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É melhor testar do que remediar

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Por Tiago Santana, engenheiro e membro do time de Engenharia de Riscos da Zurich no Brasil

Filho de engenheiro, Alberto Santos Dumont – considerado o pai da Aviação – fez o primeiro voo a bordo do seu 14-Bis há quase 115 anos. Mas antes desse feito, informam os livros sobre aeronáutica que, com bastante método, ele fazia um planejamento e testava seus inventos antes de colocá-los à prova. Certamente a prática o levou ao êxito com seus projetos de dirigíveis, com o 14-Bis e depois com o Demoiselle, que serviu para inspirar todos os demais modelos de aeronaves criados desde então.

Mas o que esse pequeno resumo da história dos aviões tem a ver com um texto que pretende falar sobre a importância de as empresas, independente da área em que atuem, terem planos de prevenção de riscos e os testarem antes de executá-los? Tudo. Assim como um artefato de voo pode levar pilotos e tripulantes para um acidente que pode ser fatal, se as companhias não dedicarem esforços para isso, tal como os primeiros aviões, arriscarão pagar um preço alto – literalmente.

Mencionei que Santos Dumont era engenheiro. Não por acaso os aspectos que tratarei aqui advêm das orientações de um grupo de oito profissionais da seguradora em que trabalho. O que me inspirou a escrever este artigo é que eles constantemente alertam que o grande problema não está somente no fato de as empresas não contarem com planos de prevenção de riscos, mas de que, quando os têm, não os testarem previamente para garantir sua efetividade.

Normalmente empresas contam com Planos de Emergência, de Crises, de Recuperação de Desastres, de Evacuação, de Resposta a Incidentes. Todos têm em comum o propósito de lidar com situações difíceis a partir de um processo de execução de tarefas específicas que estão “no papel” e que são, em suma, um passo a passo. Acontece que esses planos são, na maioria das vezes, concebidos por técnicos para serem executados por pessoas não especializadas.

Ainda que o documento traga informações como quem são os envolvidos na sua execução, etapas, tarefas e responsáveis, considere cenários (também conhecidos como playbooks) e tenha métricas que ajudem a avaliar o cumprimento dos objetivos, pouco ou nada adiantará se não for testado. E mesmo que já tenha sido executado, se não constarem as lições aprendidas será pouco efetivo quando houver essa necessidade novamente, pois testes também têm a finalidade de gerar a atualização e melhorias do documento.

Pegue-se o exemplo de um plano de evacuação em caso de incêndio de uma companhia X. É preciso estabelecer quem são os responsáveis para reunir as pessoas num determinado ponto de encontro e como se dividirão nessa tarefa, além de saber quanto tempo leva para conduzir um determinado contingente de pessoas do 13º andar até o térreo.

Agora, imagine que esta firma fictícia tenha feito um teste em 2000 com seus 300 funcionários e, hoje, 21 anos depois, some 450 colaboradores. Não importa se tenha sido um Teste de Mesa, no qual convidam-se os envolvidos a fazer um exercício mental, ou uma simulação in loco; se ela não tiver feito um novo teste com esse grupo, se houver um incêndio de nada valerá a instituição ter um planejamento de mais de duas décadas guardado em uma gaveta.

A premissa de testar vale igualmente para planos que envolvam incidentes cibernéticos, por exemplo, que são ameaças cada vez mais comuns. Um ataque tem a capacidade de paralisar uma linha de produção, causando um impacto financeiro enorme, e ainda pode expor dados sigilosos de funcionários, clientes e parceiros, cujo efeito reputacional pode ser imensurável.

Nesse ambiente em que é enorme a quantidade de riscos operacionais a que as empresas estão expostas, é fundamental que elas os conheçam; que, com ações corretas e efetivas, possam preveni-los e, caso o pior aconteça, minimizá-los.

O fato é que empresas precisam ter um plano integrado que avalie cenários, que podem ser inúmeros dependendo da indústria e suas exposições, por exemplo. A área de engenharia de riscos de uma seguradora possui experiência em auxiliar empresas na construção e testagem dos planos. No trabalho, é avaliado se é preciso readequar os playbooks existentes, bem como se é preciso revisar o planejamento e recalibrar objetivos e metas, a fim de propor estratégias para alcançá-los, além de uma análise periódica para ver se as recomendações estão sendo seguidas.

Aquelas que fizerem essa importante lição de casa certamente terão plenas condições, do ponto de vista da prevenção dos riscos, de alçar voos cada vez mais altos – e com segurança.


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