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ESG e a geração de valor social no mercado segurador

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A sigla ESG, do inglês Environmental, Social and Governance, surgiu pela primeira vez em 2004, em uma iniciativa da ONU junto às instituições financeiras e vem, desde então, ganhando relevância em todo o mercado, incluindo o segurador. A sigla foi tropicalizada para ASG e está entrando na agenda dos órgãos reguladores, demonstrando que medidas nesse sentido estão vindo para ficar.

O mercado segurador, influenciado principalmente pelo de investimentos, vem caminhando a pequenos passos para esta adaptação. O G, de governança corporativa, já é velho conhecido dentro do universo segurador, que regulamentou suas práticas em 2004/2005, seguindo a tendência da Comunidade Europeia, buscando transparência no segmento, e desde então trabalha para atualizá-las e mantê-las dentro de padrões internacionais. Com o intuito de compelir as grandes empresas à adoção dos princípios presentes nas outras letras da sigla, alguns reguladores vêm discutindo a inclusão do tema em seus normativos, ou o aprofundamento deste para aqueles que, como o BACEN, já o adotam como parte de sua agenda.

Em linha com este movimento, a SUSEP trouxe o tema socioambiental como parte de sua pauta do ano de 2021 para “ampliação da transparência em relação à exposição a riscos climáticos e para o estabelecimento de critérios mínimos para a classificação de produtos sustentáveis, com vistas a estimular investimentos e operações nesses segmentos”, em suas palavras. O mercado de seguro e resseguro por si só possui uma função social relevante, com papel de destaque na economia e importante impacto na sociedade. Com a missão de proteger contra eventos inesperados e que ameaçam o patrimônio de famílias e instituições, bem como a saúde e a vida das pessoas, o seguro traz mais segurança e bem estar, garantindo assim maior estabilidade para todos.

A pandemia trouxe luz para assuntos socioambientais. Além das questões sociais, a ideia de que estamos enfrentando uma crise climática e que os recursos disponíveis são de ordem finita corroboraram para impulsionar esta pauta, antes não tão difundida dentro do tradicional mundo corporativo brasileiro. Atualmente, os novos empreendedores já trazem a sigla ESG como parte de seu modelo de negócio, sabendo que atender aos princípios de sustentabilidade é acompanhar uma mudança inevitável que ocorre na sociedade: as pesquisas mostram que os millenials se dispõem a pagar cerca de 30% a mais por produtos sustentáveis; os retornos a longo prazo das empresas que adotam esta pauta são maiores; a busca de investidores por empresas ESG cresce no Brasil e no mundo. Se anteriormente as empresas tradicionalistas do mercado podiam ter um olhar simplista sobre o tema, onde apenas aquelas corporações com impacto ambiental direto eram elegíveis, atualmente é nítido que o ESG vai muito além disto.

As questões climáticas são vistas como prioritárias dentro do mercado segurador, dado o alto impacto que seguradoras e resseguradoras podem sofrer com o avanço de crises relativas a esse tópico. O aumento de secas, enchentes, as consequências no agronegócio, entre outros, são temas que preocupam as companhias. Podemos notar um movimento, principalmente pelas Companhias que possuem sede no exterior, da adoção de princípios socioambientais na aceitação de riscos como, por exemplo, o não aceite de projetos que representem risco para a saúde ou segurança de comunidades vizinhas e ao meio ambiente ou de armamentos, além de procedimentos de diligência em relação às práticas de ESG de seus parceiros como parte da análise de riscos.

Saindo dos negócios, as práticas adotadas em relação aos colaboradores e às ações de atuação social – mesmo para aquelas companhias de pequeno porte somente com impacto na comunidade local – são de grande relevância e um diferencial para o cenário atual. Mais do que nunca, essas atitudes se tornaram não só decisivas para os consumidores, mas também um ponto para retenção de talentos, principalmente para as gerações mais recentes, onde trabalhar em um ambiente que esteja alinhado a seus valores é essencial.

Existem diversas iniciativas brasileiras que demonstram que o tema não só está ganhando força, como também aparenta ter espaço para crescer ainda mais. O ESG vem pautando decisões estratégicas em investimentos, seguros e outros mercados. A criação de carteiras compostas somente por empresas que cumprem critérios de sustentabilidade ou a fundação de associações, dentro de cada segmento, voltadas para a discussão de pautas sociais é exemplo disso.

É de extrema importância que as empresas e seus colaboradores estejam envolvidos com essas práticas sustentáveis, de forma a garantir que o mundo e os negócios tenham continuidade. O olhar regulatório trazido sob este aspecto é positivo, visto que através deste é possível mitigar a atuação de greenwashing – termo utilizado para corporações que criam uma falsa aparência de sustentabilidade, induzindo o consumidor ao erro. Para as empresas que querem estar na vanguarda, a mudança deve começar pelas práticas internas e a atuação deverá ultrapassara pauta regulatória, trazendo ESG como parte da tomada de decisão estratégica e intrínseca aos processos da companhia, buscando ir além da entrega de produtos e serviços e gerando valor para a sociedade.

*Por Luiza Duarte, Coordenadora de Governança, Riscos e Compliance da Austral Seguradora; e Isadora Copolilo, Analista de Governança, Riscos e Compliance da Austral Seguradora


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