Importância da proteção de reservatórios hidráulicos contra agentes externos

Agentes contaminantes podem circular pelo sistema hidráulico e comprometer o desempenho do equipamento, sendo que os maiores responsáveis pela multiplicação são os próprios componentes que se desgastam, como válvulas, cilindros, bombas, entre outros, mas também o ambiente externo. Por isso, é fundamental que todo o reservatório hidráulico esteja vedado assegurando que o fluxo de ar ocorra apenas pelo respiro. Foi assim que o engenheiro Alex Alencar, Vice-presidente do Setor Industrial da Abrafiltros, iniciou a palestra “Importância da proteção de reservatórios hidráulicos contra agentes externos”, no “Abra Talks”, evento virtual mensal da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, que conta com o patrocínio do Grupo Supply Service. “O respiro deve proteger o fluido hidráulico e ou o óleo lubrificante de agentes nocivos externos, sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos. O ar externo deve ser admitido somente pelo respiro, que não deve promover obstrução ao fluxo de ar”, afirmou.

Segundo o engenheiro, os cilindros permitem o ingresso do contaminante externo por meio de suas hastes expostas ao ambiente de trabalho e há também contaminação devido às vedações defeituosas ou desgastadas. “O único local em que o ar deveria entrar é o respiro”, alertou. Entre os agentes externos de contaminação, citou poeira, sílica, pós-metálicos, fibras, umidade do ar e água.

Alex ressaltou que em sistemas hidráulicos, uma contaminação sólida elevada representa na verdade uma pequena massa de partículas em universos gigantescos em volume de óleo. Já sobre os tamanhos dos reservatórios hidráulicos disse que podem ser pequenos, médios ou grandes, mas o cuidado com a proteção é o mesmo. Para o cálculo do tamanho do respiro, leva-se em consideração a vazão do ar e não a vazão da bomba. “O fluxo de ar pelo respiro nem sempre é igual a da vazão da bomba”, comentou. Utilizam-se a perda da carga inicial típica, que pode ser conferida, geralmente, no catálogo, e o limite de uso típico da bomba.

O monitoramento da vida útil, geralmente, pode ser feito por indicadores de vácuo ou ainda um manovacuômetro, que indica tanto a pressão positiva como a negativa, ou seja, vácuo. “O reservatório hidráulico é feito para suportar pressão interna e externa, mas se ocorrer obstrução é perigoso podendo contribuir para cavitação em bombas ou ainda o colapso do reservatório”, afirmou.

Além dos agentes sólidos, os líquidos também devem ser controlados, como a água. Deve-se inibir o ingresso da água, pois é nociva ao óleo, podendo promover a degradação do pacote de aditivos do óleo por hidrólise. A situação mais crítica é em fluidos de baixa demulsibilidade.

Ao final da apresentação, comentou sobre os respiros com retenção de água, que protegem contra os agentes sólidos e líquidos. Para escolher o tamanho, verifica-se a vazão de ar no catálogo e a frequência de uso da unidade hidráulica e umidade relativa do ar. “A água é retida por adsorção e a sílica-gel a opção mais utilizada”, explicou. A contaminação e a saturação são verificadas tipicamente pela mudança de coloração no visor de uma janela transparente, indicando a hora da troca.

Oferecido de forma gratuita e online, o programa Abra Talks é uma iniciativa que visa a capacitação do setor de filtros, sobretudo para os segmentos de atuação da entidade: industrial, automotivo e tratamento de água, efluentes e reúso. Os encontros acontecem mensalmente e recebem a cada edição especialistas e profissionais de mercado.
Sobre a Abrafiltros:

Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial, tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.