta que 35% das startups encerram as atividades por falta de caixa, e não por falta de produto ou tecnologia. Isso reforça uma realidade que repito há anos: captação não começa na reunião com o investidor, começa meses antes, na organização dos números, métricas e processos.

1. Planejamento financeiro não é opcional

Para captar em 2026, o primeiro passo é ter clareza absoluta sobre caixa, burn rate e runway. Sem isso, não existe conversa séria com nenhum fundo. Investidores querem ver projeções realistas, e não promessas otimistas. Se a startup não sabe quanto gasta por mês, quanto tempo tem de pista e quanto custa adquirir um cliente, a captação não avança.

2. CAC, LTV e margens vão definir quem passa da triagem

Costumo orientar os fundadores a não apresentarem indicadores maquiados. O mercado está cansado de pitches que mostram crescimento, mas não mostram eficiência. A relação entre CAC e LTV precisa estar positiva ou, no mínimo, em evolução. Em 2024, um levantamento da Bessemer Venture Partners reforçou que negócios eficientes, e não apenas os de crescimento acelerado, foram os que mais receberam aporte. Essa tendência deve se intensificar em 2026.

3. Narrativa clara importa tanto quanto números

Captação é racional, mas também é emocional. O investidor avalia os dados, mas também avalia clareza, visão e a capacidade do fundador de explicar o problema que resolve. Quando liderava equipes comerciais com mais de 250 vendedores, aprendi que pessoas compram clareza, não complexidade. Isso vale igualmente para investidores. O pitch para 2026 precisa responder três perguntas de forma objetiva: por que o problema é grande, por que você é o melhor time para resolvê-lo e por que agora.

4. Relacionamento vale mais do que pitch deck

Uma pesquisa da First Round Capital mostrou que 92% dos founders bem-sucedidos construíram relacionamento com investidores antes da primeira captação. Em 2026, isso será ainda mais determinante. Investidores querem proximidade, querem acompanhar a evolução e querem ver consistência no dia a dia, e não apenas em uma apresentação de 15 slides. Comece antes, apareça mais, converse com fundos mesmo quando não estiver captando.

5. Execução comercial será o maior diferencial

Nos últimos meses, observei um padrão claro. Startups com fundadores que dominam execução comercial, e não necessariamente que vieram de vendas, avançam mais rápido. Uma análise do Marketing Science Institute já indicava que startups com cofundadores oriundos de marketing e vendas têm probabilidade maior de obter financiamento externo. No nosso portfólio, essa tendência se repete: eficiência comercial encurta ciclos de venda, melhora métricas e acelera tração. É por isso que afirmo que os maiores cases de 2026 serão construídos por equipes capazes de transformar produto em receita, e não apenas em tecnologia.

6. 2026 será um ano de consolidação

Minha previsão para 2026 é direta: veremos uma separação mais clara entre startups preparadas e startups que insistem em operar de forma improvisada. O capital vai continuar existindo, mas vai para quem comprova maturidade. Vai para quem mede, revisa, testa, corrige e entrega. Vai para quem trata captação como processo, e não como evento.

Como investidora, meu olhar se volta para fundadores com visão e disciplina. Para negócios que entendem que planejamento financeiro não é burocracia, mas estratégia. Para times que unem produto, dados e vendas com capacidade real de execução. No fim, a lógica é simples: captar é consequência. A preparação é a causa. E quem entender isso agora estará anos à frente quando 2026 começar de verdade.

Sobre a Start Growth

A Start Growth começou a investir em startups em 2014 e, de lá para cá, vem ajudando no desenvolvimento de negócios escaláveis e na formação de empreendedores. Adotando o método Start Growth Method, a Venture Capital já ajudou a tirar muitos negócios do “vale da morte”, possibilitando “exits” muito rentáveis para os acionistas.

Para mais informações, acesse o site, linkedin ou pelo instagram.

Sobre Marilucia Silva Pertile

É uma investidora especializada em acelerar negócios SaaS. Formada em Administração de Empresas e com especializações em Valuation de Startups, Gestão Comercial e Planejamento Estratégico, ela possui um currículo que transpira expertise. Além disso, é certificada em Coaching Executivo e Gestão de Pessoas. Sua trajetória inclui experiência como diretora comercial em empresas de tecnologia de grande porte e também como gerente regional de vendas em renomadas corporações multinacionais de tecnologia. Seu sucesso no universo das vendas é inegável.

Como fundadora da Start Growth e mentora de startups, Marilucia utiliza linguagem dinâmica e atual, capaz de inspirar reflexões e abrir novos caminhos de negócios. Seu foco é orientar e impulsionar startups, garantindo resultados expressivos para os empreendimentos que apoia.