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5 Perguntas e respostas sobre a fístula arteriovenosa para hemodiálise

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Fernanda Fernandes da Cruz
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Especialista explica como o tratamento pode ser benéfico para quem tem doença renal crônica

Existem inúmeros tratamentos para a insuficiência renal, como a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante renal. A hemodiálise é o método mais comum de terapia de substituição renal e, normalmente, é feita através de uma fístula arteriovenosa.

A fístula para hemodiálise é uma comunicação realizada cirurgicamente entre uma veia e uma artéria, normalmente no braço ou no antebraço. Essa conexão permite com que a veia tenha alto fluxo de sangue e, assim, possa ser puncionada com uma agulha que levará o sangue para o aparelho de hemodiálise e outra agulha que devolverá o sangue filtrado.

Embora o tratamento possa sofrer estigmas, quando bem realizado, traz diversas vantagens para quem possui doença renal crônica (DRC), como uma menor taxa de infecção e maior liberdade no dia a dia; entretanto, uma das principais preocupações gira em torno do aneurisma de fístula. Tal condição pode acontecer porque a veia não foi feita para receber um volume intenso de sangue, gerando dilatações que são conhecidas como aneurismas venosos.

Abaixo, o Dr. Carlos André Vieira, médico especialista em cirurgia vascular do Hospital 9 de Julho em São Paulo, responde cinco perguntas sobre este tipo de aneurisma em pacientes dialíticos e como esse tratamento pode ser repensado.

1. Quais as vantagens de realizar hemodiálise via fístula arteriovenosa?

R: Pacientes com fístulas arteriovenosas apresentam baixa taxa de infecção, menor número de internações hospitalares e, consequentemente, menor taxa de mortalidade.

Além disso, desfrutam de uma vida com mais liberdade, considerando que podem ir à praia, entrar no mar, em banheira ou piscina, pela ausência de tubos penetrantes no corpo. Essas atividades são proibidas aos usuários de cateter, devido ao risco de infecção.

2. Quais os principais motivos que levam o paciente a evitar a hemodiálise por fístula arteriovenosa?

R: O aspecto estético e a dor são os principais fatores que fazem com que o paciente evite realizar uma fístula arteriovenosa. As veias podem apresentar áreas de grande dilatação conhecidas como aneurismas venosos, que são facilmente visíveis para qualquer pessoa. As punções a cada sessão de hemodiálise são outro motivo de preocupação, pois considerando que são duas agulhas a cada sessão e deve-se fazer hemodiálise de três a cinco vezes por semana, conclui-se que são até dez picadas por semana por uma agulha de grosso calibre.

3. Quais as formas de evitar a dor causada pela hemodiálise via fístula arteriovenosa?

R: É possível reduzir ou até mesmo acabar com a dor nas punções para hemodiálise. Mais importante que pomadas dessensibilizantes é a clínica escolhida para fazer hemodiálise. Profissionais de enfermagem habilidosos e treinados fazem com que o procedimento seja rápido e certeiro. Além disso, com o passar dos meses, o desenvolvimento da veia facilita as punções e as áreas que são puncionadas vão ficando mais dessensibilizadas, excluindo ou reduzindo, na maioria dos casos, as dores pós punção.

Outra alternativa seria a técnica “Buttonhole”. É um método em que as canulações são feitas por agulhas com corte sempre no mesmo local até que se forme um túnel. Depois, as punções são realizadas por agulhas sem corte na área do túnel na pele. Reduzem em muito as dores da punção, mas não é uma técnica elegível para todos.

4. Além da questão estética, quais são as outras complicações dos aneurismas venosos?

R: Os aneurismas são dilatações de grande tamanho na veia onde é realizada a hemodiálise. A pele pode ficar muito fragilizada na região das punções e a pior das complicações pode ser a ruptura venosa, que pode levar à morte. Também há a possibilidade de formação de trombos e, consequentemente, a obstrução da veia, impossibilitando a hemodiálise.

A maioria dos pacientes imagina como algo que não possa ser tratado sem a perda da fístula, mas existem técnicas que reduzem o tamanho do aneurisma. Isso, além da melhora estética, melhora o fluxo na veia com melhora na qualidade da hemodiálise.

5. Quais os tratamentos recomendados para essa doença?

R: A melhor forma de tratamento é a prevenção. Com acompanhamento regular com cirurgião vascular, pode-se identificar as causas precocemente e evitar a formação dos aneurismas. Os aneurismas de fístula, em quase totalidade, estão associados a algum estreitamento (estenose) da veia.

O tratamento envolve tanto a correção da estenose por meio de angioplastia, como a redução cirúrgica do diâmetro do vaso sanguíneo no segmento dilatado através de incisão e sutura. Normalmente, é um procedimento rápido (menos de uma hora) e de rápida recuperação, com possibilidade de alta hospitalar ainda no mesmo dia da cirurgia.

Sobre o Dr. Carlos André Pereira Vieira

É médico com 15 anos de experiência (2007). Graduação em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (2002-2007), fez residência médica em Cirurgia Geral pela Irmandade Santa Casa de São Paulo (2008-2010) e residência em Cirurgia Vascular no Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE) 2010-2012. Possui Título de Especialista em Cirugia Vascular, Endovascular e Ecodoppler pela SBACV e CBR desde 2013. Médico titular em cirurgia vascular no Hospital Paulistano de 2012 a 2019. Atualmente, é médico titular no principal hospital do Grupo DASA em São Paulo (Hospital Nove de Julho). Atua em consultório próprio na realização de exames e consultas na Av. Paulista, 91, conj. 307.


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