Proibição do Bitcoin na China é estratégia de controle social, diz analista
Desde 2013, o governo chinês já proibiu negociações e ofertas de serviços com Bitcoin e criptomoedas pelo menos sete vezes. A investida mais recente aconteceu na última sexta-feira (24) quando o Banco Popular da China (PBoC) divulgou uma lista de atividades proibidas relacionadas à criptomoedas, incluindo negociação e emissão de tokens e oferta de serviços com criptoativos por parte de exchanges estrangeiras.
Embora não seja a primeira vez que isso acontece, o Bitcoin e o mercado de criptomoedas foi impactado pela notícia. Além do preço do BTC, que caiu mais de 8% em poucas horas após o anúncio da proibição, diversas empresas que atuam neste mercado foram impactadas. Grandes exchanges globais como Binance e Huobi Global reagiram interrompendo novos registros para clientes chineses.
Além disso, o Sparkpool, sediado na China, um dos maiores pools de mineração Ethereum (ETH) do mundo, anunciou que descontinuará os serviços domésticos e internacionais em “um esforço para estar em conformidade ao máximo com os requisitos regulatórios”. Outro a anunciar o encerramento das atividades foi o BeePool, quarto maior pool de mineração de ETH do mundo.
A gigante do comércio eletrônico chinês Alibaba também anunciou que não venderá mais equipamentos de mineração de criptomoedas. Além disso, a China bloqueou os principais sites agregadores de dados sobre criptoativos: CoinMaketCap e CoinGecko. A plataforma TradingView, que oferece gráficos interativos para o mercado, também não pode mais ser acessada pelos chineses.
Para Felipe Escudero, analista de criptomoedas e anfitrião do canal BitNada, a China uniu “a fome com a vontade de comer” ao decidir proibir as criptomoedas no país:
“Primeiro porque eles estão passando por uma crise energética, que pode gerar impacto na produção da indústria em escala global. E, principalmente, pelo controle social. O Bitcoin representa a liberdade do povo. A China não está apenas proibindo operações com Bitcoin no país, mas também está impedindo que a criptomoeda seja citada, o que é um grande retrocesso. Vale lembrar que empresas como o Twitter e o Facebook também foram proibidas na China, o que confirma a tese de controle social.”
Escudero destacou ainda que, até abril deste ano, 74% de todos os Bitcoins mineradores vinham de mineradores chineses. No entanto, esta fatia caiu vertiginosamente após a proibição e os mineradores migraram para a Rússia, Cazaquistão e principalmente Estados Unidos.
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