Paçoca é ciência? Veja curiosidades saborosas sobre os alimentos típicos de festa junina
Além de deliciosas, comidas tradicionais podem ensinar muito sobre química e história; entenda
Nas festas juninas temos comidas cheias de história e tradições que atravessam séculos. Mas você sabia que uma das festas mais amadas do país também conta com uma boa dose de ciência e história? Muito além das bandeirinhas e quadrilhas, essa época também é um prato cheio para a curiosidade, não só por sua origem em si, mas também pelos alimentos típicos que dominam as quermesses. Paçoca, curau, quentão... cada um carrega um passado curioso e fundamentos científicos por trás do seu preparo e sabor.
Muito antes de chegar às mesas e ouvidos brasileiros, a festa junina já era celebrada em diversos países da Europa, especialmente em Portugal, com origem nas festividades pagãs que marcavam o solstício de verão. Com o tempo, essas comemorações foram cristianizadas em homenagem a santos como São João, Santo Antônio e São Pedro. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, trouxeram consigo essas tradições, que foram adaptadas ao contexto local com elementos indígenas e africanos, resultando na colorida festa que conhecemos hoje.
Tradição que atravessa fronteiras
“Se a gente acha que festa junina é coisa só do Brasil, tá enganado! Na verdade, essa tradição tem origem nas festas pagãs da Europa, que celebravam o solstício de verão no hemisfério norte. Países como Portugal, Espanha e até alguns do norte da Europa também fazem festas parecidas, com fogueiras, danças e comidas típicas, sempre agradecendo pelas colheitas e pela fertilidade da terra.” Explica o professor Mário Marcondes, de Filosofia e História da Plataforma Professor Ferretto.
Na Espanha, por exemplo, a "Noche de San Juan" acontece em diversas regiões, como na Catalunha e em Alicante, com fogueiras, danças, comidas típicas e até concursos de fogos de artifício à beira-mar. Em San Pedro Manrique, homens caminham descalços sobre brasas carregando pessoas nas costas, em um ritual ancestral de fé e bravura.
Em Portugal, berço da tradição que deu origem à festa brasileira, as comemorações de São João são especialmente marcantes no Porto, com fogueiras, balões, martelinhos de plástico e sardinhas assadas pelas ruas. Já na Itália, o dia de San Giovanni é celebrado em várias cidades com procissões, fogos de artifício e pratos típicos, como o vinho quente e bolos regionais.
Na Noruega, Dinamarca e Suécia, o "Midsummer" ou "Solstício de Verão" também é festejado com danças em torno de fogueiras, coroas de flores e comidas tradicionais, destacando a conexão ancestral entre o ciclo agrícola, a colheita e os rituais que homenageiam a natureza e os deuses. Essas celebrações demonstram como diferentes culturas valorizam o mesmo momento do ano com símbolos e sabores únicos e, muitas vezes, com surpreendentes semelhanças.
No Brasil, essa festa ganhou personalidade própria e movimenta milhões de pessoas todos os anos. Segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), só em 2023, o ciclo junino gerou mais de R$ 2 bilhões para a economia, com cidades como Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) atraindo mais de 5 milhões de visitantes. Em 2024, os números foram ainda mais expressivos, reforçando a festa como um pilar do turismo e da cultura nacional.
A ciência na mesa junina
Paçoca, por exemplo, além de deliciosa, é uma aula prática de química. Feita com amendoim, açúcar e farinha de mandioca ou milho, a mistura passa por um processo de trituração que combina texturas e sabores. O amendoim, rico em óleos naturais, libera aroma e sabor quando triturado, resultado da liberação de compostos voláteis pela fricção e calor. A farinha, por sua vez, atua como agente de estrutura, dando liga à receita.
Curau, feito com milho, açúcar e leite, também tem sua base científica: o espessamento da mistura ocorre graças ao amido do milho, que gelatiniza ao ser aquecido, transformando o líquido em um creme aveludado. Esse mesmo princípio é usado na indústria alimentícia para produzir molhos e sobremesas cremosas.
E o quentão? A tradicional bebida quente de inverno, feita com cachaça, gengibre, especiarias e açúcar, é praticamente um laboratório ambulante. "Quando aquecemos o gengibre e a canela com a cachaça, liberamos óleos essenciais e compostos fenólicos que têm efeito termogênico. É literalmente uma bebida que aquece de dentro pra fora", explica o professor Michel Arthaud, especialista em educação científica. "Esses elementos também têm propriedades anti-inflamatórias, o que mostra como tradições populares muitas vezes estão ligadas a saberes empíricos com base científica."
Educação com sabor de cultura
Com tantas curiosidades por trás dos alimentos típicos, a festa junina também se revela uma excelente oportunidade para abordar ciência de forma acessível e lúdica. É o que plataformas educacionais como o Professor Ferretto têm explorado em conteúdos voltados para o ensino médio. Por meio de vídeos e simulados interativos, temas como transformação de matéria, ponto de ebulição e propriedades dos alimentos são trabalhados com exemplos do dia a dia, aproximando os alunos da realidade.
“Mostrar que a química está na cozinha e que a física explica o porquê do milho estourar na pipoca, por exemplo, transforma a forma como o aluno se relaciona com o conhecimento”, destaca Michel. “A festa junina é uma ponte entre tradição e ciência e isso é extremamente valioso no ensino.”
Além de suas delícias, a festa junina também expressa a identidade brasileira. Ingredientes como milho, mandioca, coco e amendoim refletem a biodiversidade do país e a influência das regiões Norte e Nordeste, onde essa tradição tem grande força e importância social.
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