Alimentação na Vila dos Atletas: Entenda a Complexidade

Conquistar o paladar da elite mundial do esporte na Rio 2016, com segurança alimentar e eficiência operacional, foi a principal missão da Sapore – multinacional brasileira de alimentação e facilities – quando o maior megaevento esportivo do mundo ocorreu no Brasil. Responsável pela alimentação de mais de 25 mil pessoas na Vila dos Atletas, sendo 17.945 atletas e integrantes das delegações de 207 países, a Sapore não poupou esforços e investimentos, que atingiram mais de R$ 150 milhões.

“Quando fizemos a Rio 2016, aproveitamos a experiência de atuar em todos os estados brasileiros e entender a importância de agradar o paladar local. Fizemos uma pesquisa minuciosa sobre a alimentação mundial, importamos ingredientes raros, contratamos chefs do Brasil e do exterior. Nós tivemos a reponsabilidade de alimentar a elite do esporte mundial e nada podia dar errado”, lembra Daniel Mendez, sócio-fundador e presidente do Conselho de Administração da Sapore.

O megaevento contou com 2.700 colaboradores, revezando-se para atuar 24 horas por dia. Os 32 chefs de cozinha e 70 nutricionistas trabalharam alinhados ao Comitê Olímpico Internacional para trazer refeições dentro dos mais altos critérios de qualidade. Para tanto, a Sapore implementou rígidos protocolos que garantiram a segurança alimentar, como a rastreabilidade dos alimentos, que se iniciava no início da cadeia produtiva e ia até a preparação nas cozinhas.

Só nas cozinhas, atuavam mais de 680 pessoas que preparavam 12 toneladas de alimentos por dia, para fazer frente a uma produção diária de até 70 mil refeições. No total, foram utilizadas mais de 3.140 toneladas de alimentos, que resultaram em mais de 1,9 milhão de refeições servidas ao longo de 78 dias de competição, incluindo todo o período das provas para-atléticas.

REFERÊNCIA INTERNACIONAL

O principal espaço de alimentação da Vila dos Atletas tinha o tamanho 2,5 estádios de futebol e 5,7 mil assentos. Tudo foi pensado e projetado para evitar filas. Muito do que foi realizado na Rio 2016 serviu de base para os jogos de Tóquio, em 2021.

O Japão, inclusive, enviou uma comitiva à Campinas, sede da Sapore, para entender como foi fazer a gestão da Vila e quais as dificuldades enfrentadas e superadas aqui no Brasil. Mas, por conta da Pandemia, parte dos aprendizados não pôde ser implementado.

Entre as inovações desenvolvidas pela brasileira Sapore estão, por exemplo, o uso de tecnologia e painéis eletrônicos, que traziam informações sobre o preparo e nutrientes dos pratos; seis mesas temáticas - com comidas brasileira, “do mundo”, halal/kosher, asiática/indiana -, para apresentar a riqueza das gastronomia mundial; pratos sendo finalizados na frente dos atletas e comitivas, que podiam escolher, por exemplo, o ponto da carne; além de frutas típicas brasileiras, que ficavam dispostas em ilhas, permitindo que todos se servissem à vontade.