SEGS Portal Nacional

Economia

Regulamentação em setores econômicos favorecem a gestão de ativos

  • Quarta, 30 Junho 2021 11:22
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Imprensa MDDC
  • SEGS.com.br - Categoria: Economia
  • Imprimir

Para o setor de energia, as claras tendências são acompanhadas do mundo tecnológico, mobilidade elétrica e uma matriz energética limpa, confiável e sustentável

Toda vez que falamos em gestão de ativos é importante sinalizar que consideramos neste escopo, além dos próprios ativos físicos, os tangíveis e intangíveis, financeiros, as pessoas e outros que atuam em processos, dentro de um ambiente regulado em um determinado contexto. Saber dizer quais regulações diferenciam os setores de infraestrutura, energia, saneamento, petróleo e gás não é tão simples, mas percorreremos juntos este caminho.

No Brasil, por exemplo, cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) supervisionar as políticas e diretrizes do Governo Federal sobre o uso e desenvolvimento do setor elétrico e, mais que isso, verificar os padrões de qualidade e segurança dos serviços prestados à população.

1. As técnicas de padrões e serviços (que tratam da geração, transmissão, distribuição e comercialização);

2. O quesito econômico (com foco em tarifas e mercados);

3. Inovação ou melhoria através de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento)

Além disso, há outra realidade paralela a essa: o setor de despacho das usinas — que consiste no conjunto de instruções, ações e controle dos processos de planejamento, operações em tempo real e pós, que pode ser realizado de maneira centralizada oudescentralizada. A forma centralizada se dá pelo comando do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e é obrigatória para as hidrelétricas, enquanto a descentralizada é o ideal para as usinas eólicas e solares, devido a sua intermitência em caso de pouco vento ou insolação. Ao compararmos como fazemos processos nesse aspecto, o Brasil é muito parecido com o Chile, pois ambos utilizam o contrato bilateral — que estabelece preços e volumes de energia com base no custo da operação e do aumento da demanda — esse modelo é conhecido como tight pool. Já a Colômbia e o Peru, por exemplo, optam por contratos de curto prazo, com o objetivo de seguir as tendências de mercado em tempo real, é o chamado grass pool, no qual os geradores fornecem energia para cada hora ou fração, podendo apresentar redução ou aumento da produção/consumo. Diferente disso, o Reino Unido e Portugal, por exemplo, optam por seguir um mercado estilo net poll, em que os geradores possuem liberdade de realizar negociações bilaterais com comerciantes varejistas, sendo um modelo híbrido entre o grasspoll (seguido na Colômbia e Peru) e tight pool (seguido pelo Brasil e Chile).

Agora que contextualizamos o setor elétrico, vale ressaltar que água e saneamento, petróleo e gás também têm pesos diferentes quando tratamos de suas regulamentações. No caso de água e saneamento, a recente Lei n.º 14.026/2020 estabelece que a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) tem o direito de estabelecer padrões para o setor de saúde, entretanto, não monitora esses serviços, tampouco pode aplicar penalidades — o que continua sendo de responsabilidade das agências reguladoras infranacionais. A gestão de ativos nas instalações de coleta e tratamento de esgotos busca ações objetivas que perdurem ao longo do ciclo de vida dos ativos, com o propósito de auxiliar nas decisões e planejamento, sinalizando que o setor, geralmente, baseia suas aplicações e projeções de pequeno a longo prazo com base no avanço da ciência. É possível reconhecer algumas tendências que vão colaborar para a gestão de ativos prosperar no setor neste e nos próximos anos, como a redução do desperdício de água, que apesar de não ser uma ideia nova, ações como a instalação de mais medidores, troca de equipamentos e fiscalização de vazamentos serão extremamente importantes e colaboram com o sucesso. O Marco de Saneamento permite o aumento gradual do setor — o objetivo é buscar investimentos privados que intensifiquem o crescimento e a melhor gestão e desempenho de ativos tangíveis ou não.

Enquanto isso, petróleo e gás são regidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia. Além de fiscalizar as atividades do setor, a ANP também pode aplicar sanções administrativas e monetárias, além de conceder autorizações, promover licitaçõespara as atividades de exploração e desenvolvimento no setor e estabelecer normas infralegais para o funcionamento da indústria, que vem em modificação. Ao longo dos anos, o mercado de abastecimento se transformou e abriu espaço para novas tecnologias, gerando diversas possibilidades de exploração e elevando as técnicas em prol do meio ambiente. Dados divulgados pela ANP mostram que diariamente, em 2020, foram extraídos 37,4 milhões de barris de óleo equivalente — esse volume é 52% maior do que o registrado na década anterior. Um artigo publicado pela revista Apólice analisou o mercado e a gestão geral da seguinte forma: “a pandemia chegou em um período em que a indústria de petróleo e gás se recuperava de uma guerra mundial de preços do petróleo, isso contribuiu para um contínuo endurecimento das taxas e dos termos e condições que já vinha sendo percebido nos últimos anos”.

A indústria petroleira e seus derivados buscam proteger os ativos de maneira sustentável e esse modelo de negócio é essencial para o futuro. Ao tratarmos de setores tão relevantes como energia, água e petróleo acabamos por adentrar em temas como o avanço da tecnologia, modernas soluções de logística e automação. A pandemia do coronavírus obrigou as empresas a se adaptarem e buscarem soluções rápidas para os problemas — o que, de certo modo, criou tendências, mas com focos diferentes, muito além das inovações. O objetivo foi a recuperação dos negócios de forma sustentável, contendo a desvalorização de suas ações e prosperarem economicamente falando.

Para o setor de energia, as claras tendências são acompanhadas do mundo tecnológico, mobilidade elétrica e uma matriz energética limpa, confiável e sustentável. Os investimentos em geração distribuída e energia renovável serão maiores. Inclusive, estudos da British Petroleum (PB) indicam que até 2040, 48% da energia usada no Brasil virá de fontes limpas e renováveis. Outro ponto relevante é a mobilidade elétrica e o armazenamento de energia, com redes elétricas inteligentes, além disso, tal avanço permitirá cada vez mais otimizar o custo e a comercialização.

Como mencionei anteriormente, a tecnologia e a análise de riscos são importantes fatores que criam direcionamentos, pois, quanto maior o investimento, melhor a probabilidade de elaborarmos novas ferramentas a médio e longo prazo. Neste aspecto, as regulações favorecem as práticas de gestão de ativos nas empresas, pois, as que são reguladas, têm maior percepção dos ganhos e os benefícios da implantação. Para quem atua nesses mercados, é fundamental estar ciente das regulações do setor no Brasil e no mundo, focar na otimização dos ambientes, nagestão de pessoas e na melhoria de processos, pois são esses fatores que trarão à luz da razão para os órgãos competentes a necessidade de criação de novas tendências que regem a inovação das empresas-chave destes setores.

** Marisa Zampolli é CEO da MM Soluções Integradas e integrante da ABNT CEE 251 — Comissão Especial de Estudos em Gestão de Ativos.


Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
 

<::::::::::::::::::::>

 

+ECONOMIA ::

Dez 19, 2025 Economia

O que as bandeiras tarifárias de 2025 ensinam sobre o…

Dez 18, 2025 Economia

Como usar o 13º salário de maneira inteligente?

Dez 17, 2025 Economia

Stablecoins ganham força nas compras internacionais…

Dez 16, 2025 Economia

5 previsões que podem movimentar o mercado cripto em…

Dez 15, 2025 Economia

4 medidas que empresas precisam adotar já para evitar…

Dez 12, 2025 Economia

5 dicas para investir bem com a Selic mantida em 15%

Dez 11, 2025 Economia

Monitoramento independente avança em meio ao salto de…

Dez 10, 2025 Economia

Natal e gestão inteligente: como manter presença, lucro…

Dez 09, 2025 Economia

Isenção do IR acompanhada de tributação de alta renda…

Dez 08, 2025 Economia

As redes sociais estão levando o público ao consumo…

Dez 05, 2025 Economia

O que Nova York pode ensinar sobre o futuro do mercado…

Dez 04, 2025 Economia

Novo sistema tributário expõe fragilidade de sucessões…

Dez 03, 2025 Economia

Pix anuncia recorde histórico de transações na Black…

Dez 02, 2025 Economia

13º salário evidencia a importância de tomar decisões…

Dez 01, 2025 Economia

Varejo acelera neste fim de ano e shoppings projetam…

Nov 28, 2025 Economia

Reforma Tributária: diferenças regionais na…

Mais ECONOMIA>>

Copyright ©2025 SEGS Portal Nacional de Seguros, Saúde, Info, Ti, Educação


main version