IR: empresas brasileiras podem contribuir para o futuro de jovens em situação de vulnerabilidade social

Os últimos 20 meses foram desafiadores para as instituições sociais em todo o Brasil. Desde o início da pandemia da Covid-19, 60% das ONGs deixaram de atender ou oferecer algum serviço em função das medidas sanitárias de restrição para a contenção do vírus. Eventos beneficentes e abordagens face to face, comuns em muitas organizações sociais para angariar fundos, foram suspensos e medidas criativas foram adotadas para reverter o cenário de crise.

Por conta desse contexto, um forte movimento de solidariedade atingiu o país. São mais de R$ 7,1 bilhões doados desde que a pandemia foi decretada, é o que aponta o Monitor das Doações Covid-19, organizado pela Associação Brasileira dos Captadores de Recursos (ABCR). O apoio às organizações sociais tem sido um meio de garantir que a contribuição chegará para quem realmente precisa de auxílio, seja para recursos emergenciais, no suprimento de alimentação e kits de prevenção, como para medidas a médio prazo, garantindo uma melhor educação e empregabilidade, por exemplo.

“Há uma lacuna histórica na educação brasileira, promovida pela desigualdade entre as classes sociais, que se reflete nas oportunidades de emprego na vida adulta. O que era crítico ficou ainda mais delicado com a pandemia. Precisamos encarar que há uma urgência e precisamos trabalhar hoje para a reversão desse quadro”, explica Wandreza Bayona, diretora executiva do Instituto Ser +, especialista em capacitação profissional de jovens em vulnerabilidade social.

Desde março de 2020, cerca de 1,5 bilhão de estudantes ficaram fora da escola em mais de 160 países, segundo relatório do Banco Mundial. Além desse impacto, o número de jovens sem emprego corresponde a 29,8%, seis pontos acima de 2019, segundo dados da PNAD Contínua, publicados em março de 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com Wandreza, um dos principais impasses que impedem o pontapé inicial dos jovens no primeiro emprego ou na colocação profissional é a falta de qualificação.

A fim de atenuar as desigualdades, sejam elas socioeconômicas ou educacionais, empresas entram em parcerias com organizações de todo o país por meio de projetos ou destinando parte do imposto de renda a projetos incentivados fiscalmente, conduta comum entre empresas enquadradas no Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Simples Nacional, que designam 1% do imposto devido ao Fundo Municipal do Idoso (FMPI), Fundo Estadual para Infância e Adolescência (FIA/PR) ou Fundo Municipal da Infância (FMCA).

Para Wandreza Bayona, a destinação do Imposto de Renda é sempre uma contribuição expressiva para a Organização, especialmente as realizadas em dezembro. “Recebemos doações ao longo de todo ano, mas as provenientes do IRPJ representam 18% da receita anual do Instituto Ser +”, revela. Por ser uma quantia tão significativa para a ONG, a destinação dela é aplicada integralmente ao Programa Conexões, realizado em parceria com o Fundo da Infância e da Adolescência. Só em 2020, o projeto oportunizou a capacitação profissional de mais de 500 adolescentes entre 15 e 17 anos.

Além do Programa Conexões, outro projeto está vigente com a mesma parceria, o CONDEGA, idealizado para o atendimento de 200 jovens residentes da capital paulista e Grande São Paulo. Este programa tem como foco o desenvolvimento pessoal e cidadão, comum nos projetos liderados pelo Instituto Ser +, além de capacitação técnica em comunicação, marketing e varejo. Os adolescentes que se interessam por essa área de atuação têm a oportunidade de serem inseridos no universo que pleiteiam, antes mesmo de começarem a buscar uma oportunidade profissional.

O período de declaração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica anual é até o fim do ano fiscal de 2021, dia 31 de dezembro. No momento de declarar, é possível escolher para qual fundo quer destinar, através do site da Receita Federal (https://www.gov.br/receitafederal/pt-br).

Sobre o Instituto Ser+

O Instituto Ser + é uma organização sem fins lucrativos que desde 2014 tem como propósito desenvolver o potencial de jovens entre 15 e 24 anos em situação de vulnerabilidade social. Contribui com a formação integral e o desenvolvimento pessoal, social e profissional dos jovens, para que possam ser protagonistas de suas trajetórias. Com metodologia própria e avalizada pela Fundação Banco do Brasil, o Ser + é um certificador do Ministério do Trabalho para a Lei de Aprendizagem e está entre as 100 Melhores ONGs do Brasil. Mais de 14.800 jovens já foram capacitados pelo Instituto e 75% desses ingressaram no mercado de trabalho. O Ser + desenvolve, ainda, consultorias e programas de capacitação customizados, que podem explorar o contexto de Diversidade de forma plural no ambiente corporativo. Tem como presidente a empresária Sofia Esteves, do Grupo Cia de Talentos, engajada no propósito de devolver à sociedade tudo o que aprendeu e conquistou trabalhando por mais de 30 anos com o público jovem.