Nova ação de combustíveis a preços justos oferece gás de cozinha e gasolina no Rio de Janeiro e na Bahia
FUP e sindicatos filiados promoveram nesta sexta (26/3) nova rodada da campanha do preço justo em Bangu, na Zona Oeste da cidade do Rio, e em São Francisco do Conde e Mata de São João, na região metropolitana de Salvador
Os Sindicatos dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), de Duque de Caxias (RJ) e da Bahia, filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), promoveram nesta sexta-feira (26/3) uma nova rodada da campanha “Combustível a Preço Justo”, em três cidades – Rio de Janeiro (gás de cozinha), e São Francisco do Conde (gás) e Mata de São João (gasolina), na região metropolitana de Salvador (fotos abaixo). As ações envolveram a venda desses combustíveis a preços abaixo dos cobrados em revendedores e postos de combustíveis. Os petroleiros também doaram máscaras para diminuir a disseminação da covid-19.
Mais que oferecer produtos a valores justos, a campanha pretende conscientizar a população sobre a perversa política de preços da atual gestão da Petrobrás, que se baseia na cotação do petróleo e do dólar sem considerar os custos nacionais. E também mostrar à sociedade que o atual cenário de reajustes dos combustíveis com base no Preço de Paridade de Importação (PPI) irá piorar se o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) levar adiante o plano de vender oito refinarias da empresa, o que irá criar monopólios regionais, com preços mais altos e risco de desabastecimento.
As ações do preço justo também permitem conhecer histórias de vida de pessoas que foram adquirir gás de cozinha, gasolina e óleo diesel a valores menores (veja algumas a seguir). As narrativas sempre falam da dificuldade para comprar combustíveis por causa dos constantes reajustes promovidos pela gestão da companhia, sobretudo em um momento de grave crise econômica e desemprego e desocupação crescentes.
RIO DE JANEIRO
No Rio, os Sindicatos dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e de Duque de Caxias (Sindipetro-Caxias) ofertaram nesta manhã 350 botijões de gás de cozinha a R$ 40 no conjunto Dom Jaime Câmara, em Bangu, Zona Oeste da cidade.
Um relato tocante de um dos participantes da ação foi o de Valdir de Souza, de 59 anos. Ele trabalhava em obras, mas está sem trabalho. “Tá fechando tudo, ninguém tem mais emprego”, disse ele. A esposa, com quem mora, também está desempregada. “A gente tá se virando vendendo água na rua.”
O alto valor do gás de cozinha atingiu em cheio a família de Valdir. Assim como vem acontecendo em várias regiões do país, ele e a esposa tiveram de substituir o produto por lenha para poderem sobreviver. Não tinham como pagar quase R$ 100 pelo botijão. “Esse gás (a R$ 40) vai dar uma ajuda!”
As irmãs Joceli Paschoal, 54 anos, e Luzinete Paschoal, 59, estão desempregadas e foram à ação para comprar o gás mais barato. Joceli mora com três filhos e vende biscoitos em ônibus para poder sobreviver – é a única fonte de renda da família. Agora, com o lockdown decretado no Rio por causa da explosão de casos de covid, ela teme não conseguir mais alguma renda.
“Virei ambulante e estranhei muito, nunca pensei que viveria isso. As coisas pioraram muito. Acho que nunca vivemos uma crise de miséria como a que estamos vivendo com esse governo federal. É só ver o exemplo da vacina (contra a covid-19). Se a vacina fosse alimento a gente também tinha morrido de fome, como está morrendo de coronavírus. É um descaso muito grande com o povo, com o pobre”, disse Joceli.
Já Luzinete mora com mais nove pessoas, sendo quatro crianças. Seu marido é pedreiro e está sem trabalho fixo, e duas de suas filhas estão trabalhando, além do genro.
“A gente vai no mercado e não compra nada. Tenho problema de pressão e ainda tenho de gastar com remédios. Aí não tem como. O gás a R$ 40 faz toda a diferença pra mim. Muita gente está morrendo de fome. É muito triste”, relatou Luzinete.
“Nossa esperança é Deus e Lula voltando”, disse Fátima Maria Gonçalves, de 57 anos. Desempregada, ela mora com mais cinco pessoas em sua casa, e apenas duas estão trabalhando – o marido, como mecânico, e o filho, como porteiro. Além disso, seu sogro, de 96 anos, mora na casa ao lado e também é motivo de preocupação para a família.
Alessandro Trindade, diretor do Sindipetro-NF que esteve na equipe da ação em Bangu, lembra que a mobilização beneficiou uma população que já sofre bastante com a pobreza e a ausência do Estado na promoção do bem-estar econômico e social.
“Os petroleiros lutam contra a política de preço de paridade de importação desde que ela foi implementada, em 2016, uma política que pesa no bolso de toda a população, e ainda mais no bolso dos mais pobres. Por isso procuramos promover essas ações onde as pessoas mais precisam, e também onde podemos conversar com elas sobre a importância de uma Petrobrás pública e cada vez mais forte”, reforçou.
BAHIA
A ação do Sindipetro-Bahia com gás de cozinha aconteceu pela manhã no portão principal da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde. Foram comercializados 200 botijões de gás a R$ 50 para as primeiras mulheres que comprovaram sua inscrição no Bolsa Família e residência na cidade e também nos municípios de Madre de Deus e Candeias, vizinhos à refinaria
“Tivemos muitas mulheres que chegaram cedo para abastecer suas casas com gás vendido por um preço justo, mostrando a necessidade, a carência e a dificuldade que o povo vem passando nessa pandemia, com a ausência de subsídios, o aumento do desemprego, com a inércia do governo federal, com a falta do auxílio emergencial desde dezembro do ano passado”, explica Radiovaldo Costa, diretor de Comunicação do Sindipetro-Bahia.
Em Mata de São João, no Posto de Fernando na Rodagem da Torre, no Centro da cidade, os 150 primeiros motociclistas puderam abastecer suas motos com até 10 litros de gasolina a R$ 3,50 o litro. Foram comercializamos 1.500 litros de gasolina.
SOBRE AS AÇÕES DA CAMPANHA “COMBUSTÍVEL A PREÇO JUSTO”
O objetivo principal das ações é conscientizar a população sobre como a política de preços adotada pela Petrobrás desde outubro de 2016 afeta diretamente a vida de todos. A consequência do aumento dos combustíveis pode ser sentida em outros setores, como o de alimentos. E impacta diretamente toda a cadeia produtiva, pressionando a inflação.
Os preços justos de gasolina, diesel e gás de cozinha – os derivados de petróleo que são ofertados nas ações, a depender da localidade onde são feitas – foram definidos a partir de estudos elaborados por técnicos e economistas, levando em consideração os preços e custos da Petrobrás e a garantia de lucratividade de empresas produtoras, distribuidoras e revendedores. O que prova que o consumidor não precisa e não deve pagar essa conta.
A FUP alerta que, enquanto o Preço de Paridade de Importação (PPI) estiver no centro da política de reajustes da Petrobrás para os derivados do petróleo, os preços dos combustíveis vão subir com frequência para o consumidor final. A forma de cálculo adotada no governo Temer, em outubro de 2016, faz com que os preços do mercado interno acompanhem as cotações do petróleo no mercado internacional, com as oscilações do dólar e com as importações de derivados. Este cenário deve piorar se a privatização das refinarias se concretizar, aumentando o desemprego, além de fazer disparar os preços já elevados dos derivados de petróleo.
A campanha “Combustível a Preço Justo” foi realizada em fevereiro do ano passado em diversas cidades do país, durante a histórica greve dos petroleiros, que durou 20 dias – a maior desde 1995. Em 2021, A FUP e seus sindicatos já promoveram ações da campanha em 1º de fevereiro, em apoio à greve dos caminhoneiros, e na semana passada, em parceria com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
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