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Política econômica pode ter efeito negativo no setor de fomento comercial e encarecer o crédito

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Bruna Visconde
  • SEGS.com.br - Categoria: Economia
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A notícia de que o IPCA-15 do mês de setembro chegou a 1,14%, maior índice para o período desde 1994, nos leva a temer pelas conquistas do Plano Real que debelou a então galopante inflação brasileira. Quem já acompanhava o setor de crédito, em especial as empresas de factoring, securitizadoras e os FIDCs, lembra como era quase impossível precificar o fator de compra de recebíveis, afinal o ganho real é sempre estimado sobre a expectativa inflacionária. Um dos mecanismos da política monetária do Banco Central para conter a inflação tem sido aumentar a Selic, taxa básica de juros da economia.

Se, por um lado o aumento do IPC-A tem efeitos fulminantes entre as classes menos favorecidas e, por isso, o Governo não pode perder essa guerra contra a inflação, por outro, aumentar a Selic tem efeito adverso na política fiscal e impacto imediato no custo do crédito, principalmente nos financiamentos de longo prazo, mas também entre as micro e pequenas empresas, principais tomadores de recursos junto ao fomento comercial. Ao mesmo tempo, o reajuste da taxa, que já está em 6,25% e deve chegar aos 9% até o fim do ano, aumenta os rendimentos dos investidores que têm capital próprio para aplicar sem, necessariamente, alocar verbas diretamente no setor produtivo.

Todo o mercado financeiro utiliza o chamado custo de oportunidade financeira, combinando a Selic e um percentual de spread. Essa precificação tem que considerar, ainda, os custos operacionais, as estimativas de inadimplência, o lucro das empresas e os impostos que incidem sobre a atividade. Nota-se, então, que, com o aumento da Selic o fator de compra de recebíveis, principal produto negociado pelas empresas de fomento comercial, deverá subir. Mas será que isso é bom para o setor?

O que é bom para a economia é bom para as empresas que fornecem crédito para o setor produtivo, pois elas dependem do desempenho de seus clientes para gerar recebíveis e negociá-los com outras empresas em um ciclo virtuoso que gera ampliação dos negócios, emprego, renda e impostos. Mas, o aumento da Selic pode resultar em redução da atividade econômica, pois os investidores tendem a aplicar mais no mercado financeiro que no setor produtivo. Pelo mesmo motivo, no mercado de fomento comercial, podemos observar um aumento do número de players atraídos por retornos aparentemente mais altos.

Como vemos, essa arriscada combinação tem potencial de frear a retomada da atividade econômica que está a todo vapor (no setor de fomento comercial os índices já estão até superiores ao período pré-pandemia) podendo levar o país a uma recessão e até a um cenário de estagflação – quando os preços não param de subir, mesmo que a economia esteja parada.

Ainda dentro desse contexto, desde o dia 20/9, está em vigor o aumento de 36% na taxa do IOF, majoração que será mantida até dezembro para custear o Auxílio Brasil e que também terá impacto no custo do crédito, prejudicando ainda mais a retomada econômica. Neste caso, pelo menos o Governo teve a sensibilidade de não aumentar o IOF para as pequenas e médias empresas enquadradas no Simples Nacional.

Toda esta conjuntura e a história nos levam a acender um alerta, não podemos voltar à inflação estratosférica de antes de 1994, ainda mais se associada a baixa atividade econômica. Portanto, respondendo objetivamente: esse cenário não seria bom para o fomento comercial, ainda que aumente a taxa de remuneração das empresas do setor, porque ele pode ter impacto negativo entre nossos clientes, principalmente as micro e pequenas empresas, afugentando novos negócios ou aumentando a inadimplência. Mas acreditamos na força das instituições para a tomada de medidas que evitem esse quadro e estamos juntos com o empresariado brasileiro, principalmente as MPE que geram mais de 70% dos empregos formais do país, para conseguirmos manter os negócios ativos no que parece ser mais uma fase turbulenta de nossa economia.

Hamilton de Brito Jr. é presidente do SINFAC-SP (Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring) e da ABRAFESC (Associação Brasileira de Factoring, Securitização e Empresas Simples de Crédito).


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