Novo ecossistema no mercado de seguros
Reportagem publicada no jornal Valor Econômico mostra que o compartilhamento de dados – open insurance – que começou em dezembro de 2021 pode transformar o setor de seguros. A expectativa é que o open insurance estimule a concorrência, além de permitir a personalização da oferta de produtos, aumentar a base de segurados e ajudar que o setor de seguros aumente a participação no Produto Interno Bruto (PIB) que é de 6%.
O open insurance tem pouco mais de um mês (começou em 15 de dezembro) e está na primeira fase em que os consumidores decidem se vão compartilhar seus dados com outras empresas em busca de apólices e coberturas customizadas e preços mais atrativos.
Essa fase prevê o compartilhamento de dados públicos de canais de atendimento e alguns produtos de seguros (auto, residencial, pessoas), planos de previdência privada e capitalização – os dados já estão sendo registrados em um diretório central de informações até junho.
A demanda de trabalho, os investimentos para a construção da arquitetura e os prazos de entregas são considerados desafiadores pelos participantes. Nessa etapa, as participantes também se debruçam na validação das APIs (sigla em inglês para interface de programação de aplicações), as tecnologias que permitirão o compartilhamento das informações, de forma padronizada, entre os participantes.
Já foi acordado com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o adiamento do prazo para a validação e padronização das APIs para 4 de março. A autarquia reconhece os desafios. A demanda por movimentação de dados é grande. “O primordial, nessa etapa, é sermos o mais assertivos possível e caminharmos alinhados com o mercado para que possamos consolidar o open insurance”, afirma o superintendente da autarquia, Alexandre Camillo.
Ao lado do open banking, que prevê o compartilhamento de informações bancárias e de investimento, o open insurance forma o arcabouço do open finance. Atualmente, 66 empresas participam do sistema aberto de seguros de forma obrigatória e duas de maneira facultativa.
Para Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a implementação exige cautela. “Há preocupação em relação a prazos de entrega, o real retorno sobre os investimentos e a falta de um estudo de impacto regulatório”, destacou.
Os agentes consideram a construção da fase 1 primordial para pavimentar as fases 2 (início em setembro) e 3 (dezembro), que envolvem, respectivamente, o compartilhamento de dados pessoais dos segurados e os históricos de movimentações e a efetivação dos serviços (contratação de seguros, portabilidade e resgates).
Fabio Dragone, diretor de inovação, CRM e digital da Bradesco Seguros, explicou que a partir da segunda fase, será possível que o cliente consulte suas informações de seguros, previdência e capitalização de todas as instituições participantes em um único lugar. “O compartilhamento de dados também permitirá às organizações terem um perfil ainda mais completo dos consumidores”.
Um tópico que ainda está em construção é a jornada do consumidor dentro do open insurance. A expectativa é que o modelo de dados abertos estimule o desenvolvimento de negócios inovadores e atraia novos players, a exemplo de marketplaces de seguros e apps comparadores de preços, permitindo que o consumidor acesse, compare e contrate em um único local um produto a partir da consolidação das ofertas dos participantes do ecossistema.
Outra possibilidade é que o cliente agregue suas informações de seguros, previdência e capitalização de diferentes instituições em uma só plataforma – a interoperabilidade entre open banking e open insurance é um dos princípios da norma.
O consentimento para o compartilhamento de dados vai estimular o open banking e o consumidor poderá escolher com quais empresas deseja compartilhar os dados.
Segundo a reportagem, as seguradoras vislumbram, em seus portais ou apps e a partir do consentimento dos consumidores, acessar informações pessoais e dados de apólices de seguros vigentes ou produtos de previdência e capitalização que hoje estão em custódia de concorrentes. Com os dados em mãos, o desafio será oferecer melhores condições de preço, produtos mais personalizados e coberturas mais atrativas. “O que a seguradora fará com esses dados a partir do consentimento do cliente é a parte estratégica do open insurance”, resume Sandro Bonfim, superintendente de produtos da Brasilprev. Nesse cenário o uso dos dados fará diferença.
Em VGBL e PGBL, por exemplo, o open insurance permitirá que a seguradora receba, de forma automatizada, informações do segurado como características do fundo, taxas, histórico de contribuições e aportes. Em produtos de seguro, será possível levantar as principais coberturas e condições de apólice e o histórico de sinistros, por exemplo.
Bonfim destaca que o grande diferencial para uma seguradora é capturar as informações a partir do consentimento do cliente, entender o perfil e hábitos do consumidor e devolver uma oferta customizada e com preços e condições diferentes do que o mercado oferece.
Para Sergio Biagini, sócio-líder da indústria de serviços financeiros da Deloitte, o movimento de compartilhamento de dados pessoais é um caminho sem volta. E, por isso, os desafios do open finance, mais do que os prazos apertados, envolvem a entrega de uma proposta de valor ao cliente final. “Caberá aos players a educação financeira do cliente, a conscientização sobre os benefícios do compartilhamento de dados, a demonstração da segurança do sistema e a entrega de melhores ofertas ao final da jornada. Sem essa mobilização, ninguém utilizará. É um desafio que não será resolvido do dia para a noite”, disse.
Essa arquitetura exige investimentos milionários. Nos últimos cinco anos, a Icatu aportou mais de R$ 600 milhões em tecnologia e inovação – R$ 190 milhões apenas em 2021.
O montante do ano passado já engloba os investimentos necessários para adequação ao open insurance, tanto no que diz respeito aos processos tecnológicos para atender às exigências regulatórias, quanto em análises estratégicas para identificar oportunidades de negócio. “Temos mais de 50 pessoas envolvidas no projeto, além de contarmos com uma consultoria externa que nos apoia principalmente no desenvolvimento tecnológico e de segurança da informação”, diz Rachel Ferreira Bonel, superintendente-executiva de dados, privacidade e planejamento comercial da Icatu.
------------------------------------------------------------------------------------
Segs.com.br valoriza o consumidor, o corretor, os corretores e as corretoras de seguros
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
https://www.facebook.com/groups/portalnacional/
<::::::::::::::::::::>
IMPORTANTE.: Voce pode replicar este artigo. desde que respeite a Autoria integralmente e a Fonte... www.segs.com.br
<::::::::::::::::::::>
No Segs, sempre todos tem seu direito de resposta, basta nos contatar e sera atendido. - Importante sobre Autoria ou Fonte..: - O Segs atua como intermediario na divulgacao de resumos de noticias (Clipping), atraves de materias, artigos, entrevistas e opinioes. - O conteudo aqui divulgado de forma gratuita, decorrem de informacoes advindas das fontes mencionadas, jamais cabera a responsabilidade pelo seu conteudo ao Segs, tudo que e divulgado e de exclusiva responsabilidade do autor e ou da fonte redatora. - "Acredito que a palavra existe para ser usada em favor do bem. E a inteligencia para nos permitir interpretar os fatos, sem paixao". (Autoria de Lucio Araujo da Cunha) - O Segs, jamais assumira responsabilidade pelo teor, exatidao ou veracidade do conteudo do material divulgado. pois trata-se de uma opiniao exclusiva do autor ou fonte mencionada. - Em caso de controversia, as partes elegem o Foro da Comarca de Santos-SP-Brasil, local oficial da empresa proprietaria do Segs e desde ja renunciam expressamente qualquer outro Foro, por mais privilegiado que seja. O Segs trata-se de uma Ferramenta automatizada e controlada por IP. - "Leia e use esta ferramenta, somente se concordar com todos os TERMOS E CONDICOES DE USO".
<::::::::::::::::::::>

Adicionar comentário