Nova técnica revoluciona tratamento de Estenose Uretral no Brasil
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Balão farmacológico elimina necessidade de sondagem pós-operatória e reduz tempo de recuperação
Uma inovação médica está transformando o tratamento de estenose uretral no Brasil, oferecendo esperança para milhares de homens que sofrem com esta condição. O balão farmacológico revestido com Paclitaxel, técnica já consolidada na cardiologia intervencionista, agora é aplicado com sucesso no tratamento de estreitamentos da uretra, eliminando a necessidade de sondagem pós-operatória e reduzindo drasticamente o tempo de recuperação.
A estenose uretral, caracterizada pelo estreitamento do canal que conduz a urina da bexiga para o exterior, afeta aproximadamente 600 mil homens no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia. A condição, que pode resultar de traumatismos, infecções ou procedimentos médicos, causa sintomas como jato urinário fraco, dificuldade para urinar e, em casos graves, retenção urinária.
"Até recentemente, os pacientes enfrentavam uma escolha difícil: conviver com o sofrimento progressivo ou submeter-se a cirurgias invasivas que exigiam semanas de sondagem e internação prolongada", explica o Dr. Julio Bissoli, urologista particular especialista em cirurgia reconstrutiva. "O balão farmacológico muda completamente este cenário."
Tecnologia adaptada da Cardiologia
A técnica utiliza balões especiais revestidos com Paclitaxel, medicamento quimioterápico que impede a formação de cicatrizes excessivas. Originalmente desenvolvida para tratar obstruções nas artérias coronárias, a tecnologia foi adaptada para aplicação uretral com resultados promissores.
"O mecanismo é elegante em sua simplicidade", detalha o urologista Julio Bissoli. "O balão dilata mecanicamente a área estreitada enquanto libera o medicamento diretamente na parede uretral, criando uma 'barreira invisível' contra a formação de nova cicatriz."
No Brasil, o tratamento de Uretra sem sonda apresenta uma vantagem adicional. Enquanto o dispositivo original americano (Optilume®) não está disponível no país, os balões farmacológicos da cardiologia intervencionista utilizados aqui oferecem maior versatilidade, com diâmetros de 6 a 12 milímetros e extensões de até 12 centímetros, permitindo tratar casos mais complexos.
Resultados animadores
Estudos demonstram a eficácia da técnica em prazos de até 5 anos. O estudo ROBUST I, publicado em revista médica de prestígio, acompanhou 171 pacientes por cinco anos e registrou taxa de sucesso de 71% no grupo tratado com balão farmacológico, enquanto no estudo comparando o balão farmacológico com dilatações sem medicamento ou Uretrotomia Interna (técnica mais realizada no Brasil ainda) – estudo ROBUST III – as taxas de sucesso foram de 72% no grupo balão versus 24% no grupo controle com seguimento atual de 4 anos.
"Estes números são significativos quando consideramos que estamos falando de um procedimento de 30 minutos, ambulatorial, sem necessidade de sondagem", contextualiza o urologista. "Compare isso com a uretroplastia tradicional, que embora tenha taxa de sucesso superior a 90%, requer cirurgia de 3-4 horas, internação de vários dias e sondagem por semanas."
Um estudo multicêntrico espanhol, envolvendo 238 pacientes em 12 hospitais, confirmou estes resultados em ambiente de prática clínica real, demonstrando taxa de sucesso de 73,8% com seguimento de oito meses.
Revolução na experiência do paciente
A principal inovação da técnica está na eliminação da sondagem pós-operatória, historicamente uma das maiores barreiras à aceitação do tratamento pelos pacientes.
"A sondagem vesical por semanas era um verdadeiro calvário para os pacientes", relata Dr. Julio Bissoli. "Além do desconforto físico, havia limitações nas atividades diárias, risco de infecção e impacto psicológico significativo. Com o balão farmacológico, o paciente sai do hospital no mesmo dia, urinando normalmente."
O procedimento é realizado com sedação leve e anestesia local. Através de cistoscopia, o médico posiciona o balão na área da estenose e o mantém inflado por cinco minutos - tempo necessário para a transferência do medicamento para a parede uretral.
Critérios de seleção
Nem todos os pacientes são candidatos à técnica. "Indicamos principalmente para estreitamentos uretrais anteriores de até 2 a 4 centímetros de comprimento", esclarece o urologista. "Pacientes com estenoses complexas envolvendo áreas de risco para incontinência, especialmente pós radioterapia e pós prostatectomia radical, agora contam com uma opção a mais com taxa de sucesso razoável sem o perfil de complicação da uretroplastia."
Contraindicações incluem alergia ao Paclitaxel e presença de implantes uretrais como esfíncteres artificiais na região a ser dilatada.
Perfil de segurança favorável
A segurança do balão farmacológico para uretra tem sido consistentemente demonstrada. Estudos reportam taxa de complicações de 14,2%, significativamente inferior aos procedimentos cirúrgicos convencionais. As complicações mais comuns são leves e temporárias, como disúria (dor ao urinar) e hematúria (sangue na urina), que se resolvem espontaneamente em poucos dias.
"A exposição sistêmica ao paclitaxel é mínima", tranquiliza o especialista. "Como precaução, recomendamos abstinência sexual ou uso de preservativo por 30 dias, período em que o medicamento pode estar presente no sêmen."
Perspectivas futuras
A técnica continua evoluindo, com pesquisas investigando novos agentes farmacológicos e sistemas de liberação aprimorados. No Brasil, a experiência crescente com os balões da cardiologia intervencionista tem demonstrado resultados promissores.
"Estamos apenas no início desta revolução", projeta Dr. Julio Bissoli. "A possibilidade de combinar esta técnica com outras modalidades terapêuticas, incluindo terapia celular e engenharia tecidual, abre horizontes ainda mais promissores."
Mudança de paradigma
Para muitos especialistas, o balão farmacológico representa uma mudança paradigmática no tratamento de estenoses uretrais, oferecendo pela primeira vez uma opção que combina eficácia clinicamente relevante com morbidade mínima.
"Não estamos dizendo que esta técnica substitui completamente a cirurgia tradicional", pondera o urologista. "Mas para muitos pacientes, especialmente aqueles que valorizam qualidade de vida e desejam evitar procedimentos invasivos, representa uma alternativa valiosa que não existia antes."
A técnica já está disponível em centros especializados no Brasil, oferecendo nova esperança para pacientes que anteriormente enfrentavam opções terapêuticas limitadas. Com o crescimento da experiência nacional e o refinamento das técnicas, espera-se que mais pacientes possam se beneficiar desta inovação nos próximos anos.
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