Planos odontológicos batem recorde de beneficiários e ultrapassam os 30 milhões

O Brasil acaba de chegar a 30.102.288 de beneficiários em planos odontológicos. Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e confirmam uma tendência: os brasileiros estão cada dia mais preocupados com sua saúde bucal.

Somente no último ano, 2.399.559 pessoas aderiram à essa modalidade de cobertura, um crescimento de 8,66% em relação ao ano anterior. Se o comparativo for somente em relação aos últimos 30 dias, são 259.908 novos beneficiários.

Esta é a primeira vez que o setor supera a marca de 30 milhões de beneficiários na categoria. Para Roberto Cury, presidente da SINOG (Associação Brasileira de Planos Odontológicos), tão ou mais importante que o número é a percepção do usuário; “As pessoas precisam entender que se trata de um investimento de longo prazo, que vale a pena manter seus planos ativos, de forma a cuidar continuamente de seu sorriso. Este é o objetivo final destes 30 milhões de pessoas: sorrir, com qualidade”, avalia o executivo, cuja entidade representa a maioria dos planos odontológicos.

Todos os 26 estados registraram crescimento no comparativo anual, com destaque para Minas Gerais (310.378 novos usuários, ou expansão de 11,47%), São Paulo (857.841 e 7,84%) e Rio de Janeiro (176.842 e 5,03%) são aqueles que registraram os maiores crescimentos em números absolutos.

Planos odontológicos x atendimento

O crescimento do número de beneficiários vai ao encontro com o grande número de profissionais disponíveis. De acordo com dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO), o Brasil possui atualmente 381.247 cirurgiões-dentistas. Se considerarmos uma população de 210 milhões de brasileiros, chega-se à cifra de 1 dentista para cada 550 cidadãos. “. Há estudos que comprovam que um número ideal gira em torno de 1 dentista para mil pessoas”, atesta Cury, que complementa: “apesar de registrar um dos melhores percentuais profissional/população atendida do mundo, o brasileiro ainda carece de cuidados com sua saúde bucal”. Ele baseia tal análise em pesquisas como a realizada pela consultoria internacional Edelman Insights. Segundo o estudo “Percepções Latino-americanas sobre Perda de Dentes e Autoconfiança”, a perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica a vida de pessoas com idade entre 45 e 70 anos na região. A pesquisa ouviu 600 pessoas na América Latina, 151 deles brasileiros, e reforça que a perda de dentes impede os entrevistados de ter um padrão de vida mais saudável e ativo. Essas estimativas também indicam que 41,5% da população chega aos 60 anos de idade com a arcada totalmente comprometida.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ibope mostram que, no Brasil, 39 milhões de pessoas utilizam prótese dentária. Além dos mais, os números indicam que 16 milhões de brasileiros vivem sem nenhum dente.

“Precisamos reverter esse cenário. Para isso, só com conscientização da população da importância de se cuidar do sorriso. Esse número que estamos registrando mostra que a população já percebeu essa relevância”, analisa o presidente da SINOG.