Gelato saudável? Especialista alerta para verdades que as marcas não contam
Por trás das embalagens sofisticadas e promessas atrativas, esconde-se uma realidade menos doce
Sem açúcar, sem lactose, sem glúten — e sem culpa. Nos últimos anos, os chamados gelatos saudáveis invadiram vitrines, redes sociais e ganharam o paladar de consumidores que buscam alternativas mais leves. Mas será que esses produtos são tão benéficos quanto parecem?
Por trás das embalagens sofisticadas e promessas atrativas, esconde-se uma realidade menos doce: a falta de regulamentação rigorosa, o uso de ingredientes controversos e práticas de marketing que, muitas vezes, flertam com o engano.
Segundo Mirko Stortini, mestre gelatiere e fundador da Gelato Academy, o termo saudável virou argumento de venda. “No Brasil, a palavra saudável não é regulada oficialmente para alimentos industrializados. Termos como ‘fit’ ou ‘zero’ seguem apenas exigências mínimas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, na prática, podem ser utilizados sem a necessidade de comprovação clínica ou laudos laboratoriais individualizados”, explica.
Para um produto ser considerado "zero açúcar" pela ANVISA, A RDC nº 360/2003, que regulamenta a informação nutricional em alimentos, estabelece que quantidades de açúcares, carboidratos, proteínas e gorduras totais menores ou iguais a 0,5 gramas por porção podem ser consideradas não significativas. Já a RDC nº 429/2020, que trata da rotulagem nutricional, exige que os alimentos declarem os açúcares totais e adicionados por 100 gramas ou 100 mililitros, além do valor energético e de outros nutrientes.
Essa brecha abre espaço para o chamado marketing enganoso, sustentado tanto pela desinformação dos consumidores quanto pela ausência de regras claras para esse tipo de produto.
Ingredientes ocultos e promessas vazias
Muitas marcas de gelatos fitness costumam anunciar seus produtos como "100% saudáveis" ou "liberados para diabéticos", mas deixam de informar aspectos importantes de suas formulações. Ingredientes como isomalto-oligossacarídeo (IMO), eritritol, stevia, taumatina, xilitol e polidextrose são frequentemente utilizados nesses produtos — nem sempre de forma transparente.
“Apesar do discurso de naturalidade, esses ingredientes não são tão inofensivos quanto parecem”, afirma Stortini. “A polidextrose, por exemplo, é uma fibra sintética produzida em laboratório e inexistente na natureza. Já o IMO, embora rotulado como fibra funcional, é classificado por agências como a FDA (EUA) e EFSA (Europa) como carboidrato, por sua capacidade de elevar a glicemia em doses elevadas.”
Índice glicêmico e carga glicêmica: riscos ocultos
O apelo ao “zero açúcar” costuma omitir uma questão crucial: a carga glicêmica do produto — fator essencial para quem tem diabetes ou resistência à insulina. Ingredientes considerados naturais, como mel, xarope de tâmara e açúcar de coco, podem elevar a glicose no sangue de forma semelhante ao açúcar refinado.
“Substituir um tipo de açúcar por outro sem considerar o impacto metabólico é um erro comum que pode colocar em risco grupos vulneráveis, como diabéticos”, alerta Mirko Stortini.
Outro ponto de preocupação é a origem das formulações. Muitos gelatos do mercado são criados por pessoas sem formação em nutrição, ciência dos alimentos ou tecnologia de ingredientes, ignorando os princípios fundamentais. Gerando assim produtos instáveis, desbalanceados e potencialmente prejudiciais à saúde.
O conceito de gelato saudável é promissor, mas ainda carece de respaldo científico, regulamentação transparente e responsabilidade técnica.
Antes de confiar em rótulos como “zero impacto” ou “seguro para diabéticos”, o consumidor deve exigir a lista completa de ingredientes, laudos nutricionais e garantia de que o produto foi formulado por profissionais qualificados. No mundo da alimentação saudável, informação de qualidade continua sendo o ingrediente mais importante.
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