Colaboradores no centro da gestão estratégica de pessoas

É comum pensarmos em empresas como grandes corporações e esquecermos que, na verdade, elas são a soma dos esforços das pessoas que lá trabalham. A força de trabalho humana é um dos bens mais valiosos de um negócio e, quando ela é bem cuidada e desenvolvida, tem suas necessidades atendidas e suas opiniões ouvidas, a empresa só tem a ganhar. Para que este cenário se torne realidade, a elaboração e desenvolvimento de uma política de gestão de pessoas é fundamental.

Muito tem se falado nos últimos tempos sobre a importância da qualidade de vida dentro do ambiente profissional. Uma pesquisa da ManpowerGroup (2020) empresa de soluções de força de trabalho, mostra que os colaboradores esperam mais das empresas onde trabalham. Eles buscam oportunidade de crescimento, reconhecimento, compromisso social, ambiente de trabalho prazeroso, remuneração e benefícios diferenciados e competitivos. Sendo assim, o ideal é que todos estes fatores sejam considerados em um projeto de implantação de política de gestão de pessoas, o que o torna uma ação estratégica dentro de qualquer negócio, destacando-o e diferenciando-o de outras empresas que ainda atuam sem pensar na experiência de seus colaboradores.

Do ponto de vista da empresa, o objetivo da política é estabelecer direcionamentos claros para a gestão estratégica de pessoas, por meio de subsistemas interdependentes entre si, que proporcionem condições adequadas ao desenvolvimento, à valorização e à retenção de pessoas. A política precisa ser clara o suficiente para conseguir orientar os colaboradores quanto aos critérios e possibilidades de desenvolvimento, por exemplo, estimulando o comportamento positivo, baseado nos valores organizacionais, e reforçando as ações em conformidade com a estratégia organizacional na busca pela maximização dos resultados.

Já do ponto de vista do colaborador, a política traz maior segurança, pois ele sabe que a empresa possui ações que apoiam e sustentam o seu desenvolvimento. Sendo ele, o colaborador, com apoio do seu líder, o principal protagonista de sua carreira, gerindo oportunidades e seu próprio desenvolvimento, e ciente das possibilidades e desafios organizacionais.

É importante ressaltar que uma política de gestão de pessoas, quando bem estruturada e realizada, agrega valor às pessoas, pois comunica o que é esperado de cada colaborador, além de fortalecer uma cultura organizacional psicologicamente segura.

O processo de construção dessa confiança entre empresa e colaboradores é longo, exige atenção genuína e cautela, e espera-se que a área de gente esteja presente ativamente trabalhando em todos os aspectos do desenvolvimento e bem-estar humano no dia de trabalho do colaborador, incluindo a sua saúde física e mental. A área de gente precisa fornecer ferramentas e visibilidade para as políticas e processos de pessoas, no intuito de apoiar a cultura de agentes multiplicadores e educadores, destacando-se o papel das lideranças como parceiros fundamentais ao desenvolvimento. É necessário manter sempre aberto o canal de comunicação e cuidado com as pessoas, e consequentemente, o negócio recebe de volta o engajamento, criatividade e a melhor performance.

Neste contexto, a área de gente e cultura tem um papel fundamental e que vai muito além de processos operacionais. Da mesma forma que uma empresa coloca seus consumidores no centro de sua estratégia, a área de gente precisa estar focada na experiência de seus colaboradores, ao mesmo tempo em que acompanha de perto os movimentos do mercado de trabalho e os objetivos da empresa para propor novas políticas ou modificar as existentes, ou seja, ser de fato um parceiro do negócio. Equilibrar as expectativas dos colaboradores e as necessidades da empresa é um trabalho árduo, mas ao cuidarmos das pessoas - as colocando no centro das estratégias - estamos cuidando também da longevidade do negócio.