Vai torcer? Seis lições de carreira para quem pretende assistir à Copa no trabalho

Camisa da seleção, apito e pipoca de micro-ondas. Em dias de jogos do Brasil, esse pode ser um kit ideal para celebrar com amigos, mas será que tudo isso será bem-vindo dentro das empresas no período da Copa?

"Tudo varia muito de acordo com a companhia, a cultura corporativa vigente e o momento vivenciado em cada empresa. A Copa é um evento de alto impacto no mundo inteiro, mas devemos lembrar que não há nenhuma regra que faça as empresas abrirem mão da rotina normal de trabalho nesses dias e nem nos jogos da seleção brasileira. O clima festivo, no geral, é bem aceito, mas é fundamental que os profissionais não transformem o ambiente corporativo em arquibancadas. Isso não é saudável, inclusive porque sempre há uma parcela de pessoas indiferente ou pouco entusiasmada com o evento. Desde que haja bom senso, as pessoas podem muito bem trabalhar em alto nível e apreciar os jogos. A regra de ouro é não pisar na bola e jogar a produtividade para escanteio. Na dúvida, ouça o gestor, ele é o técnico do time. No futebol e na carreira, as recomendações devem ser respeitadas", afirma Roberto Picino, diretor-executivo da Page Personnel, empresa global de recrutamento especializado em profissionais de nível técnico e suporte à gestão, parte do PageGroup.

- Confira as dicas de etiqueta corporativa que podem evitar problemas pessoais e profissionais em meio à torcida na Copa:

1 – Uniforme, camisas, bonés, bandeiras (cuidados com o vestiário)

A maior parte das companhias entra no clima da Copa. Em muitos lugares as pessoas são liberadas para usar camisas do Brasil e adereços esportivos nos dias de jogos da seleção. É recomendável evitar exageros. Pode haver reunião com clientes, algum compromisso externo, enfim, isso deve ser considerado. Se as vestimentas não interferirem negativamente, não haverá problema. Agora nada de bermuda, chuteira, bonés, sem exagero. Por mais que o clima possa sugerir, a empresa continua sendo o local de trabalho. Nada de confundir ambiente de trabalho com o clima de estádio.

2 – Dia de jogo – chegada e saída (nada de atrasar a entrada em campo)

Os jogos da primeira fase da Copa acontecem na metade da manhã e da tarde. A regra de horários será determinada em cada empresa e o funcionário deverá ter bom senso para seguir o que for combinado. O que não vale é chegar atrasado com a desculpa de que é dia de jogo. Isso não vai pegar bem. É obvio que a questão de transporte e trânsito pode complicar, mas o evento não implica em feriado ou jornada reduzida. É legal ter isso em mente. Eventuais atrasos nessas circunstâncias podem soar como indolência. A tabela da fase seguinte terá jogos entre 11h e 15h, exigindo das empresas um novo comunicado. Se o gestor não tiver comentado nada, vale perguntar. No geral, as pessoas se reúnem para debater o tema e assistir aos jogos juntos.

3 – Pipoca de micro-ondas, doces, bebidas (o que não cai bem?)

Novamente, isso varia de empresa para empresa. Há companhias que permitem o consumo de bebida alcoólica em confraternizações, organizam o esquema de comidas etc. Em geral os times de RH ficam encarregados disso. Vale consultar com os colegas o que é melhor aceito. E mesmo que haja permissão, levar bebida alcoólica nunca é tão simples. É preciso pensar inclusive na questão estética do ambiente, o que combina, o que não cai bem etc. Sempre haverá pessoas que não estão no clima da Copa, então merecem e deverão ser respeitadas em todos os aspectos.

4 – Torcida organizada com os colegas (você não está no Maracanã)

Essa é a recomendação mais fácil. Não importa o segmento, o clima ou a circunstância, dentro do local de trabalho não cabem palavrões, exaltações, reações emocionais agressivas ou incômodas. Torcer é algo que se faz com o coração. E a Copa pode mexer muito com as pessoas, isso ocorre no mundo todo. Mas nada justifica qualquer tipo de comportamento irracional. Outro detalhe importantíssimo: vivemos uma era de extrema sensibilidade às minorias, causas culturais e sociais. Portanto, durante uma partida de futebol, xingar algum jogador (do Brasil ou do time rival) pode desencadear mal-estar. Não estamos falando para ninguém torcer feito um robô, nada disso, mas nada de exageros. O que parece brincadeira para uns, pode ser ofensa imperdoável para outros.

5 – Produtividade em meio à Copa (nada de "amarelar" nos resultados)

Os meses de junho e julho serão marcados pela realização da Copa. É claro que isso afeta os negócios de algum modo, mesmo que de forma indireta, por conta do ânimo e concentração das pessoas. Nenhuma companhia do Brasil ou do mundo aceitará queda de produtividade nesse período. É natural que o ritmo se modifique, mas não pode haver uma queda pessoal de rendimento. Aliás, o período de Copa até ajuda a quebrar o gelo com algum cliente que estava mais distante, podem abrir portas que estavam fechadas. Vale pensar dessa forma.

6 – Vídeos, fotos e brincadeiras nas redes sociais (cuidado com os haters)

Qualquer imagem/vídeo/brincadeira nas redes sociais que possa ferir ou contradizer valores defendidos publicamente pela empresa pode gerar sérios problemas. Não se trata de abandonar o espírito festivo, mas hoje é inadmissível expor na web algo que comprometa os negócios ou a imagem pessoal e a reputação de carreira. Nos dias de jogos é preciso tomar cuidado com a exposição do ambiente de trabalho. Algo fora dos limites da empresa pode ter outra interpretação. Na dúvida, evite temas polêmicos, fotos e vídeos com qualquer tipo de excesso. A carreira é coisa séria, inclusive em dias mais descontraídos.

Sobre a Page Personnel:

A Page Personnel faz parte do PageGroup, consultoria global de recrutamento especializado. É responsável pelo recrutamento de profissionais técnicos e de suporte à gestão. Possui três escritórios no Brasil com as unidades de negócio Page Personnel (Vagas Efetivas), Page PCD (Pessoas com Deficiência), Page Talent (Estágios e Trainees) e Page Interim (Temporários e Terceiros).