Serviços financeiros não enxergam 35 milhões de brasileiros

Segundo a empresa que realizou a pesquisa, essas pessoas não usam o crédito regularmente e, portanto, não têm nenhuma atividade recente em seu histórico. Há também jovens que ainda não iniciaram sua vida financeira e não possuem encargos.

O estudo indica ainda que essas pessoas não estão fora dos serviços financeiros por conta de falta de pagamento de eventuais dívidas. Isso porque 80% das pessoas sem informação de crédito não são negativadas.

Contudo, como o mercado acaba tendo pouca ou nenhuma informação sobre o histórico da pessoa, esse cenário pode impactar negativamente seu Score de crédito, que é uma pontuação relevante para se obter a aprovação para empréstimos, cartões de crédito e outros serviços financeiros.

Ainda de acordo com o levantamento, a maior parte dessas pessoas tem entre 21 e 30 anos. A menor parcela são aqueles entre 61 e 70 anos.

Em relação à renda, a maioria ganha até um salário-mínimo (77,14%) e menos de 1% recebe mais de quatro salários-mínimos. “Nem sempre estar invisível ao crédito significa que a pessoa não é boa pagadora. Muitas vezes, podem não ter registros financeiros por optarem pagar à vista ou por terem suas principais contas em nomes de familiares, por exemplo. O problema é que se essas pessoas poderão ter dificuldade de acessarem o crédito ou mesmo quando conseguem, encontram limites mais baixos e taxas de juros mais elevadas, pois o mercado ainda não conhece seu comportamento financeiro” explica Roger Cruz, Head de Sustentabilidade da Serasa Experian.