Da receptividade brasileira à gastronomia: por que gringos gostam e elegem o nosso País passar as festas de fim de ano?
O especialista em hotelaria latino-americana Willians Rocha, traz 4 pontos fortes da nossa hotelaria e analisa como o Brasil combina hospitalidade, e diversidade para se destacar dos demais países
Novembro inicia, e com ele cresce o número de pessoas planejando onde passar as festas de fim de ano. Dados da plataforma do Google Flights , que foram divulgados na respeitável revista norte-americana Travel+Leisure, mostram que o Rio de Janeiro é a escolha preferida pelos turistas estrangeiros superando muitos lugares tradicionais Europeus. A Embratur reforçou o dado do Google revelando que entre 21 de Dezembro de 2025 a 4 de Janeiro de 2026 houve um crescimento de buscas por passagens aéreas, por turistas do exterior, 26% maior que no mesmo período do ano passado.
A hotelaria brasileira, tanto no RJ quanto em outros lugares do Brasil, vive uma fase de reconhecimento internacional, impulsionada por investimentos e pela hospitalidade genuína que é marca registrada do país. Para o especialista em hotelaria e gestão de processos, Willians Rocha, com mais de 14 anos de atuação no Brasil e em redes internacionais na Argentina, Chile e Peru, o país reúne características únicas que o colocam em posição estratégica no cenário sul-americano.
Essa percepção vem sendo confirmada no exterior. No último mês de outubro,foi divulgada a terceira edição do ranking The World’s 50 Best Hotels 2025, que destacou dois empreendimentos brasileiros entre os melhores do mundo: o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, em 11º lugar, primeiro sul-americano da lista, e o Rosewood São Paulo, que manteve a 24ª colocação conquistada em 2024.
O ranking é elaborado pela The World’s 50 Best Hotels Academy, composta por mais de 800 especialistas globais em hospitalidade, entre hoteleiros, jornalistas de viagem e viajantes frequentes. O momento também é sustentado por um fluxo crescente de visitantes. O Brasil recebeu 6,62 milhões de turistas internacionais em 2024, o melhor resultado da série histórica segundo o Ministério do Turismo. De janeiro a maio de 2025, o País já recebeu 4,8 milhões de estrangeiros, um aumento de 49,7% sobre o mesmo período de 2024. Ainda conforme o MTur, os turistas internacionais deixaram US$ 7,3 bilhões no Brasil em 2024, o maior volume em 15 anos.
Willians Rocha, especialista em hotelaria, lista 4 pontos fortes que tornam a hotelaria brasileira única na América do Sul:
1. Hospitalidade e personalização de atendimento
A hospitalidade é o maior ativo do Brasil. O acolhimento espontâneo e a empatia do atendimento brasileiro criam conexões autênticas com os hóspedes, algo raro em mercados mais padronizados. “A forma brasileira de receber, marcada por empatia e espontaneidade, cria conexões genuínas e agrega valor à experiência”, afirma Rocha.
Enquanto países vizinhos, como Chile e Argentina, priorizam a eficiência e a tradição, o calor humano brasileiro se mantém como diferencial competitivo, especialmente para turistas de alto padrão que buscam experiências mais humanas e memoráveis.
2. Modernização e digitalização da operação
A hotelaria brasileira tem avançado rapidamente na digitalização de processos e na adoção de tecnologias de gestão. “A modernização da operação e o avanço da gestão profissional elevaram os indicadores de rentabilidade e eficiência”, comenta.
Com investimentos projetados em R$8,4 bilhões até 2028, conforme dados da consultoria JLL (Jones Lang LaSalle), o país demonstra capacidade de inovação e adaptação às novas demandas.
Para o turista estrangeiro, a digitalização, de check-in automatizado a aplicativos multilíngues, já é um requisito básico. O desafio é expandir essa padronização tecnológica para além das grandes capitais.
Com o crescimento do turismo internacional, o segmento de luxo vem puxando a valorização do setor. Segundo o Ministério do Turismo, turistas estrangeiros movimentaram US$7,3 bilhões em 2024, um reflexo direto da alta demanda por experiências premium e serviços exclusivos.
Rocha destaca que “o segmento de luxo segue na dianteira, consolidando o Brasil como referência regional em hospitalidade”. Contudo, ele observa que a excelência depende de equipe qualificada e domínio de idiomas, pontos em que o país ainda precisa avançar para competir com polos regionais como o Chile e o Peru.
3. Diversidade de destinos e adaptabilidade cultural
Com sua diversidade geográfica e cultural, o Brasil oferece uma combinação única de experiências — das praias e selvas à hotelaria corporativa e resorts urbanos. Essa pluralidade é um diferencial competitivo e um convite à personalização.
“O Brasil reúne vantagens únicas como adaptabilidade, foco na experiência do hóspede e uso inteligente da tecnologia”, explica Rocha. Essa versatilidade permite atender perfis distintos de viajantes, mantendo a autenticidade da cultura brasileira como elemento central da experiência.
4. Onde o Brasil ainda perde terreno: fluência e atendimento multilíngue
Apesar dos avanços, o atendimento em inglês e outros idiomas ainda é um desafio para o setor. Estimativas apontam que apenas 1% dos brasileiros têm fluência em inglês, o que limita a comunicação e impacta diretamente a experiência de turistas internacionais.
Rocha avalia que essa será a fronteira que definirá se o Brasil passará de destino emergente a referência continental Enquanto Chile, Argentina e Peru já contam com equipes bilíngues em grande parte de suas redes hoteleiras, o Brasil ainda precisa ampliar os programas de capacitação e padronização de atendimento. O Ministério do Turismo vem investindo em programas de qualificação técnica e linguística para profissionais do setor.
Mais do que um bom momento econômico, a hotelaria brasileira vive um processo de amadurecimento que começa a ser reconhecido mundialmente. Para Willians Rocha, o futuro do setor passa por unir tecnologia, propósito e autenticidade — pilares que definem a nova era da hospitalidade.
Essa visão é detalhada em seu livro “Com Propósito: Do Backstage Técnico da Hotelaria à Liderança Global”, que acaba de ser lançado e já é o mais vendido dos Estados Unidos. Na obra, o qual o especialista compartilha bastidores do setor, reflexões sobre liderança e a importância de alinhar técnica e empatia na gestão de pessoas. A obra, disponível na Amazon, reforça a mensagem central de Rocha: a hospitalidade brasileira pode — e deve — liderar a nova geração de experiências na hotelaria latino-americana.
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