A importância do seguro para a sociedade em debate no lançamento da pós de regulação em seguros da ENS

Abrindo o evento, o ministro Cueva, que é o coordenador científico do curso, apresentou um breve histórico da regulação no Brasil desde o século XIX, surgida para disciplinar setores onde havia monopólios naturais e dificuldades de se estabelecer relações minimamente simétricas entre as partes. Já no século XX, disse ele, teve início a regulação de setores que, atualmente, são alguns dos mais regulados, como o de seguros e o de saúde suplementar. E, complementando, afirmou que “o curso que se inicia hoje, tem o objetivo de aprofundar a capacidade cognitiva, crítica e analítica de todos os envolvidos, contribuindo decisivamente para a ampliação do diálogo interinstitucional e para a formação de profissionais cada vez mais qualificados”.

CNseg elabora plano estratégico para o desenvolvimento do setor

Por sua vez, o presidente da CNseg, que também será professor do curso, afirmou que a pós que está sendo lançada é um passo importante na direção de proporcionar uma formação mais ampla a profissionais das áreas de economia, direito e administração, entre outras, que “se formam sem ter a menor noção do que é o seguro”.

Revelando seu prazer em fazer parte de um setor cujos produtos “fazem bem para as pessoas”, Dyogo Oliveira afirmou que os seguros também são uma solução para os negócios, para o governo e para a sociedade, como um todo. Entretanto, “apesar de toda essa grandeza”, disse ele, “o fato é que, nos mais diferentes ramos, a nossa cobertura não passa de 30% do mercado potencial, mas olhando o copo meio cheio, temos 70% do mercado para desenvolver”. Em função disso, ele anunciou que a CNseg está elaborando um plano estratégico para o desenvolvimento do mercado segurador. “E dentro dessa estratégia, a educação estará muito presente, pois acredito muito na sua capacidade de transformação”, afirmou.

Por fim, o presidente da CNseg apresentou os vídeos da campanha institucional da CNseg, atualmente no ar, informando que o mote da campanha, “Seguro pra tudo e pra todos”, busca explicar que o seguro não é um produto elitizado e que está ao alcance de todos.

Riscos evoluem com a transformação da sociedade e regulador deve estar atento

O superintendente da Susep apresentou a aula magna sobre a evolução da regulação de seguros. Ele explicou que os riscos evoluem com a transformação da sociedade, os avanços tecnológicos e as mudanças de hábitos de consumo e cabe aos agentes de regulação acompanhar a evolução desses riscos. E, para isso, informou, a Susep passa por um processo de transição, de uma regulação prescritiva, mais baseada em regras, para uma regulação mais principiológica que, como o próprio nome diz, é mais baseada em princípios, tendo como consequência uma maior flexibilização dos produtos. “Mas essa mudança é complicada até na cabeça do regulador”, confessou.

Já ao final da cerimônia, a coordenadora acadêmica da pós-graduação, Angélica Carlini, informou que o curso terá 360 horas, divididas em 18 meses, com aulas presenciais e online gravadas para quem não puder estar presente fisicamente. Além disso, o curso será “inter, trans e multidisciplinar, abordando temas do direito, da economia, da administração, de gestão, de atuária e de estatística, com professores de matizes de pensamento muito diversos”.