Eventos Climáticos Reforçam o Papel do Corretor no Setor de Seguros
Há um ano, o Rio Grande do Sul enfrentava uma das maiores tragédias climáticas da história: as enchentes, alagamentos e deslizamentos de terra impactaram a vida de 2,4 milhões de pessoas, afetaram 478 das 497 cidades do estado e deixaram 184 mortos e 25 desaparecidas. A tragédia não expôs só a vulnerabilidade da população diante dos eventos climáticos extremos, mas provocaram um impacto profundo no mercado de seguros. Passados doze meses do acontecimento, o que mudou e quais são os principais desafios para os corretores de seguros?
O relatório Síntese Mensal de maio de 2024, realizado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), mostrou que, durante o período analisado, houve um aumento expressivo da sinistralidade nos seguros de danos, passando de 42,1% em abril para 66,1% em maio em todo o país. Na região afetada pelas enchentes, os sinistros diretos somaram R$ 1,69 bilhão, o que representou uma alta de 192,5% em comparação com o mês anterior.
O documento também sinalizou que a arrecadação total do setor até maio foi de R$ 174,54 bilhões, um índice 17,2% maior que em 2023, e os valores pagos à sociedade até o mês em questão foi de R$ 99,12 bilhões, sendo que R$ 22,58 bilhões foram em maio. Além disso, R$ 81,47 bilhões foram arrecadados em seguros de danos e pessoas (excluindo VGBL) e R$ 13,64 bilhões acumulados em seguro de vida, números que representam um crescimento de, respectivamente, 11,47% e 16,1%.
Em entrevista ao Cqcs, Erico Melo, presidente do Sincor-SE, VP da Fenacor, Conselheiro da Escola de Negócios e Seguros (ENS) e do SESC-SE, conta que o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos pressiona as seguradoras com maior número de sinistros e aumenta o custo do seguro. “No Brasil, especialmente em áreas urbanas mal planejadas, o impacto é ainda maior, gerando desafios de precificação e cobertura, e exigindo uma revisão contínua dos modelos atuariais”, explica ele.
Para as seguradoras, as mudanças climáticas não alteram apenas o processo de precificação, deixando-o mais complexo e dependente das demais variáveis. Erico Melo acredita que os eventos climáticos extremos fazem com que os segurados passem a ser mais exigentes quanto às coberturas. “É o caso das coberturas de enchentes e inundação, onde a maioria das seguradoras não permitem a contratação e, quando permitem, limitam muito o valor máximo da cobertura”, explica.
No decorrer das transformações climáticas, os corretores também precisam se adaptar à nova realidade, ficando mais atentos e preparados para fazer do limão uma limonada e crescer nas oportunidades de vendas. Melo acredita que um dos caminhos é a oferta de seguros personalizados por região, considerando os riscos climáticos locais; atuar como consultor de prevenção, dando suporte para empresas e famílias na mitigação de riscos; investir em educação do cliente explicando o papel do seguro frente aos eventos climáticos e trabalhar com seguros paramétricos.
O especialista pontua que o corretor, que busca conhecimento sobre as mudanças do clima, as normas de prevenção e seguros específicos, sairá na frente como um consultor de confiança. “O primeiro passo é estudar os dados climáticos e históricos da região e, a partir daí, priorizar seguros que cobrem eventos naturais relevantes na área, incluir cláusulas adicionais específicas, como cobertura para enchentes”, diz. Além disso, Melo ainda reforça que buscar parcerias com seguradoras que ofereçam soluções inovadoras e flexíveis, bem como adaptar o discurso de venda com foco em proteção patrimonial e continuidade de negócios podem ser diferenciais.
Para o futuro, o mercado securitário brasileiro ainda vai precisar passar por transformações. “Acredito que veremos uma revisão de preços e coberturas com base em dados climáticos mais refinados, uma maior adoção de tecnologia e inteligência geográfica na análise de risco, o desenvolvimento de novos produtos climáticos e seguros paramétricos, um aumento na exigência por parte das seguradoras quanto à prevenção e resiliência dos segurados e o crescimento da atuação do corretor como consultor de risco, não apenas vendedor”, conclui o presidente do Sincor-SE.
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