Gestão da Mudança na transformação cultural em Fusões & Aquisições

O processo de fusões e aquisições (F&A) no mundo corporativo são vistos como um movimento estratégico para alavancar o crescimento contínuo e a competitividade das empresas, se tornando, muitas vezes, uma manobra necessária para garantir a sobrevivência do negócio. Tanto que, só em setembro de 2024, a atividade aumentou 4,6% nos Estados Unidos, com 986 anúncios, comparado aos 943 de agosto, segundo a FactSet. Sendo uma tendência global, no Brasil ela tem sido utilizada para a venda ou entrada de investidores. Mas, apesar de viável, a solução exige estratégias detalhadas.

Um dos maiores desafios enfrentados por empresas em tais cenários é a harmonização das culturas organizacionais envolvidas. “A gestão da mudança pode apoiar o processo, por meio de um conjunto de métodos e práticas que auxiliam na adaptação de novas realidades. Em processos de F&A, a gestão da mudança busca alinhamento das práticas, valores e comportamentos de forma eficaz, atua como uma ponte entre o ‘antigo’ e o ‘novo’, promovendo um ambiente que a transformação é conduzida de forma planejada e estratégica”, aponta a Diretora de Práticas de Gente de Falconi, Tatiane Laurindo.

Só no terceiro trimestres, seis dos 21 setores observaram um aumento da atividade em comparação ao mesmo período de 2023. Contudo, alguns pontos podem comprometer o alcance do melhor resultado para quem busca vender sua companhia. Por isso, é essencial contar com profissionais qualificados e com experiências e conexões sólidas.

Segundo Tatiane, os principais elementos de uma Gestão em fusões e aquisições são:

Avaliação Cultural: “trata-se de um diagnóstico detalhado das culturas organizacionais envolvidas, identificando semelhanças e diferenças, características que aproximam e afastam a empresa de seus objetivos, com um olhar para processos, mecanismos, resultados, pessoas, entre outros”;

Engajamento dos Colaboradores: “refere-se a inclusão de funcionários no processo de mudança, promovendo um ambiente de comunicação aberta e feedback. Uma prática muito comum são os comitês de mudança que conseguem permear toda a organização e identificar possíveis resistências”;

Liderança Proativa: “os líderes precisam ser exemplos vivos da cultura desejada, atuando como catalisadores de mudança. Isso envolve não apenas a promoção de valores organizacionais, mas também o enfrentamento das resistências e a criação de um ambiente no qual os colaboradores de ambas as organizações se sintam incluídos e valorizados. A empresa deve promover ações específicas de aproximação e confiança, evitando o desdobramento de informações incorretas e incoerência nos discursos”.

Ainda desdobrando o cenário, estudos demonstram que gerir a cultura e a mudança traz resultados expressivos para o negócio. Um estudo da “Harvard Business Review” (2017) revelou que empresas que integraram bem suas culturas durante o processo de F&A conseguiram melhorar o desempenho financeiro em 30% em relação àquelas que não o fizeram. “Isso evidencia que uma abordagem focada na cultura organizacional não é apenas benéfica, mas fundamental para o sucesso a longo prazo”, pontua a diretora.

Entre os principais benefícios da adoção da gestão da mudança em processos de F&A são:

Facilita a integração cultural e operacional das empresas, minimizando resistências e conflitos entre equipes;

Envolve e engaja os colaboradores desde o início, aumentando a aceitação das mudanças propostas e reduzindo a ansiedade;

Identifica e gerencia riscos associados à mudança, ajudando a evitar falhas no processo de fusão ou aquisição;

Estabelece canais de comunicação claros, garantindo que todos os stakeholders estejam informados sobre as mudanças e seus impactos;

Ao abordar preocupações e inseguranças dos colaboradores, a gestão da mudança ajuda a manter pessoas chave que podem sair da empresa durante períodos de transição;

Alinha objetivos e expectativas entre as empresas envolvidas, promovendo um foco em resultados e sinergias;

Permite a construção de uma nova cultura organizacional que aproveite o melhor de ambas as empresas, aumentando a coesão e o engajamento;

Melhora a eficiência operacional ao garantir que as equipes estejam alinhadas com os novos processos e práticas;

Estimula um ciclo de feedback que permite ajustes em tempo real, tornando a adaptação mais ágil;

Promove uma abordagem sistemática que ajuda a garantir que as mudanças sejam sustentáveis a longo prazo, evitando retrocessos.

Dentro destes contextos, ao alinhar expectativas, engajar colaboradores e promover uma comunicação clara, a gestão da mudança facilita a adaptação cultural e transforma o desafio da integração em uma oportunidade de crescimento. “Para que as organizações possam prosperar após uma fusão ou aquisição, a gestão da mudança deve ser tratada como um componente fundamental na criação da cultura compartilhada”, avalia a Diretora de Práticas de Gente da Falconi, Tatiane Laurindo.

Sobre a Falconi

Fundada no Brasil há quatro décadas, a Falconi é uma consultoria de gestão empresarial e de pessoas que usa tecnologia de ponta e inteligência de dados para acelerar a geração de valor sustentável para seus clientes. Com projetos em mais de 40 países, atua em 50 diferentes segmentos da economia, diferenciando-se pela capacidade de implementação de projetos em nível estratégico (estratégia, modelo de negócios e estrutura organizacional), tático (implementação e alinhamento de processos e metas) e operacional (alinhamento e acompanhamento de operações).