Confira a história de Eliane Lima, da equipe da Seguradora Líder, que foi vítima de acidente de trânsito

Na sua opinião, quais são os principais desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência?

Eu cresci ao lado das pessoas que estavam, digamos, à margem do padrão aceito socialmente. Na escola, eu estive com o gordinho, a magrela, o alto, a baixinha e eu era a pessoa com pinos na perna. Havia uma identificação entre nós. Eu cresci conhecendo os preconceitos das pessoas e aprendi a me defender deles com bom-humor. Acho que o nosso principal desafio é conscientizar a população e mostrar que a pessoa com deficiência é capaz como qualquer outra. Eu também estudo confeitaria, já participei de desfiles de moda inclusiva, minhas metas na Líder são iguais às metas dos meus colegas que não são PCDs, enfim, precisamos respeitar todos como iguais.

Eu cheguei há 10 anos na Companhia e nunca vivi um dia igual. Minha atuação é dedicada a fazer teleatendimento, atendimento aos usuários e atendimento relacionado à arrecadação também. Nosso trabalho na Central de Atendimento é oferecer o melhor para que a experiência do usuário seja rápida, facilitada e bem-sucedida. Isso exige empatia e o constante exercício de me colocar no lugar das pessoas. Uma história que me marcou muito aconteceu no início da minha história na Líder. Eu estava finalizando um atendimento quando a pessoa, do outro lado da linha, começou a chorar. A mulher, que também era mãe, foi aos prantos lamentando a morte de sua filha e disse que a indenização não representava nada comparado à vida da criança que havia falecido. Aquele foi um dia em que fui extremamente impactada porque a criança que faleceu tinha o mesmo nome e havia nascido no mesmo dia que a minha primeira filha, Vitória. Eu senti a dor daquela mãe e relembrei toda a minha história também. Essa memória nunca mais saiu da minha cabeça.

Qual momento na sua vida, para você, simboliza um recomeço?

Meu recomeço aconteceu quando eu tinha cerca de 15 anos. Eu não tinha liberdade de sair, vivia internada, saía, voltava para casa. Durante uma tarde de Copa do Mundo, em casa, eu estava sozinha e decidi sair. Isso não era comum, pois eu sempre andava acompanhada. Eu decidi que aquilo iria mudar naquele momento. Eu fui para a casa de uma amiga, as pessoas me receberam com muito carinho e acabou sendo uma experiência que marcou minha independência. Hoje, eu vivo diariamente novos recomeços e sou muito feliz por ter meus filhos, meu emprego, poder ajudar pessoas que passam por momentos difíceis como eu passei no passado. É gratificante e sou muito grata por contribuir.

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