Qual o perfil do fraudador brasileiro e como se livrar dele
Em meio ao cenário de fraudes, que força as empresas prejudicadas a arcarem com o valor dos estornos do cartão de crédito, por exemplo, há uma notícia boa: há técnicas capazes de traçar o perfil do fraudador brasileiro e combater esse problema de forma mais eficaz.
Renato Santos, especialista em compliance e sócio da S2 Consultoria, explica que fraudologia é uma perícia contábil que estuda as fraudes e o perfil do fraudador a partir de um padrão de comportamento, cruzamento de informações e estudo de patologias que podem influenciar no crime.
Junto a essa ciência existe uma movimentação de diversas organizações para conseguir controlar e combater o risco de fraudes com a ajuda da identificação do perfil do fraudador, erros que as empresas cometem que as tornam mais suscetíveis ao crime etc.
Há três principais tipos de fraudes: a realizada por conhecidos que utilizam dados de um cartão de crédito sem o consentimento do responsável; a autofraude, em que o responsável pelo cartão de crédito diz não reconhecer a compra para ter o valor de volta; a fraude que gera maiores prejuízos e que normalmente são realizadas por criminosos profissionais.
Pesquisas mundiais realizadas pela KPMG mostram que é possível traçar um perfil do fraudador, já que ele conta com características padrões, especialmente no caso de fraudes cometidas por profissionais. Elas são as seguintes:
Gênero e idade
69% desses tipos de criminosos (homens e mulheres) têm entre 36 e 55 anos;
14% da porcentagem restante se encaixam entre 26 a 35 anos;
79% são homens, sendo que a porcentagem de mulheres subiu para 17% só em 2010;
entre o grupo de mulheres fraudadoras, 45% delas têm faixa etária entre 36 a 45 anos.
Origem
na maior parte dos casos (62%), o fraudador contou com ajuda de terceiros;
entre os dados das pessoas que compactuaram com o crime, 66% deles envolvem homens;
65% dos envolvidos na fraude eram pessoas da própria organização vitimada e 21% de ex-empregados;
entre os fraudadores empregados, 38% permaneceu na firma por mais de seis anos.
Cargo
32% das pessoas que praticam a fraude são executivos ou diretores não-executivos;
16% são membros do corpo funcional da corporação, e 32% são gerentes;
com relação à região da Oceania, 52% dos fraudadores ocupavam algum cargo no corpo funcional da corporação;
na África e no Oriente Médio os fraudadores ocupavam 47% dos cargos gerenciais, enquanto na América do Norte a porcentagem era de 33%;
na Europa, 39% dos criminosos estavam associados a cargos da diretoria.
Fraudador conta com ajuda de terceiros
Conforme mencionado, a maior parte dos fraudadores não age de forma isolada para cometer o crime. Essa informação indica também que eles dificilmente atacam a mesma organização pela segunda vez, mas sim escolhem outros estabelecimentos para obter sucesso e diminuir as chances de serem descobertos.
Do mesmo modo, a tendência é que eles optem por segmentos e vendedores completamente diferentes, assim fica mais difícil traçar um paralelo e levantar suspeitas.
Fraudadores se comunicam uns com os outros
A comunicação entre os fraudadores, como a troca de informações sobre as plataformas com maior facilidade de golpes e as mais dificultosas, é fundamental para o sucesso e otimização do tempo dos criminosos.
O meio de comunicação mais utilizado costuma ser as redes sociais, como o Facebook, em que é possível criar grupos fechados para a troca de informações, e o Telegram, já que o aplicativo dificulta o bloqueio e rastreamento dos usuários, além de garantir privacidade, espaço ilimitado e contar com a ferramenta de mensagens autodestrutivas. Inclusive, ele é o meio usado para terroristas trocarem informações.
Fraudador é uma profissão
Considerando que muitos fraudadores podem ser profissionais, especialmente em casos que geram maiores prejuízos, é possível dizer que eles têm conhecimento dos contadores de frequência e diversos outros processos internos utilizados para combater o crime, especialmente se forem pessoas ligadas à organização vitimada.
Os dados da KPMG mostram não somente que a tecnologia utilizada por boa parte das corporações é ineficaz ao impedir o crime, como também viabiliza o ato para cerca de 25% dos fraudadores investigados.
Afinal, do mesmo modo que as tecnologias avançam para combater esse crime, avançam as ações de quadrilhas para driblar o combate à fraude, como ao contar com empresas que vendem dados de cadastramento e listas de prospecção.
Porém, o que as análises mostram é que muitas corporações não cooperam como deveriam para atenuar a situação, como ao investir em sistemas de monitoramento de ameaças e ferramentas de análise de dados. Garantir isso em meio à globalização é essencial, especialmente se for levado em conta o aumento de 27% de fraudadores capazes de tirar esse tipo de vantagem.
Fraudador e o interesse por eletroeletrônicos
Apesar de as pesquisas mostrarem que os fraudadores não tendem a escolher uma empresa ou segmento específico, além de procurar variar nos nichos escolhidos, os alvos frequentes das quadrilhas costumam ser eletroeletrônicos e smartphones. Isso torna a necessidade de tomar medidas preventivas em empresas desse nicho ainda mais essencial.
Como as empresas podem lidar com os fraudadores
Diante dos dados alarmantes e do profissionalismo do fraudador, as corporações do mercado brasileiro precisam ganhar mais maturidade e adotar práticas mais estruturadas de prevenção, detecção, investigação, correção e monitoramento.
"O monitoramento tem sido apresentado como o mecanismo com engajamento mais baixo, o que mostra um desafio para as empresas no combate à fraude. Assim, é preciso que seja discutido, especialmente a partir das experiências de cada organização, como conseguir uma gestão de risco mais eficiente com relação ao assunto", comenta Renato Santos.
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