Brasil,

O papel do programador nas empresas de tecnologia

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Ludmila Amaral
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*Por Eduardo Matos, CTO do GetNinjas

No mês em que se comemora o dia do programador, vale fazermos uma reflexão sobre as responsabilidades e os caminhos que a profissão nos leva - e quais passos de evolução devemos tomar na área.

Tratando-se de uma profissão um tanto quanto recente e cheia de mudanças nos últimos anos, há grandes transformações nas formas de se trabalhar e nos problemas que ela passa a resolver. Vivenciamos uma época não muito distante onde programação ainda era muito experimental, com propósitos mais acadêmicos do que práticos. A revolução dos PCs (personal computer) trouxe a possibilidade de se ter em mãos, por meio das linguagens, o poder de construir softwares.

Passando essa era inicial, vimos a explosão da internet e novos paradigmas voltados à popularização de websites e aplicativos. Desde então, a curva de ascensão da demanda de profissionais nesta área vem aumentando a cada ano. No entanto, as necessidades desse mercado, desde os primeiros propósitos acadêmicos, mudaram bastante. Inclusive, o papel de quem atua na área sofreu várias adaptações ao longo dos anos, principalmente após o Manifesto Ágil, onde a construção de software passou a ter uma proporção mais humana e menos industrial.

Desde o manifesto até hoje, vemos que a responsabilidade de quem faz código passou a ser mais próxima de atender necessidades e resolução de problemas cotidianos. Hoje, construir aplicações já não é mais um processo frio, que não transmite empatia com quem usa aquilo que nós, desenvolvedores, estamos produzindo. Atender àquilo que o usuário final deseja passou a ser o objetivo de quem trabalha na área. Não há mais espaço para fazer o que não traz solução à vida de quem está utilizando sistemas ou apps, e isso é um grande objetivo para quem está nesse mundo.

Além disso, otimizar e entregar valor o quanto antes passou a ser crucial, o over engineering não tem mais espaço nas empresas. No mundo das startups, principalmente, não trabalhar desta forma é praticamente matar o produto ou serviço aos poucos. Desenvolver soluções usando as ferramentas mais efetivas é quase uma questão de sobrevivência, e isso precisa ser entendido por quem está ali, criando software, e é claro, com certo bom senso. Entregar valor é diferente de criar funcionalidades sem qualidade.

A reflexão final que proponho é termos essa consciência de que o foco da nossa profissão precisa ser em resolver problemas. Sem isso, somos meramente pessoas que geram código sem propósito.

*Sobre Eduardo Matos
Eduardo Matos é formado em Ciências da Computação pela Faculdade de Jaguariúna. É desenvolvedor web desde 2004, quando começou a trabalhar como professor e programador. Passou por empresas como R7.com, JWT, Medicinia, Creditas e por projetos como Philips, Adidas, entre outros. Hoje atua como CTO no GetNinjas e é um dos administradores da organização do Frontend Brasil, no Github.


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