Sustentabilidade é parte integrante do mercado de seguros

Valdirene Secato, diretora da Bradesco Seguros, fez a abertura e destacou que a união mundial pelo assunto se dá pela conscientização de que todas as ações refletem no planeta. “Buscamos qualidade de vida e isso só pode ser alcançado quando existe equilíbrio entre 3 pilares: ambiental, social e econômico e nada disso se constrói em uma semana por ano”, ressaltou.

Maria Eugenia Sosa, coordenadora da Unep-FI para América Latina e Caribe – a Unep é o programa da ONU para o meio ambiente – fez uma apresentação especial falando sobre ESG e seguros e explicou também os pontos definidos pela ONU. “Os temas ambientais vêm ganhando espaço com agendas concretas de impacto socioeconômico”.

Maria Eugênia disse que há uma boa representatividade na América Latina. “O Brasil tem o maior número de seguradoras que integram o PSI comprometidas com a agenda da sustentabilidade”, disse.

Ela alertou que o Environment Social and Governance (ESG) (em português governança ambiental, social e corporativa) ganhou repercussão nacional e internacional. “Vemos empresas com estratégias, green bonds, todos entendendo que impactam a reputação, a forma como a empresa se posiciona no mercado”.

Maria Eugênia ressaltou que o assunto ganhou destaque em 2005, depois de uma provocação do ex-secretário geral da ONU Kofi Annan, a 50 CEOs de instituições financeiras sobre como integrar esses temas no mercado de capitais e publicações sobre os impactos dos riscos ambientais, sociais e de governança no sistema financeiro.

Ela disse que a sustentabilidade está conectada ao dia a dia do mercado de seguros. “A seguradora precisa olhar os temas, como por exemplo, a gestão de risco está no centro da organização, por exemplo, um novo seguro para parte de auto, é o negócio entendendo as mudanças na sociedade e internalizando isso”, explicou.

A representante da ONU conduziu uma conversa com os executivos da Bradesco sobre as ações da companhia no tema sustentabilidade.

Saint Clair Lima, diretor de Auto/RE, falou dos desafios da sustentabilidade dentro da companhia. Ele disse que qualquer assunto sobre meio ambiente virou core para o negócio e deu como exemplo o descarte dos salvados – quando um veículo sofre perda total. “Desde 2009, instauramos um programa de reciclagem para esses veículos e, desde então, até agora já foram 18.300 toneladas de elementos dos veículos que iriam pro meio ambiente e fizemos um projeto para cuidar desse material”, houve uma corrente em que toda a cadeia ganhou. “oficinas, catadores e a própria cia. E esse é o sentido: termos uma responsabilidade social”, explicou.

Ele falou ainda da assistência sustentável. “Temos uma cobertura compulsória e já recolhemos 65 toneladas de resíduo, desde cama descartada no lixo, geladeira, micro-ondas, entre outros”, disse.

Bernardo Castelo Branco, diretor de Vida e Previdência, falou dos desafios e o que a companhia tem feito. Ele disse que na Bradesco Vida e Previdência, o social fica mais evidente como, por exemplo, o microsseguro que é um produto para população mais vulnerável e carente.

“Trabalhando com seguro de vida temos a capacidade de trabalhar com o aspecto social divulgando o seguro para uma parcela da população que, muitas vezes, tem como principal preocupação a garantia do sustento. “Nosso país é grande, com muitas distorções e muitas pessoas têm dificuldade de proporcionar um funeral digno para um parente, por exemplo. Nossos microsseguros tem como objetivo proporcionar uma proteção que não acabe com a pequena capacidade financeira dessa família”, ressaltou.

Ele disse que atualmente a Bradesco trabalha com três produtos de microsseguros em diferentes canais que, juntos, protegem 4 milhões de brasileiros. “São proteções pequenas que visam trazer dignidade e que os clientes usam de fato quando têm necessidade”, afirmou.

Estevão Scripillitti, superintendente executivo da Bradesco Seguros, destacou que os investidores devem ver as boas práticas como valor. Ele citou práticas da própria Bradesco que procura “no nosso dia a dia temos decisões que levam aspectos negativos, empresas que tenham na cadeia de fornecedor uma prática com seus trabalhadores que não seja adequada, bola preta para essa empresa já tivemos. Outros exemplos, poluidor, setor altamente poluidor, antes era tolerado hoje temos uma sensibilidade maior; outro exemplo, uma empresa que tenha em seu processo produtivo risco cancerígeno. Já tivemos bola preta. Do outro lado, que tem ganho peso, setor de saúde, onde temos locação maior dos nossos investimentos, além disso, parte de energia renovável e saneamento temos cada vez mais alocados recursos em empresas que atuam nesse setor.

Tem eliminação de casos ruins e o círculo virtuoso de investir em setores que tenham contribuição mais clara ambiental, social e com a governança adequada. Do ponto de vista prático, inclusão da área de risco com aspectos ambientais em todas decisões de alocação, temos um score de rating ambiental, social e de governança que diz se o investimento é feito em uma empresa com boas práticas de ESG.

Além disso, incorporamos aspectos de ESG que fazem parte de nossa norma de investimento. Eu diria que na parte de previdência temos feito esforços de produtos novos que são direcionados à pauta ESG de um ciclo positivo e construtivo.

Thaís Jorge, diretora Bradesco Saúde, destacou a importância da saúde dentro do contexto atual. “Vivemos um momento em que fomos tão assolados no dia a dia que não paramos para pensar na importância do papel social e sua relevância”, disse

Ele ressaltou que os números da Bradesco em termos de assistência feita até o momento dá orgulho do trabalho realizado. “Mais de 1 ano depois de começada a pandemia, foram 70 mil internações cobertas, 1,3 milhão de exames PCR’s. Pensar na questão social, de gama de usuários que estamos cuidando e protegendo e hoje não dependem do sistema público que vive um momento de sobrecarga, marca o papel social que a gente tem”, disse.

Valdirene Secato, diretora da Bradesco Seguros, contou que logo no início da pandemia foi instituído um comitê de crise. “Focamos na saúde e bem-estar de toda a equipe. Levamos quase 8 mil pessoas para casa. Fizemos isso com muito cuidado”, disse.

Ela afirmou que também foram promovidas ações e continuidade de ações como o Programa de Qualidade de Vida. “Tivemos apoio psicológico aos funcionários e familiares. Fomos adaptando como levar comunicação e capacitação para o movimento online”, explicou.

Thaís falou sobre o aspecto tecnológico no seguro saúde. Segundo ela houve grande evolução também em aspectos relacionados à legislação e destacou a questão da teleconsulta. “Naquele momento de incerteza, a regulamentação e permissão da telemedicina foi muito importante. Promovemos 300 mil consultas e conseguimos criar para o usuário o acesso ao médico e uma rede de apoio que era necessária. A saúde mental ganhou um holofote gigantesco nesse período”, descreveu.

Ela ainda destacou que o pilar da sustentabilidade é um valor intrínseco da atividade da companhia. “Durante a pandemia tivemos várias ações com participação da Bradesco Seguros em hospitais de campanha; temos um programa que integra crianças com práticas de esporte e cultura”, elencou.

Thaís ainda citou o Programa de Longevidade que é “reconhecidamente importante no incentivo à prática de atividades físicas”, finalizou.