Falta de organização de dados freia evolução da IA, alerta Salesforce
Um novo relatório da Salesforce, State of Data & Analytics 2026, trouxe à tona um desafio que, apesar de tecnológico, tem impacto direto para o setor de seguros: ainda há uma grande lacuna entre a ambição de usar inteligência artificial e a qualidade dos dados que sustentam essa estratégia. Segundo a companhia, muitas empresas querem escalar IA, mas os dados que alimentam esses modelos não estão preparados para isso.
A pesquisa mostra que 76% dos líderes de negócios sentem pressão crescente para gerar valor a partir de dados, mas dados incompletos, desatualizados ou de baixa qualidade seguem como o maior freio para que isso aconteça. Já entre os líderes de dados e analytics, 84% afirmam que suas estratégias precisam ser revisadas para sustentar os planos de IA.
Para resolver esse “descompasso”, algumas empresas estão revisitando os fundamentos: investimento em dados contextuais em tempo real, reforço da governança e adoção de arquiteturas mais modernas, como a chamada zero copy, que permite acessar dados distribuídos sem copiá-los, mantendo consistência e agilidade.
A Salesforce também destaca a ascensão do que chama de analytics “agentic”, uma abordagem de IA em que agentes inteligentes e humanos operam em conjunto no fluxo de trabalho, oferecendo insights confiáveis e diretamente aplicáveis. Segundo Michael Andrew, Chief Data Officer da empresa, “dados confiáveis, unificados e contextuais são a chave para liberar todo o potencial da IA.”
Outro ponto crítico identificado é a fragmentação de dados. Muitas empresas ainda têm dados valiosos “presas” em silos: a média é de 897 aplicações usadas por empresa, mas apenas 29% delas estão conectadas, segundo o estudo. Isso impacta diretamente iniciativas de IA e personalização, já que até 70% dos líderes acreditam que as maiores percepções de valor estão justamente nos dados inacessíveis.
Para endereçar isso, empresas estão investindo em estratégias como integração de dados sem cópia, que reduz a duplicação e aumenta a velocidade de acesso ao resultado: organizações que adotam esse modelo têm mais chances de entregar uma experiência superior ao cliente e também ter sucesso em IA. Além disso, há um impulso para interfaces naturais, em que líderes de negócio podem fazer perguntas em linguagem comum, e os sistemas traduzem isso para consultas técnicas, tornando a análise de dados mais acessível.
A Salesforce alerta ainda que, para que a transformação de IA seja efetiva, é crucial adotar uma estratégia integrada: “quando dados e IA se movem em sincronia, a verdadeira transformação acontece”, resume Andrew.
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