Só a vontade não reduzirá imposto e burocracia no Brasil
No Sul, empresas criam grupo para propor mudanças na lei a partir de boas práticas e necessidades do setor produtivo
Por Josias Cordeiro da Silva*
Empreender e manter um negócio no Brasil não é tarefa fácil, seja qual for o porte da empresa. Temos um ambiente de negócios inseguro e pouco estimulante. Uma pesquisa da Fiesp realizada com executivos paulistas aponta que o principal entrave para o crescimento e aumento de competitividade das empresas é a complexidade da legislação tributária, com 83%, seguida pela burocracia excessiva com 56%.
Mergulhados na pesada rotina de vencer a burocracia e a sangria tributária, os executivos ouvidos relegaram aos últimos lugares de seu interesse questões como Indústria 4.0, que aparece com 4%, e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com 13%. São os menos votados entre os temas de maior destaque para estimular o crescimento, justamente quando inovação e tecnologia mostram-se imprescindíveis em qualquer estratégia para levar a nossa indústria aos níveis de empresas globais.
No cenário brasileiro, os instrumentos voltados para a questão tributária industrial têm sido utilizados para compensar deficiências do ambiente de negócios. Não é à toa que os departamentos financeiros acabam sendo maiores do que os de marketing e vendas em muitas empresas. Segundo a Fiesp, as indústrias gastam 1,2% de suas receitas só para administrar o sistema tributário, fiscal e contábil.
É animadora a intenção manifestada pelo futuro ministro da economia, Paulo Guedes, de trabalhar para diminuir a carga tributária em 25% nos próximos dez anos. Mas só vontade não basta e o governo não conseguirá avançar sozinho. A discussão sobre a Reforma Tributária ou sobre o IVA, o imposto único, devem entrar na pauta da sociedade, se quisermos redução paulatina de impostos diante de nosso brutal déficit fiscal.
Para promover a reflexão produtiva sobre esse cenário e possibilidades de mudança a médio prazo, o World Trade Center Curitiba, filial de um dos maiores clubes de negócios do mundo, lançou o Grupo de Tributos e Desburocratização, que nasce com a participação de profissionais da área tributária de cerca de 30 grandes empresas do Sul do país. Uma forte agenda de debates tem início em 17 de janeiro, em Curitiba, em torno de boas práticas tributárias, cases, riscos e dificuldades, alterações legislativas pertinentes e oportunidades de melhoria. O grande objetivo é conceber propostas que possam ser levadas ao Congresso Nacional para diminuir a burocracia e estimular um ambiente de negócios mais competitivo.
Essa é uma iniciativa inédita para articular empresários e executivos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e inicia sob coordenação da Volvo do Brasil. Suas propostas se somarão a de outros grupos de profissionais da área pelo país.
Um ambiente de negócios mais aberto e sem entraves também estimula a chegada de novos investimentos estrangeiros, que certamente vão colaborar para aumentar a oferta de empregos e estimular o crescimento da economia brasileira. Leis ou decretos governamentais elaborados às pressas não mudarão nossa realidade. O setor produtivo deve exibir as boas iniciativas e debater propostas para que a vontade de mudar alavanque as mudanças necessárias e coloque o país no rumo do crescimento consistente.
*Josias Cordeiro da Silva é empresário e presidente do World Trade Center Curitiba, filial de um dos maiores clubes de negócios do mundo que tem como missão fomentar o ambiente empresarial, local e internacional, e gerar oportunidades de negócios aos seus associados
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