Brasil,

O papel do mercado segurador na viabilização e mitigação de riscos para energias renováveis (Destaque)

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Sidney Cezarino, Diretor de Seguros da Tokio Marine Seguradora Sidney Cezarino, Diretor de Seguros da Tokio Marine Seguradora

A necessidade de seguros para amparar o avanço das energias renováveis foi o tema central das palestras promovidas pela Tokio Marine, nesta quinta-feira (13/11), na Casa do Seguro, espaço de debates da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) na COP30. Especialistas dos setores de energia solar, eólica e seguros apresentaram um panorama otimista do potencial do país, que já possui uma das matrizes elétricas mais limpas do G20, mas também alertaram para os desafios regulatórios, de infraestrutura e de financiamento que precisam ser superados. O papel do mercado segurador como viabilizador e mitigador de riscos para novas tecnologias — desde o armazenamento em baterias e hidrogênio verde até projetos eólicos offshore e data centers — foi o fio condutor das discussões.

O diretor de Seguros da Tokio Marine Seguradora, Sidney Cezarino, apresentou um panorama econômico e estratégico da companhia, destacando a agenda de descarbonização e o consequente avanço na oferta de produtos voltados à economia verde, em especial os produtos para o setor energético.

A Tokio Marine, segundo Sidney, oferece soluções que cobrem todas as fases dos projetos, da construção à operação, com produtos voltados para geração, transmissão e distribuição de energia, com destaque para o seguro de risco de engenharia, considerado essencial para o financiamento e execução de obras de infraestrutura. “Nenhum projeto de energia nasce sem uma apólice sólida de engenharia”, observou o diretor. A seguradora também criou o produto Energia Sustentável Integrada, que reúne em uma única apólice as fases de obra, transferência e primeiro ano de operação, eliminando lacunas de cobertura que costumavam gerar risco para agentes financeiros e investidores.

Os produtos abrangem desde instalações residenciais e rurais de pequeno porte até complexos eólicos e solares de grande escala, com coberturas complementares como limpeza e manutenção de painéis solares.

Hoje, segundo Cezarino, a companhia responde por 14% da capacidade instalada de energia solar e eólica no Brasil, o equivalente a 4,8 gigawatts em eólicas e 1,1 gigawatt em solares. “É uma participação expressiva que reflete o papel do seguro como facilitador de investimentos sustentáveis”, avaliou.

No campo ambiental e de governança, a seguradora reforçou o alinhamento às melhores práticas internacionais, sendo signatária do Pacto Global da ONU, com certificações de transparência e gestão climática, e obteve o selo Carbon Free, ao compensar integralmente suas emissões por meio de créditos de carbono. “O compromisso com ESG é um eixo estratégico do nosso crescimento”, declarou Cezarino.

O Futuro e a Importância da Transição Energética

No painel “O Futuro e a importância da transmissão energética”, Sauaia apresentou um panorama detalhado do setor solar, destacando o papel do seguro como instrumento essencial para a consolidação da infraestrutura energética sustentável no país.

Desde 2012, informou, o segmento de energia solar no Brasil já atraiu quase R$ 280 bilhões em investimentos, movimentando toda a cadeia produtiva — da indústria de equipamentos às empresas de instalação e manutenção. Segundo Sauaia, o setor gerou 1,8 milhão de empregos acumulados, sendo 450 mil apenas no último ano, e devolveu R$ 86 bilhões aos cofres públicos em impostos. “Esses números demonstram que a energia solar não é apenas uma agenda ambiental, mas um motor de desenvolvimento econômico e social”, ressaltou o executivo, observando que a tecnologia já evitou a emissão de 96 milhões de toneladas de gases de efeito estufa e contribui para a preservação dos reservatórios hídricos e melhoria da qualidade do ar.

Democratização da tecnologia e novo perfil de consumo

O avanço da geração distribuída também tem transformado o perfil do consumidor de energia no país. Segundo dados da Absolar, oito em cada dez sistemas fotovoltaicos instalados estão em residências, evidenciando a democratização da tecnologia. “Estamos levando energia limpa para os telhados das famílias brasileiras, pequenos comércios e produtores rurais”, observou Sauaia.

Pequenos negócios — como padarias, farmácias, mercearias e açougues — também têm apostado na autogeração para reduzir custos e aumentar a competitividade. “Até a pequena indústria vem ganhando protagonismo”, acrescentou o dirigente, ao destacar que o segmento industrial, embora represente apenas 1% das instalações, responde por 8% dos investimentos totais em geração distribuída.

Desigualdade de incentivos e desafios financeiros

Apesar do avanço, Sauaia criticou a assimetria de incentivos entre fontes renováveis e fósseis. “Para cada real destinado a energias limpas, as fontes fósseis ainda recebem dois e meio”, lamentou. Ele também chamou atenção para a falta de linhas de financiamento adequadas e o peso tributário sobre tecnologias estratégicas.

“As baterias, fundamentais para o armazenamento e estabilidade da rede, chegam a pagar entre 70% e 80% de impostos — mais do que bebidas alcoólicas ou cigarros”, destacou, defendendo uma revisão urgente da carga tributária. Segundo ele, o recente avanço de medidas provisórias no Congresso que reduzem parte desses tributos “é um passo, mas ainda insuficiente”.

Ainda no painel sobre transição energética, o assessor executivo da Diretoria da Abeeólica, Juliano Martins, ressaltou que o Brasil atingiu, em determinados períodos, índices de geração renovável superiores a 90%, somando as fontes hídrica, solar e eólica. “A nossa missão está quase cumprida”, afirmou Martins, ao reconhecer que, embora ainda existam gargalos estruturais, o país se encontra em posição privilegiada na corrida pela descarbonização.

Segundo o executivo, a manutenção desse patamar de geração limpa é essencial para continuar reduzindo as emissões na produção industrial e na matriz elétrica. “O setor elétrico tem um papel central no combate às mudanças climáticas”, defendeu.

Martins destacou o protagonismo do setor eólico na transição energética brasileira e apresentou a coalizão do setor elétrico, elaborada em parceria com o Conselho Empresarial de Desenvolvimento Sustentável (CEDES) e a consultoria PSR, em que reúne propostas e evidências da capacidade do país em liderar a transição global para uma economia de baixo carbono. O estudo completo da coalizão, disponível nos sites do CEDES e da Abeeólica, detalha as recomendações e metas para o fortalecimento das fontes renováveis até a COP30.

O papel do seguro na transição energética

O executivo Fraser McLachlan, CEO da TMGX, plataforma global da Tokio Marine voltada a apoiar projetos de energia renovável, apresentou uma visão estratégica sobre o papel do seguro na transição energética global, processo que movimentará cifras trilionárias e redefinirá a economia mundial. Citando um relatório da McKinsey, destacou que serão necessários 9,2 trilhões de dólares em investimentos para viabilizar a mudança para uma matriz limpa — valor que exclui a China e o impacto crescente dos data centers, definidos por ele como “monstros de megawatts” que poderão consumir até 20% da eletricidade global nas próximas décadas. Essa nova demanda, afirmou, cria riscos complexos e interdependentes, que exigem do mercado segurador modelos inovadores de cobertura e precificação.

A estratégia da Tokio Marine, segundo McLachlan, é atuar como um ponto de acesso único para projetos de energia verde, simplificando a subscrição de riscos e disponibilizando alta capacidade financeira para empreendimentos de grande escala. “Estamos bem-posicionados para acelerar a transformação do espaço de energia renovável”, afirmou, ao defender o uso do balanço patrimonial da seguradora como instrumento ativo para financiar a transição e fomentar soluções sustentáveis.

Sobre a Casa do Seguro

A Casa do Seguro estará situada em local muito próximo ao espaço oficial da COP30. Além da programação de conteúdo, promove iniciativas de responsabilidade social, prestigiando a economia e a mão de obra locais. O projeto é ambientalmente responsável e foi desenvolvido dentro dos conceitos de evento neutro e resíduo zero, prevendo ainda uso eficiente de água e energia.

Com o apoio de seus empoderadores –Allianz, AXA, BB Seguros, Bradesco Seguros, Caixa Seguridade, MAPFRE, Marsh McLennan, Porto, Prudential e Tokio Marine – a Casa funciona em 1,6 mil m² de área útil, acomodando plenária com 100 lugares, seis salas de reunião, business lounges, estúdio para gravação de podcasts, sala de imprensa, espaço de convivência e área para exposições artísticas e apresentações culturais.


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