Norma do governo sobre saúde mental nas empresas exigirá olhar atento para soft skills

A partir de 26 de maio, empresas brasileiras terão de se adaptar à Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), atualizada em 2024 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A regra, agora, exige que as organizações incluam a avaliação de riscos psicossociais em seus processos de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST).

“A atualização da NR-1 ampliou a definição de risco ocupacional, incluindo fatores relacionados à saúde mental dos empregados. É algo para o qual as empresas devem se preparar, porque os casos de reclamações trabalhistas em razão de ambientes psicologicamente inseguros que levam a diagnóstico de empregados com burnout, síndrome do pânico, depressão em razão de gerenciamento ineficiente de demandas de trabalhou ou de relacionamentos interpessoais têm crescido bastante”, observa a advogada Patricia Barboza, sócia-fundadora e head da área trabalhista do CGM Advogados, escritório full service que atende grandes empresas do Brasil e do exterior.

A NR-1 determina que as organizações devem, entre outras medidas, evitar ou eliminar perigos ocupacionais que possam ser originados no trabalho, avaliá-los segundo níveis de risco e implementar medidas de prevenção.

“Na prática, a atualização exige uma mudança de cultura nas empresas. Trabalho excessivo, cobranças exageradas, falta de autonomia, condições precárias ou conflitos internos são algumas das causas de riscos psicossociais. Consequentemente, para além de um plano estruturado de mitigação desses fatores, as organizações devem treinar líderes e gestores não apenas em gestão de demandas práticas, mas também em soft skills como gestão de conflitos, comunicação e inteligência emocional, dentro da tendência de prevenção, e não apenas reação, ao assédio e todas as demais formas de violência no ambiente de trabalho trazida pela legislação. Além disso, a adoção de ferramentas e serviços que promovam o bem-estar ou automatizem atividades operacionais, contribuindo para a redução da carga de trabalho, deve ganhar força. São medidas que não estão restritas a departamentos isolados: RH, TI, finanças, comunicação e gestão devem atuar em conjunto e de maneira estratégica”, diz a especialista.

A advogada está à disposição para entrevistas sobre a NR-1 e outros temas trabalhistas

Sobre o CGM Advogados: Com mais de dez anos de atuação e um grupo de sócios que está junto há mais de 20 anos, o CGM Advogados é um escritório de advocacia full service, com expertise nas mais diversas áreas do Direito Empresarial. Atendendo a mais de 900 clientes atualmente, o CGM representa nomes como Syngenta Seeds, Maersk, Idea Zarvos, CVC Corp, Citibank, Cielo e Volkswagen.