Qual a importância da mulher no mundo econômico-financeiro?
*Por Natália Braulio
É com essa pergunta que começo minha jornada para descrever a infinidade de ideias, conceitos e ações que permeiam a minha experiência profissional (assim como pessoal) nesse universo de finanças, tecnologia e a busca pela igualdade de gênero.
Os dados estão aí, disponíveis para todos e ilustrando a situação do mundo econômico-financeiro em relação à mulher: somos minoria no mercado financeiro e tecnológico, ganhamos menos em relação a homens que ocupam os mesmos cargos que nós, estudamos mais (mantemos o maior número de matrículas no ensino superior e períodos mais longos no mundo acadêmico) e já somos a maioria como provedoras familiares. Então, por que, em pleno 2021, ainda precisamos responder qual a importância da mulher em qualquer cenário profissional?
Olhando um pouco para trás, podemos tentar levantar algumas respostas para essas questões:
Na Constituição de 1824: primeiras escolas destinadas à educação da mulher, que ensinavam trabalhos manuais, domésticos, cânticos e ensino brasileiro de instrução primária;
O Código Civil de 1916: dá ao homem o exercício do pátrio poder permitindo tal exercício a mulher apenas na falta ou impedimento do marido. Dá ao pai a administração dos bens do filho e à mãe, somente na falta do cônjuge varão. Ainda estabelecido por lei que a mulher não pode, sem o consentimento do marido: alienar, ou gravar de ônus real, os imóveis do seu domínio particular, qualquer que seja o regime dos bens; aceitar ou repudiar herança ou legado; litigar em juízo civil ou comercial, a não ser em casos específicos; exercer profissão;
Apenas a partir da Constituição de 1967, temos o começo do estabelecimento da igualdade jurídica entre homens e mulheres;
Por fim, a Magna Carta de 1988 igualou, definitivamente, homens e mulheres em direitos e obrigações.
Todas essas reflexões são a construção para, ao menos, tentarmos entender a razão da dificuldade em nos igualarmos aos homens dentro do contexto econômico-financeiro, que é totalmente construído sobre questões de posses, ganhos financeiros, carreiras e profissões, e também decisões jurídicas relativas a propriedades, investimentos e outros.
Pensando em uma rápida linha do tempo, volto para o ano de nascimento da minha mãe (1962), quando o Estado finalmente começa a ter regras e ações reais em prol da igualdade de gênero. O que significa que minha avó (hoje com seus 86 anos de idade), não tinha como ensinar para minha mãe uma real inserção no mundo econômico-financeiro. Mais adiante, na minha linha do tempo pessoal, percebo que a Constituição de 1988 foi promulgada quando eu já tinha 4 anos de idade. Resumindo: nós, mulheres, ainda estamos no início de um lento processo pela igualdade de gênero, especialmente no campo financeiro.
Se conseguirmos compreender (e propagar) o critério da igualdade de gênero, vamos diminuir questionamentos sobre a importância da mulher no mercado econômico-financeiro, porque passaremos a falar sobre mais indivíduos gerando renda e prosperidade na sociedade, independente do seu sexo. Não é à toa que um dos 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável, proposto pela ONU, é a Igualdade dos Gêneros. Esse objetivo entra na lista, porque reduzir as lacunas de direitos e deveres entre homens e mulheres, impacta diretamente na prosperidade não somente do ser humano, mas principalmente, do planeta.
Natália Braulio é administradora e Mestre em Design com ênfase em User Behavior Analytics e possui mais de 10 anos de gestão em empresas de educação, consultoria e finanças. É cofundador da Openbox.ai, fintech de crédito empresarial voltada para PMEs que incentivam a sustentabilidade, onde atua como CMO.
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