Dia Mundial da Voz: uso de medicamentos pode afetar as cordas vocais
“ É um ritmo muito intenso que exige uma condição de atleta da voz para poder realmente poder realizar todos os shows. Você não dorme, não come direito e se sacrifica muito nessa correria toda. Teve um momento na minha vida que isso foi intenso que, por várias vezes, procurei um médico para rapidamente resolver o problema porque não dava para ficar quieto com a minha voz por sete dias. Eles naturalmente me recomendaram corticoides e vários outros medicamentos. Tudo bem por aí, sem problemas, até o momento que eu achei que já não precisava ir mais ao médico para falar sobre nenhum problema e eu mesmo me automedicava”, lembra Bruno Gouveia.
O resultado foi que o músico ficou dependente dos medicamentos para manter a voz plena. Aí com a orientação da fonoaudióloga conseguiu buscar soluções não farmacológicas para manter a saúde vocal. “As pessoas não têm ideia do que o corticoide causa. Hoje meu fígado está comprometido, e eu me trato com o hepatologista por causa dos corticoides que foram sendo tomados ao longo de tantos anos. Tenho uma série de problemas até mesmo com o próprio corticoide. Quando é necessário usar, o meu corpo não responde da mesma forma. E eu recomendo a todo mundo que use a voz profissionalmente, para se aconselhar muito com o médico e nunca se automedicar. De remédio para veneno é só virar uma chave”, alerta o cantor.
No Dia Mundial da Voz, comemorado em 16 de Abril, especialistas da área da saúde sempre alertam para os cuidados necessários para manter a saúde das cordas vocais. A data surgiu a partir das realizações da Semana Nacional da Voz no Brasil, em 1999, e ganhou destaque internacional. A atividade foi criada por médico otorrinolaringologistas, inicialmente, com o intuito de prevenir o câncer de laringe. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) tem defendido fortemente a orientação sobre os riscos da automedicação e o uso indiscriminado de medicamentos. O que cabe também nesse tipo de situação.
As cordas vocais são pregas mucosas flexíveis localizadas na laringe e compostas por músculo e ligamento. A passagem do ar por estas pregas produz vibração e origina a voz. Muitos medicamentos que utilizamos podem ocasionar danos às pregas vocais de modo direto ou indireto. É o que explica a farmacêutica Alessandra Russo, da Coordenação Técnica e Científica do conselho. “Alguns medicamentos tornam a saliva mais viscosa, outros diminuem a produção de saliva, o que interfere na lubrificação e hidratação das pregas vocais e irá interferir na qualidade da produção da voz. Temos como exemplos, os corticoesteroides de uso tópico, administrados por meio de dispositivos inalatórios para o tratamento da asma. Medicamentos anticolinérgicos utilizados para o tratamento da doença de Parkinson, incontinência urinária, anti-histamínicos para tosse, os broncodilatadores utilizados para o tratamento da asma. Os medicamentos simpaticomiméticos diminuem a produção de saliva, temos como exemplo aqueles utilizados para a congestão nasal, como a pseudoefedrina.”
Alessandra Russo também cita como um caso preocupante o que ocorre com mulheres que utilizam esteroides anabolizantes para aumento de massa muscular. Já que o uso destes medicamentos ocasiona a virilização da voz feminina, com mudança do seu timbre, quadro que não se resolve nem com a interrupção do uso do medicamento. Outros fármacos também possuem efeitos indesejáveis. “Medicamentos relaxantes musculares possuem como reação adversa a diminuição da produção da saliva. O mesmo ocorre com alguns antidepressivos. Em relação aos corticoesteroides sistêmicos, não há indicação de uso para uma dor de garganta em estádio inicial, muitas vezes é sintoma de um resfriado, gripe e até de Covid-19.”
Então a orientação é antes de tudo, ao sentir qualquer desconforto na garganta, dor, pigarro, ressecamento, consultar um profissional da saúde. A fonoaudióloga Luisa Catoira trabalha com voz profissional de atores de dublagem, de musicais, de TV, de cinema e teatro, com cantores, locutores e professores. Em sua prática clínica, ela relata que alguns pacientes, inclusive, se automedicam. A profissional contraindica esse tipo de atitude veementemente a todos os seus pacientes. “Desde o momento em que sentimos dor na garganta, rouquidão por causa de inflamações, ou qualquer sintoma vocal, precisamos procurar ajuda do médico antes de fazer uso de qualquer medicação- o corticoide, se mal usado, causa inclusive sangramento de pregas vocais.”
Como fonoaudióloga, Luisa Catoira diz que não sugere uso de medicamento algum para a voz. “Peço para que meus pacientes, ao sentirem quaisquer sintomas, procurem o médico, no caso, o mais normal é procurarem os otorrinolaringologistas. Mesmo assim, vejo muita gente se desesperar antes de um show, de uma apresentação importante, com alguma rouquidão, e fazer uso de medicamentos como corticoides. Outra coisa que usam muito, é um medicamento para desacelerar o coração.”
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