20% das escolas públicas têm laboratórios de ciências e isso impacta o futuro das crianças
Falta de infraestrutura nas escolas é um dos motivos para que haja evasão de cérebros do Brasil
Apenas 20% das escolas públicas do Ensino Fundamental II têm laboratórios de ciências. E isso é uma das causas para que haja fuga de cérebros no Brasil no futuro. Ou seja, tal problema, cuja raiz tem início na educação básica, impacta a superior, fazendo com que boa parte desses alunos, na graduação, estudem em outros lugares. Esse é um fenômeno antigo, que tem recrudescido, devido a problemas econômicos e a demanda de empregos.
No ensino médio, o conforto térmico está presente em apenas 38,7% das salas de aula. A internet está em 95,4% das escolas, mas só 44,5% com qualidade adequada. Por fim, ressaltam-se problemas graves de infraestrutura básica em estados como Acre e Roraima (água potável e banheiros). Atualmente, o índice é de 46,9%. Menos da metade dos recintos têm bibliotecas ou salas de leitura.
Ao chegar à faculdade, período em que senso crítico e pensamento voltado à metodologias científicas são cruciais para o desenvolvimento do estudante, a situação só piora. Em 2025, o Governo Federal anunciou uma recomposição de cerca de R$ 400 milhões ao orçamento das universidades e institutos federais.
Para Rodrigo Bouyer, docente, avaliador do INEP e VP de RelGOV da Somos Young, “o conhecimento que dialoga com o poder, atualmente, é o da tecnologia e o da soberania de dados. Contudo, no Brasil, não há subsídios governamentais suficientes para o pleno desenvolvimento desses segmentos. Nos tempos de Fernando Henrique Cardoso, houve um recrudescimento da desindustrialização nacional, num plano que se estende até os dias de hoje. Há décadas, diversos setores sofreram a financeirização. A educação é um desses”.
Concomitantemente, segundo o ministro da educação, Camilo Santana, esse orçamento sofreu um corte de R$ 340 milhões na tramitação pelo Congresso Nacional, o qual será parcialmente recomposto com um acréscimo de R$ 60 milhões. Tais medidas administrativas determinam que os repasses serão feitos em parcelas reduzidas durante o ano.
Tal corte se reflete na falta de infraestrutura das instituições de ensino superior e na situação precarizada dos professores das IES (Instituições de Ensino Superior). Essas ocorrências promovem uma evasão de alunos brasileiros os quais preferem estudar em universidades estrangeiras a ficar no Brasil.
“Porém, o que percebemos no Brasil é que ainda há uma significativa fuga de cérebros. Por exemplo, a produção de pesquisa, há dois anos, vem diminuindo; o decaimento foi de 7,2% em 2023. Investe-se menos de 1% do PIB em ciência. Segundo relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em 2023, o gasto por aluno é menor do que o de 42 países. Estamos à frente apenas do México e da África do Sul. Ao todo, investimos algo em torno de US$ 3 mil por aluno. A média da OCDE era, na ocasião, mais de US$ 10 mil”, afirma Bouyer.
É evidente que a dificuldade para entender conceitos científicos abstratos aumenta. Igualmente, há um maior desinteresse dos alunos por áreas do conhecimento que estão relacionadas à ciência; destacam-se química, física e biologia. Como consequência, há uma menor probabilidade de esses indivíduos, quando adultos, enveredarem para carreiras que exijam senso crítico. E o pior de tudo: a falta de contato com o método científico aumenta a vulnerabilidade a fake news.
O Brasil enfrenta um apagão de profissionais em ciência e engenharia. O contacto com os laboratórios na escola pode ser decisivo para inspirar jovens a engenhar um futuro com uma perspectiva mais ampla, ambicionando posições mais estratégicas na sociedade. Impulsionar financeiramente esta área do conhecimento na educação básica não é gasto, mas investimento para que o jovem de hoje faça escolhas mais conscientes quanto à graduação no futuro e quanto ao modelo de cidadania que o irá formar.
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