Startup de automação por visão computacional, BotCity recebe aporte de R$ 15 milhões coliderado por Astella e SoftBank

Com a carência de mão de obra especializada na área de programação, a produtividade dos times de tecnologia se tornou algo crítico para esse setor. Sabendo disso, a BotCity oferece uma ferramenta que permite a times de tecnologia criar automações personalizadas e em qualquer plataforma para atender às necessidades específicas de cada companhia. A solução acaba de ganhar uma alavancagem com um aporte de R$ 15 milhões de uma rodada Seed coliderada pela Astella Investimentos e SoftBank Latin America Fund, com participação da Alexia Ventures, Norte Ventures e investidores-anjo.

A startup atua em uma área cada vez mais presente no Brasil e no mundo, conhecida como RPA, sigla para Robotic Process Automation. O objetivo é permitir a desenvolvedores e times de tecnologia com conhecimento de programação criar de forma ágil e eficiente robôs que imitam humanos e possam realizar tarefas repetitivas no computador, a partir da visão computacional.

“As empresas têm funções que são únicas de sua operação e que podem ser automatizadas. São os desenvolvedores que constroem essas automações, mas até então eles eram limitados pelas ferramentas atuais, voltadas para usuários de negócios criarem fluxogramas de processos comuns. A BotCity foi construída de programadores para programadores, tornando possível escalar as automações tanto em volume quanto em complexidade”, diz Lorhan Caproni, que cofundou a BotCity ao lado de Gabriel Archanjo ainda em 2020.

Lorhan é biólogo molecular formado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Archanjo, engenheiro de computação com mestrado em inteligência artificial, também pela Unicamp, e experiência em projetos open source e processamento de imagem. Os dois empreenderam juntos no passado, com essa experiência, perceberam que não havia uma solução completa que permitisse aos desenvolvedores criar automações em qualquer plataforma. “Times de tecnologia precisam automatizar processos para aumentar eficiência e escalar a operação de seus negócios. Inovamos na criação de ferramentas de desenvolvimento interativas que geram códigos automaticamente. Nossa solução apresenta ainda uma plataforma completa de orquestração e monitoramento de automações, tornando a operação escalável desde o dia um”, completa Gabriel.

Com o uso da ferramenta, por exemplo, um dos clientes da BotCity automatizou todo o processo de homologação de fornecedores, incluindo leitura e análise de documentação e preenchimento de cadastro - algo que feito manualmente chegava a levar até dez dias, e passou a ser feito em alguns minutos com o robô. Outras empresas usam a ferramenta para integrar seus produtos aos ERPs dos clientes, ou criar automações que envolvam múltiplos sistemas, como web, desktop e legados.

Marcelo Sato, sócio da Astella, destaca que as chamadas developer tools, ferramentas criadas especificamente para desenvolvedores, são ainda incipientes no Brasil. “Lá fora esse mercado já vem crescendo, mas a solução criada pela BotCity é ainda inédita e tem um potencial enorme de adoção, ao passo que o mercado de inovação nacional cresce exponencialmente e as empresas tradicionais se digitalizam”, diz. Estima-se que o mercado de hiperautomação seja de US$ 600 bilhões.

Hoje os clientes da BotCity são principalmente startups brasileiras de tecnologia intensiva, mas o objetivo é usar o aporte para expandir globalmente, além de realizar melhorias no produto. Os sócios esperam atingir até 5 mil desenvolvedores pelo mundo nos próximos 18 meses.