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Doença de Parkinson: diagnóstico precoce, atrelado ao tratamento, pode melhorar a qualidade de vida, dizem especialistas

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Adriana Veronez
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Apesar de progressiva e incurável, existem medicamentos e terapias que ajudam nas funcionalidades motoras. Neurologista, urologia e geriatria, falam dos avanços científicos que visam minimizar a incapacidade e aumentar a autonomia ao paciente

Considerada a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente no mundo, a Doença de Parkinson, afeta no mundo cerca de 6,3 milhões, e é lembrada mundialmente neste mês. No Brasil, ainda não se tem dados oficiais, estima-se que mais de 200 mil pessoas sofram com esse distúrbio, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), porém esse número pode ser ainda maior.

Com a perspectiva de vida aumentando, ou seja, a população envelhecendo, aumenta-se a incidência de doenças crônicas, como é o caso da Parkinson. Ainda, segundo o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro subiu para 76,8 em 2020 e, até 2041, já terá alcançado os uma média de 80 anos, o que significa que teremos um maior número de idosos e, portanto, risco maior de doenças como a de Parkinson.

A doença afeta tanto homens quanto mulheres, sendo um pouco mais frequente no gênero masculino. A causa da doença de Parkinson é multifatorial, levando-se em consideração predisposição genética e fatores ambientais. O contato com pesticidas, fatores alimentares como a ingesta excessiva de laticínios, ou ainda a presença de doenças crônicas, tipo diabetes e sobrepeso, podem estar associados a doença. Apesar de existir uma predisposição genética, a maioria dos casos são esporádicos, porém quando o diagnóstico de Doença de Parkinson é feito antes dos 50 anos aumenta a probabilidade da etiologia estar diretamente ligada a fatores genéticos.

Geralmente, os primeiros sintomas aparecem em pessoas acima de 60 anos. É uma doença degenerativa crônica do sistema nervoso central, caracterizada por uma perda progressiva da função dos neurônios, - responsável pela produção de dopamina -, afetando o indivíduo de forma sistêmica, principalmente a coordenação motora, além de impactar no processo de envelhecimento. Entre os sintomas de início, a depender do estágio da doença, estão tremores em repouso, movimentos desiguais e rígidos, falta de equilíbrio, entre outros, podendo inclusive, trazer dificuldades e problemas de micção.

“Falando do trato urinário, em específico, os pacientes se queixam de levantar-se durante a noite (período de sono) para urinar, aumento da frequência durante o dia, bem como urgência miccional e incontinência, porém, também existe dificuldade de urinar de uma forma menos frequente”, diz a urologista Dra. Ana Paula Bogdan, membra da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo. De acordo com a médica, que é responsável pelo ambulatório de disfunções miccionais do Lucy Montoro Famerp/ Hospital de Base São José do Rio Preto, os principais sintomas podem aparecer mais tardiamente e, muitas vezes, podem ser negligenciados.

“Eles podem piorar com o tempo ou serem confundidos com outras comorbidades que, porventura, o paciente também tenha, como por exemplo, aumento de próstata ou diabetes”, explica Ana Paula. Entre os tratamentos para minimizar os efeitos no trato urinário, a urologista cita a aplicação de toxina botulínica na bexiga ou neuromodulação para os casos que não respondem aos tratamentos de primeira linha.

Avanços na ciência

Apesar de ainda não ter cura e ser progressiva, a boa notícia é que a ciência avançou e existem tratamentos de eficácia elevada para os sintomas motores, e não motores, que garantem uma melhora na qualidade de vida e prognóstico desses pacientes. “Além da constatação dos sinais clínicos a resposta terapêutica convincente ao uso de prolopa, ou agonistas, pode auxiliar no diagnóstico definitivo.

Dentre os sintomas motores, temos como meta reduzir a rigidez, melhorar a execução dos movimentos e reduzir os tremores. Já para os sintomas, considerados não motores, a meta é melhorar ansiedade, depressão, fadiga, constipação, transtorno comportamental do sono, além das dores. Em geral, os pacientes costumam apontar lentificação da marcha, dificuldade com a escrita, dor em ombro e nos músculos paravertebrais, diminuição do volume da voz e, nas fases mais avançadas da doença, o comprometimento cognitivo.”, relata Dr. René Gleizer, neurologista do Departamento de Pacientes Graves do Hospital Israelita Albert Einstein.

De acordo com o especialista, além das medicações, o cuidado multidisciplinar com fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia são fundamentais na reabilitação dos pacientes. “A presença e o estímulo dos familiares, que participam do cuidado e auxiliam nas adaptações do dia a dia, são motivações para os pacientes, trazendo esperança e amor no enfrentamento da doença”, pontua.

Como se trata de uma doença crônica, as consultas regulares e frequentes ao neurologista são fundamentais, pois garantem uma melhor evolução clínica para os pacientes, além de verificar a adesão ao tratamento medicamentoso e evitar efeitos colaterais. Além disso, o fato de ser uma doença neurodegenerativa, e de evolução lenta, faz com que a especialidade de geriatra também atue de maneira muito importante no auxílio aos doentes.

“Muitos estudos sugerem que a mortalidade relacionada à doença é modestamente aumentada, quando comparada às pessoas sem a doença. A sobrevida dos pacientes com doença de parkinson é muito variável e difícil de precisar, podendo variar de cinco anos e, em alguns raros casos, perto de 20 anos. O principal objetivo do tratamento é minimizar a incapacidade e manter a pessoa com a maior autonomia possível”, aponta Dr. Marcelo Altona, geriatra, médico assistente do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Idosos devem procurar diagnóstico precoce

O diagnóstico ainda é predominantemente clínico, e quanto mais cedo for identificada a doença, melhor para o paciente. “O impacto disso é a melhora da qualidade de vida, assim como a possibilidade de continuar a realizar tarefas laborais do dia a dia, atividades de lazer que sejam importantes para o paciente, sem contar os ganhos na melhora da autoestima, adaptações relevantes na vida diária, garantindo a melhor funcionalidade em idades que ainda exigem produtividade e desempenho profissionais e sociais.”, sinaliza o neurologista Gleizer.

O acompanhamento conjunto do neurologista e do geriatra auxilia e muito no desafio que é o tratamento. “Quando diagnosticado precocemente, o tratamento medicamentoso, somado à reabilitação física, podem retardar a progressão da doença.”, complementa Altona, que faz parte do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo ele, o maior impacto observado na qualidade e no processo de envelhecimento ocorre devido ao acúmulo de doenças crônicas como hipertensão, diabetes, dislipidemia – elevados níveis de gordura no sangue -, doenças cardíacas (infarto e insuficiência cardíaca), doença cerebrovasculares (acidente vasculares cerebrais), cânceres e doenças neurodegenerativas como (Alzheimer e a doença de Parkinson). “O aumento na sobrevida e qualidade de vida no envelhecimento tem íntima relação com os avanços científicos da medicina. Desde a implementação dos antibióticos, vacinas e, mais atualmente a tecnologia, permitiram o melhor controle das doenças crônicas. Temos como bons exemplos o tratamento cirúrgico de doenças complexas com uso de robôs e a tecnologia aplicada ao diagnóstico precoce de doenças potencialmente graves. Além disso, os avanços vieram da percepção de que, medidas de qualidade de vida e estímulo aos bons hábitos, quando implementadas de forma precoce, potencializam ainda mais os êxitos neste sentido”, finaliza o geriatra.

Por fim, vale lembrar que o parkinsoniano pode usufruir dos benefícios que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência nº 13.146, de 6 de julho de 2015, desde que haja avaliação da deficiência realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.


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