Taxa de desemprego influencia queda do número de beneficiários nos planos, diz IESS
A pesquisadora do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), Natalia Lara, abre a programação científica do XII Congresso Nacional das Operadoras Filantrópicas de Planos de Saúde, na próxima quarta-feira (21), às 9h. Em entrevista à CMB/Rede Saúde Filantrópica, Natalia falou sobre a visão macroeconômica do mercado, tema de sua exposição no evento.
De acordo com Natalia, os resultados econômicos do País têm impactado o mercado de Saúde Suplementar. Mesmo com a taxa positiva do PIB no primeiro trimestre, apresentada pelo governo como a confirmação para o fim da recessão, os níveis de desemprego continuam altos, refletindo sobre os planos de saúde com uma oscilação especialmente no número de beneficiários. Ela ressalta que a contratação dos planos está diretamente relacionada à taxa de desemprego, já que 66% dos planos contratados são coletivos.
A pesquisadora afirma que é preciso rever o modelo de pagameto da Saúde Suplementar, pois, o modelo atual, o fee for service, incentiva o aumento de demandas por serviços que nem sempre são necessários para o tratamento do paciente, gerando custos para operadoras. 'Com a incorporação desses novos modelos de pagamento é possível avançar na questão de indicadores de qualidades na cadeia de Saúde, o que possibilitará maior transparência dos dados e informações relevantes para um cuidado maior em relação a pacientes com doenças crônicas e à gestão de custos com idosos', afirma.
Quanto à taxa de desemprego, a pesquisadora destaca que, no primeiro trimestre de 2017, o índice de desocupação atingiu 13,7%, sendo este o maior valor desde que o indicador passou a ser divulgado em 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE). Ela reforça que o PIB brasileiro apresentou crescimento de 1,0% na comparação com trimestre anterior, mas, na comparação de 12 meses, apresentou uma queda de -0,3%. 'Mesmo com esse resultado, a taxa de desemprego não caiu. A contratação de planos de saúde está diretamente relacionada a este índice, pois 66,4% dos planos contratados são coletivos. E esse tipo de contratação apresentou queda de 1,9% entre o primeiro trimestre de 2016 e o mesmo período em 2017. Já a queda do total de beneficiários foi de 2%, totalizando, em março de 2017, o número de 47,6 milhões de beneficiários, o que representa uma redução de 978,2 mil beneficiários em 12 meses', aponta.
Por outro lado, segundo dados publicados no Relatório de Emprego na Cadeia da Saúde Suplementar do IESS, o setor apresentou crescimento de 1,4% no total de trabalhadores empregados com carteira assinada no período de 12 meses encerrados em abril de 2017. No total, o setor emprega 3,4 milhões de pessoas, ou 7,9% da força de trabalho no País. Já o mercado brasileiro recuou 2,8% no mesmo período. Confira a matéria completa aqui.
O XII Congresso da Rede Saúde Filantrópica acontece nos dias 21 e 22 de junho, no Novotel Jaraguá (Rua Martins Fontes, 71 – Centro), em São Paulo. Novas inscrições ainda poderão ser feitas no local, na secretaria do evento. Mais informações: www.cmb.org.br/redesaude.
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