Simpósio discute saúde mental na infância e adolescência

Dr. Miguel Angelo Boarati, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, foi o palestrante convidado para o evento

Com o objetivo de atualizar os profissionais médicos e residentes e de oferecer conhecimentos para os estudantes, o curso de Medicina da Unoeste, em parceria com a Associação Prudentina de Psiquiatria (APP) e o Hospital Regional (HR), realizou nesta sexta-feira (31) o Simpósio de Atualização em Psiquiatria da Infância e Adolescência, no Ambulatório Professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima. Com cerca de 150 participantes, o evento contou com a presença do médico psiquiatra do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência (Sepia) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP), Dr. Miguel Angelo Boarati.

Durante sua palestra, o Dr. Miguel salientou a importância de trazer este assunto para discutir principalmente com os estudantes, pois todos já foram crianças e adolescentes e algum dia cuidará de alguém nessa fase da vida. “Conhecer esse desenvolvimento, quais as alterações e principalmente intervir precocemente vai permitir que os profissionais consigam proteger o desenvolvimento de algumas patologias, no caso de patologias mentais, e melhorar a qualidade de vida. Temos que pensar lá na frente, pois quando cuidamos de uma criança, estamos cuidando de um futuro adulto, que será um futuro pai de outra criança, então, cuidar da infância e adolescência é essencial, é prioritário!”, salienta.

De acordo com o médico, a saúde mental integra todas as outras áreas da vida, tanto que a psiquiatria infantil tem uma interface grande com os outros segmentos do conhecimento. “É essencial que seja desse jeito, pois o ser humano é muito complexo. Nós somos diferentes dos outros animais justamente pela nossa capacidade de avançar em termos mentais. Então, cuidar do adoecimento, ainda mais na fase do desenvolvimento na infância e adolescência, é essencial para o futuro dessas pessoas. Se não cuidarmos da saúde mental, não conseguimos cuidar do bem-estar geral da sociedade”, explica.

Para a Dra. Celeste Corral Baptista, professora da Unoeste e coordenadora do Ambulatório de Psiquiatria, ver o auditório cheio só mostra a importância de eventos como este, que traz um profissional como Dr. Miguel para discutir sobre a psiquiatria da infância e adolescência com estudantes e profissionais da medicina.

“Temos recebido constantemente solicitações dos pós-graduandos, residentes e alunos do internato de saúde mental para organizarmos eventos, pois essa parte da psiquiatria infantil tem muitas novidades e atualizações que são importantes. Inicialmente o Dr. Miguel viria para falar somente com os residentes, porém, devido à alta procura, estendemos para os estudantes da graduação e para os profissionais médicos da rede municipal. Ver esse interesse de todos os presentes só mostra a preocupação com o desenvolvimento humano e empatia dos alunos, é um reflexo do grande envolvimento da Unoeste, de como a universidade tem formado pessoas humanizadas e não apenas profissionais técnicos. Este é um caminho que vale a pena a gente investir, pois há muito interesse!”, revela.

Avaliação Multidisciplinar de Idosos

Também nessa sexta-feira foi realizada uma ação através de um projeto de extensão de férias em que os alunos avaliaram a saúde de seus avós. A oficina multidisciplinar envolveu 120 estudantes dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Nutrição que aprenderam a realizar a Avaliação Multidisciplinar da Pessoa Idosa. De acordo com a professora Dra. Larissa Sapucaia Esteves, esta atividade tem parceria com a Residência Multiprofissional do HR e durante a tarde foram feitos atendimentos como a avaliação do estado mental, nutricional, de funcionalidade, além do mapeamento dos medicamentos que cada idoso utiliza.

“Estes jovens precisam entender que eles só estão na universidade hoje porque seus avós construíram todo o caminho antes. O respeito e a inclusão dos idosos na vida da família é algo muito importante para esses alunos em suas futuras profissões. Essa valorização faz com que as pessoas se tornem mais funcionantes por mais tempo, essa é a ideia que quisemos passar na oficina, além deles aprenderem a ciência da avaliação. Estão todos muitos felizes com seus avós aqui, percebemos uma emoção muito bonita entre todos os envolvidos e os idosos ficaram orgulhosos e agradecidos”, conta Larissa.

Após a avaliação, os idosos receberam um café da tarde e acompanhados pelos estudantes, visitaram toda a estrutura do campus I da Unoeste, principalmente dos cursos envolvidos na atividade.