Como a governança de dados está transformando a tomada de decisão nas empresas

O volume de dados gerados no mundo deve alcançar a marca de 175 zettabytes até 2025, segundo relatório da International Data Corporation (IDC). No entanto, mais importante do que acumular dados é saber utilizá-los com inteligência.

Nesse cenário, a governança de dados, um conjunto de políticas, processos, tecnologias e pessoas responsáveis por garantir que os dados sejam gerenciados com qualidade, segurança e propósito, vem desempenhando um papel central na transformação da informação em estratégia. Com isso, empresas conseguem extrair valor real de seus dados, com impactos diretos na eficiência operacional, inovação e tomada de decisões.

Para Marcelo Araújo, diretor da eBox Digital, empresa especializada em gestão e proteção de documentos físicos e digitais, em um contexto cada vez mais orientado por dados, negligenciar esse cuidado pode significar decisões mal embasadas, exposição a riscos e perda de competitividade.

Conforme levantamento da Gartner, até 2026, 80% das organizações que não estabelecerem uma estrutura formal de governança de dados enfrentarão desafios significativos em iniciativas de transformação digital. Para empresas que buscam escalabilidade e agilidade, garantir a confiabilidade das informações é essencial.

“Sem governança, o dado é apenas um amontoado de informações desestruturadas. Quando bem administrado, ele se transforma em inteligência acionável, impactando diretamente os resultados do negócio. A governança garante que os dados certos cheguem às pessoas certas, no momento certo”, ressalta Marcelo.

Além de viabilizar análises mais precisas, a governança de dados também desempenha um papel fundamental no compliance, especialmente diante de regulações como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa. Segundo o porta-voz, organizações com processos maduros de governança conseguem responder com agilidade a auditorias, evitar multas e fortalecer a confiança de clientes e parceiros.

“Outro benefício pouco explorado, mas cada vez mais relevante, é a capacidade da governança de acelerar a inovação. Quando as áreas de negócio têm acesso a dados confiáveis, podem testar hipóteses, personalizar experiências e identificar oportunidades com mais rapidez. As empresas que tratam a governança como diferencial estratégico estão um passo à frente no uso de IA, automações e soluções analíticas”, complementa Araújo.

Na prática, o especialista da eBox Digital diz que implementar uma estrutura eficaz de governança envolve mais do que tecnologia, sendo preciso promover uma cultura organizacional orientada por dados, com diretrizes claras sobre responsabilidades, métricas de qualidade e padrões de interoperabilidade. Nesse sentido, o papel da liderança é fundamental para dar prioridade ao tema e garantir que ele permeie todas as áreas da empresa.

“Vale ressaltar que a jornada da governança de dados não é instantânea, trata-se de um processo contínuo que exige disciplina, visão de longo prazo e alinhamento entre TI e as áreas de negócio. Contudo, seus frutos são duradouros, uma vez que encontra mais transparência, decisões mais inteligentes e maior capacidade de adaptação a cenários complexos. À medida que o volume e a velocidade dos dados aumentam, a governança de dados emerge como uma condição para competir”, conclui Marcelo Araújo.