13º salário evidencia a importância de tomar decisões conscientes para evitar desequilíbrio no início do próximo ano

Com a chegada do 13º salário, milhões de famílias ganham um poder de compra extra, que transforma o comportamento de consumo no país. O bônus anual injeta recursos no bolso justamente quando o comércio, o turismo e os serviços se preparam para o Natal, gerando impacto direto no varejo e na economia nacional.

De acordo com estimativas divulgadas pelo Dieese, o 13º salário deve injetar quase 370 bilhões na economia até o fim de 2025, valor correspondente a cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), volume que reforça a importância do benefício como motor de consumo em diferentes setores em dezembro.

Mais de 95 milhões de brasileiros devem ser beneficiados, mas o bônus que deveria chegar como alívio ou oportunidade, aparece também como tentação. “Uma coisa importante de observar é que o 13º não deve ser tratado como renda permanente, pois é um recurso extra e sazonal. Quando o benefício é usado para compras de fim de ano sem controle, a chance de comprometer o orçamento dos meses seguintes é enorme”, aponta a planejadora financeira Adriana Ricci.

Para evitar esse descontrole, Adriana sugere como boa prática definir um orçamento antes de gastar, separando parte do 13º para despesas recorrentes de janeiro, como impostos, material escolar e contas fixas, e limitar o resto para lazer ou consumo de fim de ano. “Essa estratégia permite aproveitar o bônus sem comprometer a saúde financeira futura porque quando usado com critério, o 13º pode oferecer mais do que a oportunidade de comprar e presentear, ele pode ser o início de um orçamento mais equilibrado. Quando consumido com moderação, o recurso transforma-se em ferramenta para restabelecer a estabilidade e garantir uma folga no início do próximo ano”, completa Adriana que tem mais de 25 anos de atuação e expertise no mercado financeiro.

O 13º salário é pago, por lei, em até duas parcelas até 20 de dezembro. Outro ponto importante e comum nesta época do ano são as viagens, onde fica muito fácil se perder em gastos com restaurantes, compras no supermercado e bebidas. A principal dica da especialista é fazer listas detalhadas e sem exageros. “No caso da viagem, principalmente por conta da alimentação, estipule um gasto máximo diário, não tem problema querer conhecer um bom restaurante, mas isso não pode acontecer todos os dias, procure fazer escolhas conscientes”, diz.

Para quem vai passar o final de ano com a família, a orientação é dividir tudo de forma justa para não sobrecarregar quem recebe as pessoas em sua casa. “Fazer uma lista completa e dividir as compras funciona super bem, assim cada um compra onde quer, como quiser, pela internet, inclusive, e quando junta tudo, a festa está garantida. Planilhas também ajudam a organizar e existem diversos aplicativos gratuitos para facilitar esse controle financeiro”, finaliza a fundadora da SHS Investimentos.

Sobre a especialista: Adriana Ricci é especialista em investimentos e tem 25 anos de atuação no mercado financeiro. É fundadora, gestora e head de Operações da SHS Investimentos, empresa que atua no mercado financeiro desde 2008 e atua em São José dos Campos, SP.

Possui certificações pela Ancord como Assessora de Investimentos, pela Anbima no PQO, Programa de Qualificação Operacional da Bolsa de Valores, e CPA-20, e pela Febraban, a FBB-100. Bacharel em Administração e Financista, pós-graduada com MBA em Finanças, Auditoria e Controladoria pela FGV.