Lançamento do programa CoLABore traz discussão sobre empreendedorismo social e cultural

O lançamento do programa CoLABore, criado pela Unibes Cultural, com patrocínio da Cielo, reuniu no dia 19 de junho em São Paulo mais de 15 palestrantes de diversas instituições para criar conexões e impulsos entre diferentes protagonistas do empreendedorismo social e criativo. O evento, que contou com 300 participantes em seu primeiro dia, tem o objetivo de contribuir para o fortalecimento do ecossistema do empreendedorismo e capacitar uma nova geração de empreendedores, estimulando a participação da sociedade para potencializar o olhar para a cultura empreendedora.

A primeira palestra do dia, “Empreendedorismo, um novo caminho profissional para o crescimento de uma geração”, teve mediação de Alan Leite, CEO da Startup Farm, que defendeu que só vamos mudar a realidade se todos tiverem a cultura empreendedora. “A geração nascida depois dos anos 2000 é geração founder, fundadora, são pessoas que estão mais dispostas a empreender e esse é o caminho. Basta procurar um grande problema brasileiro e tentar resolver, você vai ter um grande negócio para empreender”, comentou.

Para a panelista Maure Pessanha, diretora executiva da Artemísia, aceleradora de negócios de impacto social há 14 anos no mercado, o ser humano pode ser multidimensional, pode ganhar dinheiro, querer mudar o mundo, e ter uma vida boa. Empreender pode ser um negócio lucrativo e mudar as coisas, questões sociais. “Temos gente muito boa e qualificada querendo empreender, gente querendo deixar um legado. Tem gente com senso de dever e também os jovens que já vêm com o ‘chip de empreendedorismo’. E os investidores também estão olhando para impacto de uma outra maneira”.

A executiva acredita que o empreendedor tem que se apaixonar pelo problema e não pela solução. “Algumas áreas interessantes para se empreender nos próximos anos são os serviços financeiros, uma área que tem crescido muito e ganhado cada vez mais um olhar de impacto, e também todo o mercado do ‘mais 60’ e bem-estar, por uma questão demográfica de população envelhecendo”, explicou. Fabio Neufeld, CEO e fundador da Kavoid Lending, e Claudio Bessa, head da unidade de desenvolvimento ecossistema e Startup da IBM, também participaram do painel.

Mediador do segundo painel do dia, “Planejamento estratégico e marketing: para que serve esse plano de voo?”, Daniel Diniz, VP de estratégia da Isobar Brasil, acredita que a estratégia é parte fundamental da cultura do empreendedorismo. “Apesar das intempéries do governo e do cenário brasileiro, precisamos absorver a ideia de que por meio do desenvolvimento da estratégia, podemos pensar o futuro e construir o futuro do jeito que imaginamos”, comenta o executivo.

O painel também contou com Carlos Giusti, sócio da PwC; Tonico Novaes, Diretor geral da Campus Party Brasil; e Eduardo Pedote, sócio da Bemtevi Investimento Social. Pedote acredita que ter uma estratégia está relacionado a ter uma ideia bem estruturada, um entendimento de mercado e também o extrato de negócios. “É importante ter um processo coerente e completo para um negócio. Alinhamento do propósito com a proposta, modelo de negócio escolhido, estrutura do time que está formando, quanto está entendendo do contexto em que está atuando, qual a estrutura de números e projeções. Tudo isso é importante para montar um planejamento estratégico. Quanto mais variáveis você consegue enxergar em um plano de negócios, mais chances você tem de levantar voo com a sua ideia”, explicou.

Como atrair recursos e reter clientes

Com mediação de Roberto Sekiya, fundador e membro de ONGS sociais e culturais: Causa Empreendedora, a palestra “Financiamento: como atrair recursos?”, contou com a participação de Brunna Zogbi, head de prospecção na Vox Capital; Leonardo Letelier, fundador e CEO da SITAWI Finanças do Bem; e Célia Cruz, Diretora do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE). Célia Cruz explicou o que é um negócio de impacto. “Ser um negócio de impacto é Ter no seu centro a solução para um problema social, ter produtos e serviços que vão fechar o modelo econômico, medir o impacto social, deixar para a próxima geração um país melhor e trazer a população pra governança desse negócio de impacto”.

Para Leonardo Letelier, o mais importante pra quem está empreendendo, é pensar qual o tipo mais adequado de capital para o modelo de negócio escolhido. “Antigamente só tinha equity, dívida ou doação. Hoje em dia as pessoas estão olhando para risco, retorno e impacto, não mais só para o binômio risco-retorno. Então um empréstimo a juros mais baixos, investimentos com menos retorno e consumo de produtos para que a empresa construa uma coisa bacana para a sociedade é cada vez mais comum. Estamos a uma geração de isso ser absolutamente normal”.

Mediado por Júlia Chagas, gerente de marketing e comunicação da Startup Farm, o ultimo painel do dia tratou de como atrair e reter clientes em um mercado competitivo. Para Márcia Cabral, idealizadora do Idem, um hub de profissionais especializados em inovação e desenvolvimento estratégico de mercado, os empreendedores precisam trabalhar em três frentes diferenciadas. A primeira delas é reter e engajar quem vai fazer seu produto com endomarketing, ações internas de motivação, acolher bem o funcionário, esquecer da regra básica de contratar pelo currículo.

“Com o produto pronto, você precisa vender, entender como dar visibilidade, precisa de canais de relacionamento genuínos com seu distribuidor, revendedor. Isso prepara o caminho com seu consumidor, que também precisa estar motivado a comprar o seu produto”, completou. Rachel do Valle, Gerente executiva da Brazilian Content, acredita que é necessário contar uma história sobre seu valor e sua marca, muito mais do que um comercial de trinta segundos na televisão, com conteúdo relevante para contar sua história como empreendedor e a história do seu produto para atrair consumidores.

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